Pedro Novaes, você ainda vai ouvir muito falar dele. Filho de Letícia Spiller e Marcello Novaes, o garoto de 21 anos está decolando com a banda Fuze, na qual toca bateria ao lado de seu meio-irmão Diogo Novaes (vocal), do primo Felipe Novaes (baixo) e do amigo Guilherme Fonseca (guitarra). Leticía, corujíssima, já havia nos adiantado que o filho era o máximo. Por conta disso, decidimos ir atrás do moço. Criado com bastante liberdade enquanto os pais davam expediente nos estúdios Globo, ele quer viver de música e se dedicar à sua banda. Assume que ser filho de quem é abre portas, mas não se deixa levar por isso. “Tenho que andar com meus próprios pés e fazer o que amo”, resume ele, que toca bateria desde os sete anos e anda flertando com produção musical. Pedro namora há um ano Isadora Alves, de 27 anos: “Por ser mais velha e já ter passado por alguns relacionamentos, ela me ensina muitas coisas.”
Voltando ao Fuze… O grupo acaba de lançar “Auto-Reflexo”, seu primeiro EP (ouça aqui), e comemora uma agenda recheada de shows – no dia 16 de maio tocam no Barzinho, no Leblon. Em São Paulo já se apresentaram algumas vezes e devem retornar em breve. “São Paulo com calma vai vir. Acredito muito na cena musical de lá”, fala Pedro ao Glamurama. Acabam de lançar também seu primeiro clipe, da música “Mar de Flores”, com direção de António Zambujo, estrelado por Giovana Cordeiro (assista aqui) , e daqui um mês vão soltar o vídeo de seu segundo hit, “Corrente”. Abaixo, nosso papo com Pedro.
Glamurama: Como anda a repercussão do lançamento de “Auto-Reflexo”, o primeiro EP da Fuze?
Pedro Novaes: “Está sendo muito boa. As pessoas estão realmente entendendo a verdade que a gente quer passar através das músicas. Esse EP, como o nome sugere, é um auto-reflexo da gente, então se conectar com ele é o mesmo que se conectar com a gente. A maioria das músicas fala de amor de várias formas: decepções, superação, felicidade… Tem também uma reflexão sobre a vida e estilos musicais ecléticos que vão do reggae ao rock, passando por balada e uma pegada soul, mas tudo com a nossa identidade.”
Glamurama: De onde surgiu o nome da banda?
Pedro Novaes: “Essa história é engraçada! O nome veio de um pedal de guitarra do Jimi Hendrix que chama Fuzz, que pareceu uma ideia legal no momento em que a gente tava procurando um nome pra banda – até então era FDP, um trocadilho com nossas iniciais, mas achamos que ficou infantil. Mas quando a gente foi registrar, “Fuzz’ já existia e por isso trocamos o ‘z’ final pela letra ‘e’. E deu super certo porque ‘fuse’, em inglês, que tem a mesma sonoridade do nome da banda, significa descabelado, felpudo…”
Glamurama: Música sempre foi sua primeira opção ou também pensa em atuar, assim como seus pais?
Pedro Novaes: “Quando eu era bem mais novo fiz teatro e por ter pais tão influentes como eles, claro que pensava em ser ator, mas sempre tive a música do meu lado. Toco bateria desde os sete anos e houve um momento da minha vida em que foquei em tocar e estudar com a banda… e não consegui mais largar. Nunca tive que escolher, foi algo natural. Amo tocar, estar entre amigos… amo o lifestyle da vida musical.”
Glamurama: De onde veio sua maior influência musical?
Pedro Novaes: “Sempre escutei muito O Rappa e também Bob Marley… Red Hot Chili Peppers é uma referência de performance de palco.”
Glamurama: Qual é sua formação musical? Você faz faculdade?
Pedro Novaes: “To fazendo curso de Home Studio em uma escola de música que se chama Starling – Academy of Music. Quero aprender a gravar músicas, tudo que tenho feito agora é pela banda.”
Glamurama: Você sempre teve apoio de seus pais na carreira musical?
Pedro Novaes: “Sim, tive muita sorte de ter pais como eles, de já estarem no meio artístico e entenderem o que é trabalhar nesse meio, ainda mais no Rio de Janeiro, onde as coisas são um pouco mais difíceis. Eles nunca deixaram de me apoiar. Me incentivam sempre. Minha mãe é meu lado espiritual inteiro, ela tem uma vibe doce, de respeito e integridade, e meu pai é um poço de humildade e me passa isso todos os dias.”
Glamurama: Como foi sua infância? Teve sua privacidade preservada apesar da fama dos pais?
Pedro Novaes: “Minha privacidade foi bem preservada. Minha mãe se preocupou bastante com isso, até porque ela, com menos de 15 anos já estava totalmente dentro da mídia. Claro que se eu tivesse escolhido algo que dependesse da minha imagem, ela não ia me impedir, mas respeitou que não era o que eu queria naquele momento. Fiz coisas de criança mesmo: andei de bike pra caramba, frequentei normalmente a escola e fiz coisas muito divertidas com meus amigos. Enquanto isso meus pais eram tipo “os escravinhos da Globo”, não tinha muito acesso a eles. Mas não reclamo não. Falo com muita saudade porque isso não atrapalhou a minha infância ou impediu que eu fosse feliz. Minha mãe sempre confiou muito em mim e me deixava bem solto desde pequeno.”
Glamurama: Eventuais expectativas e comparações com eles te chateia?
Pedro Novaes: “Estou entrando no meio artístico, apesar de ser uma área diferente da arte dos meus pais. Já ouvi muita gente dizer: ‘você vai acabar virando ator …’. Sinto uma certa expectativa em cima do que faço ou farei, mas cada um tem que ser aquilo que é e seguir seu próprio caminho. E vou seguir o meu até o final.”
Glamurama: Ser filho de dois atores consagrados da Globo abre portas?
Pedro Novaes: “Abre muitas portas e não vejo nenhum problema em receber essa ajudar. Às vezes rola um certo preconceito, mas a gente quer ter sucesso pelo nosso som.”
Glamurama: Acompanha as novelas que eles fazem? É ligado em TV?
Pedro Novaes: “Acompanho esporadicamente. Não sou grande fã de TV. Assisto muitos filmes, mas deixar a TV ligada, por exemplo, não é muito a minha praia. De vez em quando vejo, sim, não desmerecendo. Gosto vê-los no ar, mas é uma coisa que vi na vida inteira. Cresci acompanhando eles na TV e quero ser muito bom no que faço, como eles.”
Glamurama: Sua mãe é considerada uma das musas da TV. Como lida com isso? Tem ciúmes?
Pedro Novaes: “Sempre escutei as pessoas falando da minha mãe. E tenho o maior orgulho. Ela é muito gata mesmo e tem um corpão. Não dá para negar.”
Glamurama: Como você se divide entre seus pais?
Pedro Novaes: “Morava com a minha mãe e agora moro com meu pai e meu meio-irmão. É música o tempo todo lá em casa. A gente respira isso 24 horas por dia. Temos um estúdio e desde pequeno acompanho meu pai nas jazz sessions que ele sempre faz com os amigos. Cresci ouvindo alguns dos caras mais influentes da música, como George Israel, tocando em casa. Não sei o que é viver sem tocar e fazer musica.” (Por Julia Moura)
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