Nomeada ‘rainha da sofrência pop’, Duda Beat vem colhendo os frutos de seu trabalho depois do lançamento de seu primeiro álbum ‘Sinto Muito’ (2018). Ela participou de grandes festivais, gravou com Nando Reis e Tiago Iorc, ouviu seu hit ‘Bixinho’ na novela ‘Amor de Mãe’ e atualmente ganhou até divulgação extra no BBB pela participante Juliette, que é fã assumida da artista.
Mais madura e cheia de amor próprio, a pernambucana segue exaltando suas origens em ‘Te Amo Lá Fora’, seu novo álbum que acaba de ser lançado: “Eu, como mulher e nordestina, quero levar a minha terra para todo Brasil, para todo mundo. Mostrar o quanto de coisa linda temos, como o Brasil é plural”. Confira nosso papo com Duda Beat.
Glamurama: Você é mulher nordestina que demonstra ter orgulho de suas raízes, principalmente em suas canções. Acha importante representar o nordeste?
Duda Beat: Tenho um orgulho imenso do meu ‘país’ Pernambuco (risos). E faço questão de enaltecer minhas origens, sim. Não é à toa que a primeira música de ‘Te Amo Lá Fora’, ‘Tu e Eu’, tem a participação de Dona Cila do Coco, uma artista pernambucana tão incrível. É já deixando claro que minha terra está sempre comigo, é sempre uma influência grande para mim.
G: Qual é o poder desta mulher?
DB: Todas nós temos poder, mas ele nos vai sendo tomado, podado. Estamos num momento em que reivindicamos isso de volta. Queremos ser donas da nossa história. Eu, como mulher e nordestina, quero levar a minha terra para todo Brasil, para todo mundo. Mostrar o quanto de coisa linda temos, como o Brasil é plural. Quando alguém fala comigo e quer saber das minhas referências, tenho espaço para falar sobre frevo, maracatu, forró, brega, xote, baião… Ou falar do Carnaval de Pernambuco e como tudo isso me influência até hoje… e sempre vai estar presente comigo. É muito especial. Tenho muito orgulho de onde eu vim!
G: Falando sobre o novo álbum: ‘Te Amo Lá Fora’ tem referências do seu primeiro disco ou a sofrência foi deixada de lado?
DB: É um álbum que ainda traz a sofrência, ainda falo sobre amor não correspondido. Mas também falo sobre dar a volta por cima, sobre estar em paz se a pessoa não te ama de volta. Está tudo perdoado, tudo em paz, como eu digo em “Meu Pisêro”. Neste álbum novo tem também música sobre amor correspondido, que é o que tenho vivido nos últimos anos. Aquele amor que alimenta, que renova, que é companheiro. Tem amor de todos os tipos, de todos os jeitos. O próprio nome do álbum, “Te Amo Lá Fora”, é uma maneira de festejar o amor-próprio porque sou eu dizendo a quem não me amou, que meu sentimento se transformou e te amo distante, que reconheço a sua importância na minha vida, mas aqui dentro sou eu primeiro.
G: Muitas pessoas mudaram seus planos por conta da pandemia. Esse novo trabalho sofreu algum tipo de alteração?
DB: A pandemia mudou tudo. O álbum sairia no ano passado, mas, por causa da pandemia, acabei adiando. E acho que foi bom. Ele está saindo agora e está bem redondo, do jeito que tinha que ser. Isso me deixa muito tranquila. Nas letras, não falo da pandemia, mas a atmosfera do álbum é completamente atravessada por ela. Não é à toa que esse é um álbum mais ‘dark’, mais melancólico, em que estou me enfrentando e enfrentando os assombros do amor.
G: Você é formada em ciência política e costuma deixar claro seu descontentamento com o atual governo, principalmente no que diz respeito à Amazônia. Acredita que esse posicionamento também é papel do artista?
DB: Respeito quem não quer se posicionar, mas acredito que, de certa forma, quando você se mostra por completo, as pessoas que te acompanham te conhecem melhor, verdadeiramente, sabe? Se o artista se sente confortável para falar sobre política ou qualquer outro assunto, que ele tenha liberdade para fazer isso. A verdade é que todo cidadão deveria ter esse espaço para falar e se expressar, para reivindicar. (por Baárbara Martinez)
Play para ‘Te Amo lá Fora’ e para o primeiro clipe do álbum, da faixa ‘Meu Pisêro’:
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