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Dalton Vigh volta com tudo e é o galã da vez // Divulgação

Uma vez galã, sempre galã. Há alguns anos Dalton Vigh era o ator preferido da Globo para interpretar bons moços em seus folhetins. Saiu da emissora e se dedicou ao teatro e produções em outros canais. Mas eis que a pandemia do coronavírus fez com que Dalton estivesse no ar com nada menos que três novelas: como o charmoso Renê de “Fina Estampa” (2011), reprise que ocupa o horário nobre da Globo, como o popular Said em “O Clone” (2001), reapresentada pelo canal Viva, e em “As Aventuras de Poliana”, que é atual, no SBT. Dalton, 55 anos, contou para o Glamurama como é estar na telinha com personagens tão distintos, simultaneamente: “Tem cenas que eu nem lembrava, aí quando vejo na TV, me remetem ao dia da gravação e aos momentos que vivi em capa época”. À entrevista. (por Luzara Pinho)

Glamurama: Você está no ar com três novelas ao mesmo tempo: ‘Fina Estampa’, ‘O Clone’ e ‘Aventuras de Poliana’. Como está sendo essa fase para você?
Dalton: Juro que não é minha culpa! (risos) É curioso… se fosse em outras circunstâncias seria melhor ainda. Os três trabalhos foram em momentos diferentes da minha vida e carreira, então acaba mexendo com memórias. Tem cenas que eu nem lembrava, aí quando vejo na TV, me remete ao dia da gravação e aos momentos que vivi em cada época. Ao mesmo tempo, sou um cara crítico demais, olho algumas cenas e penso: poxa! Podia ter feito melhor…

Glamurama: Você está assistindo tudo de novo? Bate nostalgia?
Dalton: Nem sempre. Nem séries consigo acompanhar… esqueço, acabo vendo outra coisa. Às vezes a televisão está ligada e eu pego uns flashes. No domingo à noite tem maratona de ‘O Clone’ e assisto de vez em quando.

Glamurama: Qual destes trabalhos mais te marcou e por quê?
Dalton: Acho que o Said, foi onde fui apresentado ao grande publico e fiquei conhecido. Mesmo antes da reprise entrar no ar, muita gente ainda me chamava de Said por aí (risos). Existem outros trabalhos que também foram muito importantes. O Inquisidor, em ‘Chica da Silva’ foi o trabalho que me projetou e tudo aconteceu de repente. Curti também fazer o Clóvis, que era um vilão em “O Profeta”, o Ferraço de “Duas Caras”, o Raposo em “Liberdade, Liberdade”, que inclusive foi um trabalho completamente diferente de tudo que já havia feito por ser um personagem mais rude, que montava a cavalo, trocava tiro… O ator gosta disso, de viver nichos diferentes, porque interpretar apenas um tipo de papel fica um pouco chato.

Glamurama: Hoje, o que você mudaria nos personagens? 
Dalton: Muita coisa, mas detalhes mais técnicos.  Em novela você trabalha com o ‘naturalismo’ e muitas vezes você acaba usando seu arsenal, seu jeito de falar e de ser. Se eu pudesse fazer de novo, filtraria isso melhor. Na TV tudo é muito rápido, né? Não se ensaia tantas vezes quanto no teatro…

Glamurama: Como é ganhar esse destaque de novo?
Dalton: Estamos na memória do povo. ‘O Clone’, que já tem 19 anos, está passando em algum lugar. Antes de passar no Viva, recebia muitas mensagens por conta da novela. Estava passando na Rússia esses tempos! Por onde viajo, as pessoas me param para falar da novela.

Glamurama: Mesmo estando em quarentena, você consegue sentir a resposta do público com essa superexposição?
Dalton: Sim, das poucas vezes que estive na rua, já deu pra ver a diferença da repercussão de estar no ar no horário nobre da Globo.

Glamurama: Ao mesmo tempo em que foi muito afetado com a pandemia, o entretenimento tem sido, mais do que nunca, uma válvula de escape para as pessoas nesse momento difícil. Como você vê esse paradoxo?
Dalton: O que eu tenho visto é que a audiência de fato aumentou bastante e o Ibope de “Fina Estampa” está ótimo. As pessoas têm assistido mais TV. Não tem mais a ida ao restaurante, teatro, por enquanto temos que nos conformar.

Glamurama: Tem algum projeto na manga para depois da quarentena?
Dalton: Tenho projeto para teatro no segundo semestre. Íamos começar a ensaiar agora, mas, com a pandemia, tivemos que deixar mais para frente. Vou entrar como produtor deste projeto, mas ainda não posso revelar detalhes. E na TV, antes de tudo isso, estava gravando a segunda fase de “Aventuras de Poliana”. As gravações devem voltar assim que a situação se normalizar.

Glamurama: O que você tem feito na sua quarentena? Fale um pouco de sua rotina…
Dalton: Estou nas atividades caseiras. Vejo um pouco de TV, mexo no celular… Estou dando atenção para as crianças (os gêmeos Arthur e David, de 2 anos)… brinco muito com eles. Nessas horas, com os pequenos, tem que usar a criatividade: já fizemos telefone sem fio e eles estão craques em “quebra cabeça” (risos).

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