Daphne Bozaski estava se preparando para voltar à TV com a personagem Dolores, da trama ‘Nos Tempos do Imperador’, quando tudo foi interrompido por conta da pandemia da Covid-19… em compensação, agora é possível rever a atriz como Benê em “Malhação: Viva a Diferença”, um de seus papéis de maior sucesso. Na trama de 2017, que está sendo reprisada pela Globo, a personagem é uma garota com espectro de autismo e Daphne lembra dos cuidados que tomou para interpretá-la: “Aos poucos fui deixando mais evidentes as características do autismo da personagem. Acho que esse foi o maior cuidado. Em um ano de ‘Malhação’, Benê foi entendendo que estava no espectro autista, então pude criar junto com ela esse caminho”. O sucesso da ‘novelinha’ foi tanto que ganhou até o prêmio Emmy Kids e tem um ‘spin off’ já gravado para estrear no segundo semestre, na Globoplay, que mostra as personagens crescidas e as questões da vida adulta, intitulado ‘As Five’.
Aos 27 anos, Daphne está cumprindo quarentena em sua casa em São Paulo com o marido, Gustavo Araújo, e o filho, Caetano, de apenas 1 ano e 4 meses. “Acho que a Globo teve uma atitude rápida e exemplar. Eu estava para ir para o Rio, começar a preparação para a novela das seis, exatamente no dia que começou a quarentena. Não é fácil interromper um processo de trabalho, não poder ver amigos e familiares. Mas como sempre digo ao meu marido, nós somos muito privilegiados. Temos uma casa, um quintal, temos comida, água… então não podemos reclamar”, desabafa.
A atriz está aproveitando para colocar as séries em dia, mas não é só isso. Daphne também está costurando máscaras de pano para doação. “Estou fazendo máscaras para doar e aproveitando para organizar/consertar coisas da casa que antes não tinha tempo e ia protelando”, diz. Saiba mais sobre Daphne Bozaski na entrevista abaixo:
Glamurama: Além de atriz, você é bailarina. O que entrou na sua vida primeiro?
Daphne Bozaski: Não sei bem ao certo. Minha mãe é atriz, então eu já estava nos palcos na barriga dela. Mas comecei a fazer balé com seis anos e, teatro, aos nove anos.
G: No teatro, você começou em 2004… como foi a sensação de se apresentar pela primeira vez?
DB: Quando criança, eu assistia peças de teatro e chegava em casa e brincava de representar o que via. A primeira vez que me apresentei para uma plateia, meu coração batia a mil por hora. Me diverti como se estivesse brincando no meu quarto, mas com uma plateia cheia de gente.
G: Lembra de quando surgiu a vontade de ser atriz? O que te motivou a seguir nesse caminho?
DB: Eu cresci em Curitiba, mas eu e a minha mãe nós mudamos para o interior do Paraná para ficar mais perto da nossa família. Lá, minha mãe começou a dar oficinas de teatro, e eu participava. Mas naquela época eu queria ser bailarina, então fazia mais por diversão… até que me chamaram para um teste para um espetáculo profissional. Decidi fazer e acabei passando. Foi aí que o balé começou a ficar em segundo plano e o teatro começou a ser a minha nova paixão. Com certeza, minha mãe foi minha maior inspiração para seguir essa carreira.
G: A sua família sempre te apoiou?
DB: Sempre. Minha mãe me ajudava a decorar os textos, criar cenas e fazia críticas. E sempre me apoiou ir atrás dos meus sonhos. Tanto que saí de casa aos 17 anos para vir para São Paulo, estudar e trabalhar.
G: Você ficou conhecida interpretando a Benê, de ‘Malhação’. Como se preparou para a personagem?
DB: No Rio de Janeiro, o Instituto Priorit me abriu a portas e me apresentou muitos adolescentes que estavam no espectro autista, também me orientou com dúvidas sobre as situações que Benê passaria na trama. Também me ajudou muito ler os livros “O Estranho Caso do Cachorro Morto”, “Olhe nos Meus Olhos” e “ A Diferença Invisível “. E o texto do Cao (Hamburguer) foi fundamental, ajudava muito a entender como a personagem reagiria a cada situação.
G: Essa temporada de Malhação fez tanto sucesso que foi premiada com um Emmy, e está reprisando atualmente. Tem acompanhado?
DB: Sim. Na época que passou, com os ritmo das gravações, não conseguia ver todos os capítulos. Agora na quarentena, estou ficando em casa direto, então não perco nenhum capítulo.
G: Como é a sua relação com as colegas de elenco? Vocês ainda se falam?
DB: Sim, temos um grupo no WhatsApp. É claro que, com alguns tenho mais afinidade e a amizade continuou forte após a temporada. Nós nos encontrávamos para colocar o papo em dia e muitos participaram de momentos importantes da minha vida pessoal.
G: Além da novela, a trama rendeu um spin off chamado ‘As Five’, que já foi gravado. Como foi reencontrar a Gabriela, Ana, Heslaine e Manoela?
DB: Foi muito bom reencontrar as meninas e as personagens. Nos damos muito bem, nossa intimidade nos ajudou nas cenas e acho que passamos isso para a tela.
https://www.instagram.com/p/B90NtEQHveb/
G: Antes da pandemia você estava prestes a estrear em ‘Nos Tempos do Imperador’. Fale um pouco sobre sua personagem?
DB: Exato. Dolores foi criada pelo pai, Coronel Eudoro (José Dumont), no recôncavo baiano, sem a presença da mãe. Sua irmã mais velha, Pilar (Gabriela Medvedovski), foge de casa para ir atrás do sonho de se tornar médica e, assim, a fazenda vira o mundo de Dolores. Por ainda ser muito jovem e não ter experiência na vida, ela age de modo ingênuo, o que pode causar muitos conflitos na sua vida e na de sua irmã.
G: Fale também sobre toda essa situação, de interromper as gravações, do isolamento…
DB: Acho que a Globo teve uma atitude rápida e exemplar. Eu estava para ir ao Rio, começar a preparação para a novela, exatamente no dia em que começou a quarentena. Não é fácil interromper um processo de trabalho, não poder ver amigos e familiares. Mas como sempre digo ao meu marido, somos muito privilegiados. Temos casa, um quintal, temos comida, água… então não podemos reclamar. Nossa obrigação é nos isolar para cuidar de todos que não podem parar e tem que sair para trabalhar.
G: E o que você tem feito na quarentena?
DB: Tenho embarcado em muitas séries, estou atualmente costurando máscaras para doar e aproveitando para organizar/consertar coisas da casa que antes não tinha tempo e ia protelando. Além de cuidar do meu filho, Caetano, de 1 ano e 4 meses.
- Neste artigo:
- Daphne Bozaski,