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Carol Dieckmann || Créditos: Reprodução
Carol Dieckmann || Créditos: Reprodução

Carol Dieckmann completa 42 anos nesta quarta-feira em uma restrita quarentena em Miami ao lado do marido Tiago Worcman e dos filhos Davi e José. Glamurama bateu um papo  – de longe – com a atriz que está com três reprises no ar: Teodora de ‘Fina Estampa’, Camila de ‘Laços de Família’ e Edwiges de ‘Mulheres Apaixonadas’, mas sem projetos em vista para a televisão. Por enquanto, ela se dedica à pintura e espera a normalidade voltar para retomar sua turnê musical e poder visitar os amigos e família no Brasil, país que ela considera sua moradia. Na entrevista, ela ainda fala sobre amadurecimento, Brasil atual e recorda sua personagem mais icônica. Vem ver!

Glamurama: O que precisou ser adiado na sua vida profissional por conta da pandemia?

Carol Dieckmann: O Karolkê em primeiro lugar. Quando a pandemia começou, eu estava indo para o Rio iniciar uma nova turnê. Estávamos fazendo o shows em pequenas turnês de 15 dias para eu conseguir ir e vir. Então esse foi o projeto que de imediato foi adiado e não sabemos para quando – esperamos que seja logo. Nunca pensamos em adaptar o Karolkê para um formato digital até porque é um projeto que depende muito da interação com o público, as pessoas participam cantando. A graça do projeto para mim é essa, é levar as pessoas a um estado de leveza, em que elas se entreguem e tenham vontade de participar. Então, não sei se teria como fazer essa adaptação. Quem sabe surja uma ideia, mas agora não imagino não.

Glamurama: Conta para gente como tem sido sua quarentena. 

Carol Dieckmann: Estou vivendo o isolamento ao lado da minha família em Miami. Eu tenho cozinhado, o que não fazia antes. Estou errando e acertando e tem sido muito prazeroso. Limpar a casa agora faz parte da minha rotina diária. Antes, quando saía para trabalhar todos os dias, contava com pessoas que me ajudavam, agora estamos dividindo as tarefas. Quando ficamos com as pessoas que amamos, assimilamos muitas coisas que, às vezes, na vida corrida, a gente não tem tanto tempo. A quarentena tem sido, na realidade, um tempo muito rico, não só de aprendizados, como também de amadurecimento mesmo.

Glamurama: O que mais gosta em Miami? E do que mais sente falta no Brasil?

Carol Dieckmann: Nossa casa é sempre onde nosso coração está. Estou em Miami com a minha família e estaria com eles em qualquer lugar. Mas, o meu coração está sempre no Brasil e sinto falta das pessoas. Desde quando o Tiago (Worcman, marido) mudou para cá, venho com frequência, mas não sinto que moro aqui. Minha casa é o meu corpo, do que sou feita, do que as minhas preocupações são feitas, do que os meus desejos são feitos. Parece subjetivo, mas é o que eu acredito.

Glamurama: Como é ‘viver’ na ponte-aérea entre dois países? Como faz essa equação funcionar?

Carol Dieckmann: Com força de vontade, desejo de fazer minha profissão e, ao mesmo tempo, estar com a família. Quando a gente pensa em fazer uma ponte-aérea entre dois países parece algo complicado e eu mesma achava que seria mais difícil. A primeira experiência foi em ’13 Dias Longe do Sol’ (2017) . Como era uma série, achei que poderia funcionar e foi ótimo. Depois veio ‘O Sétimo Guardião’, uma novela das nove que normalmente tem um grande volume de cenas. O projeto em si já era muito mais longo e deu muito certo. Claro que tem uma boa vontade da produção, que agrupa as minhas cenas e me dá folgas um pouquinho maiores, mas nunca foi problema. A dramaturgia não ficou prejudicada por isso. Eu sei que parece complexo e muito complicado, mas não tem sido. A minha experiência tem sido realmente maravilhosa.

Glamurama: Vivendo parte do ano fora do Brasil, qual sua visão à distância da atual situação política e cultural do país?

Carol Dieckmann: Essa coisa da distância não é muito o que sinto. Se estivesse agora no Rio, estaria trancada em casa, assim como estou em Miami, realmente não estou saindo para quase nada. Vejo todos os dias as notícias sobre o Brasil e o país está passando por um momento muito delicado politicamente, muito polarizado, o que me deixa bastante preocupada. Essa polarização, às vezes, enfraquece o entendimento que é tão necessário para a gente sair dessa. Mas acho também que todo momento difícil é sempre uma chance de mudança. Então fico daqui tentando ajudar nessas mudanças participando dos atos solidários que tenho acompanhado e conseguido participar, mesmo à distância. Quando vejo, por exemplo, dois amigos com opiniões distintas, tento ver o que cada um tem de positivo e negativo para tentar conversar. E acho que sempre devemos tentar escutar o pensamento diferente e encontrar em que lugares podemos discutir e melhorar o entendimento entre as pessoas.

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Glamurama: Quais lembranças tem de ‘Laços de Família’. A novela projetou sua carreira, né?

Carol Dieckmann: ‘Laços de Família’ me traz ótimas lembranças. Quando comecei a fazer a novela tinha acabado de ser mãe e, por isso, foi um momento muito importante. Ao fazer a Camila me reconectei com a profissão intensamente e foi nessa novela que entendi o tamanho da entrega necessária para o ofício. E realmente foi um marco na minha carreira, a novela ficou gravada como um rito de passagem.

Glamurama: A personagem Camila foi escrita para você por Manoel Carlos. Isso trouxe uma responsabilidade maior?

Carol Dieckmann: Ainda em ‘Por Amor’ (1997) passei por um momento pessoal muito difícil, um amigo querido faleceu e perdi um bebê. O Maneco entendeu o que estava vivendo e se dispôs a mudar algumas cenas finais da Catarina e também disse que estava escrevendo uma personagem para mim na sua próxima novela. Não levei a sério, entendi como um carinho e quando comecei a pensar em voltar ao trabalho, depois que o Davi nasceu, descobri que já estava reservada para uma trama dele. Em seguida, recebi a carta confirmando que ele tinha escrito a Camila para mim. Considero como um chamado, uma alegria que mudou não só a minha carreira, como a minha vida. E junto a isso, muita responsabilidade, claro.

Glamurama: Não tem como não falarmos da cena de seu cabelo sendo raspado que se tornou uma das mais icônicas da dramaturgia. Ainda lembra dela?

Carol Dieckmann: Essa cena foi muito importante para a minha carreira. Primeiro porque era muito jovem e era uma decisão importante. Apesar disso, não tinha noção na época do que aconteceria na minha vida e trajetória artística depois dessa personagem. Essa cena foi um presente porque era muito forte. E fico realizada que a cena, com essa importância para minha vida e carreira, tenha sido também tão importante para várias outras pessoas que lembram dela até hoje.

Glamurama: Chegou a rever a cena depois? O que pode falar da Camila?

Carol Dieckmann: Sim, muitas vezes. É uma cena que as pessoas ligam muito à minha carreira, é muito emblemática. Assim como eu, a Camila também era muito jovem, uma menina inexperiente e imatura que precisava aprender com os próprios erros, o que é algo natural da vida. A curva dramática da personagem foi tão rica por isso e conseguimos acompanhar o amadurecimento dela como mulher com tudo que fez e depois com tudo que passou na trama.

Glamurama: Está acompanhando a reprise?

Carol Dieckmann: Eu fiquei muito feliz ao saber da reprise da novela no Vale a Pena Ver de Novo. Assim como adorei rever a Teodora em ‘Fina Estampa’, que está acabando, e estou vendo a Ediwiges em ‘Mulheres Apaixonadas’, que estreou recentemente no Viva. Ao rever um trabalho viro espectadora e ‘Laços de Família’ foi tão importante na minha vida e na minha carreira que vou me emocionar ainda mais revendo.

Glamurama: Desde ‘Laços de Família’ passaram 20 anos. O que mudou no cenário da teledramaturgia nesse período?

Carol Dieckmann: Acho que mudou muito. A televisão evoluiu, a vida das pessoas mudou bastante e a televisão tem que acompanhar todas essas mudanças. Hoje em dia, há um mundo digital muito forte e é importante tentar fazer esses universos conversarem. Uma das coisas que acredito ter mudado bastante é o timing, que está encurtado. Cenas que antes tinham seis, sete páginas, hoje em dia são, no máximo, duas. Acredito que é uma influência grande desse mundo digital, das séries, de uma dramaturgia mais rápida, mais clipada e que a televisão precisa absorver.

Glamurama: Você é do tipo muito crítica, que não gosta de se assistir porque acha mil defeitos?

Carol Dieckmann: Não sou autocritica, adoro rever meus trabalhos. E quando estrear ‘Laços de Família’ estarei com três novelas ao mesmo tempo no ar. Fico muito tranquila, pois não é possível mudar nada e, ao mesmo tempo, representa uma fase da minha carreira.

Glamurama: Por falar em novela, tem – ou tinha – algo planejado para TV para este ano?

Carol Dieckmann: Terminei alguns projetos, que tinha começado antes da quarentena, e estão ligados ao meu lado pintora. Estou fazendo também minha próxima coleção de biquínis. Não tenho nada programado na TV por enquanto.

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