Vivendo a sensual Iolanda na novela das 9, Carol Castro causou frisson na telinha. Neste ensaio não foi diferente. a atriz mostra que divide muitos adjetivos com sua personagem: é voraz e apaixonada
Por Kanucha Barbosa para a revista J.P de abril
Diva!”, “Linda e talentosa!”, “Uau!” Frenesi nas redes sociais. Só se falava em Carol Castro no dia da estreia de Velho Chico, a nova novela das 9 da Globo. As cenas em que ela apareceu na pele da ardente Iolanda, par romântico de Afrânio, Rodrigo Santoro, causaram uma disparada nos números da audiência, a melhor do horário comparada com as das quatro novelas anteriores. A espetacular nudez de Carol não roubou a atenção do texto de Iolanda, graças à direção precisa de Luiz Fernando Carvalho. “Ele trabalha com o invisível, com o efêmero”, diz ela, enquanto dá um exemplo do nível da minúcia de Carvalho: “Ele é do tipo que para a cena para focar em um pedaço de vestido ao vento”.
No ar, o telespectador viajou com a tomada de Iolanda e Afrânio em uma festa em Salvador. “Ali não tinha texto algum, era uma festa da tropicália. Teve um momento em que o Luiz deu o microfone para a Neusa (Denise Correia, empregada de Afrânio) e eu engatinhei até o microfone e comecei a cantar toda molhada. Foi fluido, como o Luiz gosta”, conta.
A impressão é de que a personagem foi feita sob medida para Carol, ou vice-versa. Iolanda é intensa, romântica, forte e feminina: adjetivos que são facilmente atribuídos à atriz de 32 anos, que já foi casada duas vezes e está apaixonadíssima pelo atual namorado, o violinista Felipe Prazeres. E a importância desse papel é tão significativa em sua carreira que foi até notada por colegas mais experientes, como Dira Paes. “Na noite em que assistimos ao primeiro capítulo de Velho Chico, todos juntos, Dira me chamou num canto para dizer que se a minha participação na novela acabasse ali, eu já teria deixado a minha assinatura.”
Naturalista
Com uma criação libertária – o pai é diretor e produtor teatral e a mãe “já fez de tudo”, de professora de ioga a guia da Disney –, cresceu entre palcos de peças alternativas e mudanças de cidade: morou em Natal, no Rio de Janeiro, em Bauru e, ao todo, estudou em 13 escolas. Para a atriz, falar sobre sexo e nudez nunca foi tabu. “O corpo do ator está à disposição da arte. Não pode ter pudor ou não me toques. A partir do momento que você escolhe ser ator, tem de trabalhar por inteiro”, diz Carol, que também ficou nua na peça Dona Flor e Seus Dois Maridos, de 2008.
Foi justamente no teatro, na peça Terror em Copacabana, que o produtor de elenco Luiz Antônio Rocha a descobriu, na época com 18 anos. Encantado, Rocha indicou a atriz a Ricardo Waddington para o papel de Gracinha, em Mulheres Apaixonadas, com Rodrigo Santoro no elenco. Em 2003, sem precisar passar por um teste, ela estreava no horário nobre. Coincidência ou não, foi o próprio Rocha que sugeriu seu nome para Carvalho em Velho Chico.
Trombone
Além da estreia da novela, outro assunto corria solto nas redes sociais naquela e nas semanas seguintes: a crise política no país. Em meio a boicotes a artistas que apoiam a esquerda e atores que gritam histericamente suas opiniões sobre o governo, Carol prefere a discrição. “Não levanto nenhuma bandeira, a única coisa que quero é um Brasil melhor e, no momento, acho que está tudo errado. Mais do que me posicionar, gostaria de disseminar a união, pois enquanto as pessoas brigam nas redes sociais e desfazem amizades, os corruptos deitam e rolam”, diz. Talvez seja melhor assim, já que o momento é de Carol aproveitar o sucesso desse papel, que certamente irá refletir em sua carreira daqui para frente.
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- Neste artigo:
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- Carol Castro,
- março de 2016,
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