Por Michelle Licory
Maria Frering, a tradição em forma de glamurette, anda fazendo certas mudanças. Primeiro, cortou a cabeleira, marca registrada dela, da mãe, da avó… Desde a semana passada, desfila pelo Rio um comprimento “long bob”, obra de Felipe Freitas, o novo queridinho das mocinhas do high carioca. Quem conhece Maria sabe: para seus padrões, ela radicalizou.
Outra novidade inesperada? Primeiro uma introdução. “Meu nome é Maria Tereza, o da minha mãe é Tereza Antonia [Frering] e o da minha avó é Carmen Terezinha [Mayrink Veiga]. Somos todas muito católicas, devotas de Santa Terezinha, e de Maria. Não posso dizer que de fato acredito em algum deus grego.” Mas… “Escolhemos [ela e a sócia, Camila Cunha] a mitologia grega como tema para a segunda coleção da nossa marca de joias, a Voya.”
“É ciumenta, apronta”
“A gente gosta de fazer um tema que não conhece, para aprender junto. Começamos a estudar… É impressionante como os mitos podem ser usados para interpretar psicologia. É um assunto muito profundo, com quinhentas facetas. A coleção está bem diversa. Vamos contar ‘o começo de tudo’ de acordo com a mitologia. Se tenho um deus preferido? “Tem Gaia, a mãe natureza, que surge do caos, constrói tudo. E Hera, mulher de Zeus, deusa do casamento e da fertilidade. É uma deusa superhumana porque é ciumenta, apronta. Se sou ciumenta? Todo mundo é um pouquinho.”
“Não quer se sentir sozinha”
No dia do nosso papo, Maria estava usando um anel e um brinco da coleção. Antonia, que também estava presente, usava outro modelo de brinco. “Meu anel é inspirado em Gaia. Ela nasce do caos e não quer se sentir sozinha, então cria o céu pra se rodear. O globo representa a mãe natureza. A parte esmaltada representa o céu e todas as constelações. Cada deus do Olimpo é uma constelação, e aqui tem as 12 constelações. Meu brinco, uma fatia de romã, é Hera. Sempre que ela é representada, aparece segurando um romã. Ele tem aquela coroa e também representa a fertilidade, com suas sementes. O brinco da minha mãe é um arco e flecha feito de madeira e hepatita. Representa Eros, deus do amor. Depois que Hera sai do caos e cria o céu, ela percebe que precisa de amor, então ela cria Eros, o cupido. Minha mãe que escolheu esse. Já estou com uma venda garantida.”
“O que a gente penou…”
“Vamos lançar a coleção dia 29. Estamos com vários planos para esse segundo semestre, que vai ser corridíssimo. Vou contar todos pra você, mais pra frente. Na devida hora… Mas posso adiantar que vamos lançar também um site. Aprendemos muita coisa desde que começamos a Voya. O que a gente penou na primeira coleção… Foi a primeira vez que tivemos que escolher embalagem, coordenar evento, venda… Tudo. Surgiram problemas que a gente não sabia que poderiam existir. Nunca tínhamos feito isso antes. Agora estamos mais cientes, mas com certeza ainda teremos muitas surpresas. São mais peças agora. A gente se sentiu mais segura em investir no que já sabe que funciona: temos uma variedade maior de pedras, folhas lapidadas de amazonitas, que representa Dioniso, deus do vinho…” Boa sorte, Maria!
Em tempo: para assistir Maria e Camila falando sobre a primeira coleção, inspirada no Japão, clique aqui.
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