Em 2024, as redes sociais desempenharam um papel fundamental na transformação do cenário literário, impulsionando a popularidade de certos gêneros e moldando as preferências dos leitores. Entre os estilos que ganharam destaque, as romantasias, a healing fiction e os romances dark e taboo se destacaram como os mais discutidos nas plataformas digitais.
O fenômeno das romantasias, uma fusão entre romance e fantasia, conquistou espaço nas listas de mais vendidos e atraiu atenção em feiras literárias ao redor do mundo. Esse subgênero combina elementos épicos com enredos românticos, apresentando aventuras repletas de seres mágicos, batalhas intensas e relações amorosas que frequentemente incluem cenas de paixão ardente.
Diferentemente das narrativas tradicionais de fantasia, onde o foco recai sobre heróis e suas jornadas heroicas, as romantasias priorizam o desenvolvimento das relações amorosas entre os protagonistas. Essa abordagem inovadora tem atraído um público crescente que busca experiências emocionais profundas.
Além disso, dois subgêneros polêmicos emergiram nas redes sociais: o dark romance e o taboo romance. Ambas as categorias exploram temas considerados controversos, envolvendo questões como incesto, violência e outros tabus sociais, criando histórias sombrias que desafiam convenções. Exemplos notáveis incluem “Minha Secreta Obsessão” da autora Melissa Bella, que narra uma relação intensa entre uma personagem e seu padrasto, e “Jogos Distorcidos” de Olívia Lautre, que apresenta um triângulo amoroso bissexual envolvendo vilões.
Enquanto alguns leitores se encantam com tramas mais obscuras que incluem mafiosos sedutores ou mundos fantásticos com fadas e dragões, a healing fiction – ou ficção de cura – também conquistou uma parcela significativa do público. Este gênero, que aborda temas de superação emocional e crescimento pessoal, teve um desempenho notável nas listas de vendas. O livro “A Biblioteca da Meia-Noite” de Matt Haig, publicado pela editora Bertrand Brasil, destacou-se como um dos mais vendidos no Brasil.
Adicionalmente, a presença dos gatos em narrativas leves tornou-se uma tendência nas editoras brasileiras. Obras como “Os Gatos do Café da Lua Cheia” (Intrínseca), “Vou te Receitar um Gato” (Intrínseca) e “Se os Gatos Desaparecessem do Mundo” (Bertrand Brasil) demonstraram o apelo desses felinos nas histórias que buscam aquecer o coração dos leitores.
Os livros religiosos também mantiveram relevância significativa no cenário literário do ano. Títulos devocionais como “Café com Deus Pai”, escrito por Junior Rostirola e publicado pela Vélos, tornaram-se populares nas redes sociais.
O ano também foi marcado por adaptações literárias bem-sucedidas. O filme “É Assim que Acaba”, baseado na obra de Colleen Hoover, encantou os fãs da autora. Por sua vez, a adaptação do livro “Ainda Estou Aqui” de Marcelo Rubens Paiva despontou como uma forte candidata ao Oscar 2025, especialmente após o lançamento do filme estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello. Essa nova versão fez com que o livro voltasse a figurar entre os mais vendidos. O mesmo fenômeno ocorreu com a série da Amazon Prime Video baseada em “Maxton Hall” e com a adaptação para série de “Cem Anos de Solidão” de Gabriel García Márquez na Netflix.
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