Uma mistura de ritmos, apresentações, performances e debates para celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e o Dia de Tereza de Benguela. Quando? Nesta terça-feira, 25 de julho. A data foi reconhecida pela ONU em 1992, na República Dominicana, onde cerca de 32 mulheres se reuniram e discutiram formas de combater as desigualdades e discriminações sofridas em seus determinados países, seja pelo racismo ou pelo sexismo.
GLMRM preparou um roteiro para celebrar a data que é tão importante e cheia de representatividade. À lista!
Para conferir
Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Cultura anunciou uma programação especial na cidade, com objetivo de dar palco a artistas negras, justamente para fortalecer a representatividade dessas mulheres em todos os territórios da cidade e colocar o poder público como força impulsionadora para valorizar, difundir e potencializar talentos de várias gerações.
Nesta terça, a data será celebrada com um show da cantora Paula Lima na Vila Itororó, na Bela Vista, que tem um som marcado pela mistura do samba brasileiro com ritmos negros como R&B, funk e soul. No mesmo dia, o Centro Cultural São Paulo recebe Linn da Quebrada como parte do projeto “Terça Maior: o Jazz no CCSP”, além de canções do álbum “Trava Línguas”. Já no dia 29, MC Soffia anima a Casa de Cultura de Santo Amaro. Para o dia 30, Karol Conká e Preta Batuque agitam o Centro Cultural Tendal da Lapa.
Mulheres Negras da Quebrada – Sarau
O sarau acontecerá com músicas urbanas e MPB, com intervenção de poesias de autoras negras afro-brasileiras da periferia e outros sucessos importantes da música e da poesia negra do cenário brasileiro. Com recorte étnico e performances de poesias de Cristiane Sobral, Conceição Evaristo e Carolina de Jesus, além de músicas de Iza, Elza Soares, Negra Li e outras mulheres.
Serviço: Casa de Cultura Guaianases. Dia: 25/07 às 18h. Livre. Grátis. 120 minutos.
Para conhecer a história
‘Pequeno Manual Antirracista’, Djamila Ribeiro
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Uma leitura rápida para entender como “o racismo não é um ato de vontade individual, mas sim um complexo sistema de opressão que cria a desigualdade social e abismo entre as pessoas”. É assim que a ativista Djamila Ribeiro explica a obra “Pequeno manual Antirracista”, que une 11 estratégias pautadas em filosofia, sociologia e lugar de fala, além de questionar a sociedade através de reflexões coerentes para criar um diálogo limpo e um futuro melhor para todos.
‘Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis’, Jarid Arraes
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A escritora nordestina Jarid Arraes traz à tona histórias impactantes de mulheres negras na história do Brasil que a historiografia colocou no esquecimento, embarcando em momentos distintos da história do Brasil em que essas mulheres estiveram ocultadas e como suas participações foram decisivas para alcançar os objetivos. A obra é uma estratégia estético-conceitual e aborda temas como resistência, liberdade, escravidão, política e religião afro, além de contar com ilustrações fascinantes que fazem o leitor conhecer a história a fundo.
Para ouvir
Podcast Afrofuturo
Liderado por Morena Mariah e Luciene Nascimento, o podcast Afrofuturo reúne conhecimentos ancestrais da cultura afro-diaspórica no contexto atual e apresenta uma didática que une o passado com o futuro, justamente para disseminar a cultura afro para os “ancestrais do futuro”. @faleafrofuturo
Playlist ‘Vozes Mulheres Negras, Latinas e Caribenhas’
Aumente o volume e aperte o play na playlist ‘Vozes Negras, Latinas e Caribenhas’ para celebrar a data. A lista apresenta grandes nomes da música que fizeram e fazem jus a história preta: tem os timbres da rainha Elza Soares, o agito de Iza, os versos de Sandra de Sá, o reggae envolvente de Rita Marley e muito mais.
Para se emocionar
Zezé Motta lidera a terceira temporada do musical “Mulher Negra” no canal E! Entertainment nesta terça-feira em celebração do Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. O programa traz participações marcantes como o da cantora Iza, além das atrizes Luana Xavier e Aisha Jambo e depoimentos impactantes de grandes nomes do ativismo negro, como Taís Araújo, Dandata Mariana, Luedji Luna, Maju Coutinho e Sônia Guimarães. O objetivo é misturar vivências e discutir racismo, machismo, resiliência e empoderamento, enaltecendo a luta das mulheres afrodescendentes latino-americanas e caribenhas por uma sociedade mais justa e inclusiva.
Mais curiosidades sobre a data
1 – A data foi criada pela ONU em 1992, na República Dominicana, onde cerca de 300 representantes de diferentes países se reuniram para discutir soluções contra o racismo e opressão vivida por mulheres;
2- O dia também celebra Tereza de Banguela, mulher líder quilombola que contribuiu apoiando as comunidades pretas e indígenas no século 18.
3 – Tereza foi conhecida como “Rainha Tereza” do quilombo Quariterê, no Mato Grosso, e foi a responsável por dar o primeiro passo para mulheres negras ganharem espaço e terem um sistema de defesa.
4 – Tereza criou um parlamento local, organizou a produção de armas, a colheita e o plantio de alimentos, além de chefiar a fabricação de tecidos que eram vendidos nas vilas próximas. Ela morreu após ser capturada por soltados, mas seu quilombo resistiu por cerca de 20 anos sob o seu comando.
5 – Em 2023 o Brasil terá cerca de 450 atividades em prol da data em 20 estados brasileiros.
6 – Ainda no Brasil, a data só foi legalizada em 2014 com a promulgação da Lei 12.987/2014.
7 – A ideia da data não é festejar e sim fortalecer as organizações voltadas às mulheres negras e reforçar seus laços, trazendo maior visibilidade para sua luta e pressionando o poder público.