Quebrar a monotonia das ruas, apagar o cinza frio e sem vida das paredes com novos tons e texturas, contar histórias. Seja como forma de protesto, luta ou até mesmo mensagens de paz e de amor, o grafite (ou graffiti como também é bastante usado), já foi visto como ato de vandalismo e como poluição visual que só serviam para ‘sujar’ a cidade. Hoje, graças ao empenho e a resistência de artistas, outrora marginalizados, o grafite está entre as manifestações culturais mais contundentes, e é arte! Saiu dos muros das periferias, cresceu e encontrou força nos grandes centros urbanos, galerias e até em museus, não só no Brasil, mas mundo afora. É uma arte que cria conexão entre pessoas e cidades, traz representatividade e reforça o sentimento de união. Nosso muito obrigada aos artistas que nunca desistiram e se empenham a cada dia em trazer seus pensamentos, suas reflexões por meio de traços e cores para nossas vidas.
Binho Ribeiro – @binho3m
Um dos pioneiros na arte do street art no Brasil e América Latina desde 1984, Binho Ribeiro é artista e curador de exposições, no Brasil e no mundo. São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago, Buenos Aires, Nagoya, Tokyo, Osaka, Nova York, Los Angeles, Beijing, Hong Kong, Paris, entre outras, têm obras do artista que também já teve participações em livros como: Graffiti Brasil e Graffiti São Paulo, Graffiti World, Graffiti Planet, Graffiti Argentina Artaq Awards. Dono de um estilo muito peculiar, Fabio Luiz Santos Ribeiro (1971), dá vida a tintas e formas por meio de traços e cenários surreais e repletos de movimento, registram sua presença e contam histórias por onde passa.
Cranio – @cranioartes
Cranio é artista visual e adepto ao free-style. Em sua produção, o artista deixa a inspiração e o momento guiarem a concepção do trabalho e o faz a partir de uma variedade de inspirações que passam pelo surrealismo de Salvador Dalí, por referências pop, por cartoons e por animações. Paulistano de 1982, Fabio de Oliveira Parnaiba, nome de batismo do artista, Cranio como é amplamente conhecido tem o indígena azul como uma das suas marcas registradas. Dono de um estilo muito peculiar e irreverente que pode ser interpretado tanto como homenagens quanto denúncias, suas obras estão expostas mundo afora e já foram apreciadas em diversas exposições também no Brasil.
Crica Monteiro – @crica.monteiro
A grafiteira, ilustradora e designer Crica Monteiro, cresceu em uma das regiões mais artísticas do Estado de São Paulo, o Embu das artes e, há mais de vinte anos, insere sua arte nas ruas da cidade. Mulheres negras, sempre apresentando traços fortes, cores vibrantes e elementos do universo feminino, cultura urbana, natureza e do Hip Hop, permeiam suas criações. Crica já teve trabalhos expostos em diversos estados brasileiros e países da América Latina, como Chile, Bolívia e Peru. A artista fez parte do Projeto Avenida 23 de maio, até então o maior mural da América Latina e sua arte já passou por galerias como o Espaço Carol Martini, Favela Galeria, A7MA, Faculdade Zumbi dos Palmares, Mirante da Paulista. Em 2022 expôs uma de suas telas na 5ª Bienal de Graffiti Fine Art, e trouxe nela uma provocação sobre a falta de visibilidade do trabalho de mulheres na arte de rua. Crica foi uma das participantes do projeto Tarsila Inspira, para o aniversário de São Paulo em 2020. A obra foi seu primeiro mural no centro da capital e traz a sua releitura da obra A Negra.
Finok – @finok
Raphael Segarra, conhecido como Finok, é cria das ruas e de conversas com amigos, de viagens mundo afora e de muitas experimentações. A fascinação pelos mais diversos temas que vai de casas a barracos, do centro à periferia, da lagoa ao mar e, além disso, da diversidade de gente, se transforma em combustível para seus trabalhos em que tons e texturas, em nuances especiais, dão ritmo e caracterizam suas obras. A pintura constitui o seu campo maior de produção, mas elementos como a escultura surgem trazendo uma tridimensionalidade que dialoga com questões voltadas à miscigenação, e escravidão contemporânea. Mundialmente conhecido, o artista paulistano, nascido em 1985, já participou de diversas exposições coletivas no país e também em países como Estados Unidos, Alemanha, Líbano e Rússia.
Kobra – @kobrastreetart
Com obras espalhadas pelos cinco continentes, Eduardo Kobra (1975) é marca registrada brasileira. Da periferia de São Paulo, onde nasceu, o artista começou a ganhar repercussão a partir de uma matéria publicada em 2007, devido ao projeto Muro das Memórias, em que mergulhou no universo das fotos antigas de São Paulo e passou a reproduzi-las nas ruas em tons de sépia ou em preto e branco, apresentando um estilo de grafite diverso daquele que se espalhava pela cidade. Autodidata, foi em Lyon, na França em 2011 onde fez seu primeiro mural fora do Brasil e não parou mais. De lá para cá, já pintou em países como Espanha, Itália, Noruega, Inglaterra, Malaui, Índia, Japão, Emirados Árabes Unidos, além de diversas cidades norte-americanas. Vale citar uma de suas obras mais icônicas: “O Beijo”. Criada no High Line, em Nova York, trata-se de uma releitura bastante colorida da imagem feita pelo fotojornalista norte-americano Alfred Eisenstaedt (1898-1995) em 13 de agosto de 1945, quando o povo saiu às ruas para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial. E, mesmo apagada 4 anos depois de sua execução, ainda é um dos trabalhos mais memoráveis do artista.
Mari Mats – @mari_mats
Mari Mats viu a cultura urbana se expandir ao seu redor na região onde viveu até os 13 anos, na zona Norte da capital paulista, quando foi morar na região central, onde o que era admiração, passou a ser uma vontade em se expressar artisticamente. Lambe-lambes e stickers marcaram o início de seus trabalhos que logo passaram para spray e com o qual não parou mais. Hoje, seus graffitis podem ser vistos em várias cidades do Brasil e em alguns países da Europa. Desenhos caracterizados por um estilo lúdico e descontraído, marcam os trabalhos de Mats que, sempre em movimento, se reencontra diariamente com sua arte, trazendo evolução a cada série ou projeto desenvolvido, conectando sua história e trajetória com o futuro.
Nina Pandolfo – @ninapandolfo
Grafiteira, escultora e artista visual brasileira, Nina Pandolfo é uma das artistas brasileiras do street art mais conhecidas internacionalmente. Suas obras são bastante características. Lúdicas, figuras de olhos grandes que misturam ingenuidade e sensualidade, além de uma riqueza de cores e detalhes, marcam suas criações. Carina, que também é Nina, é paulistana de 1977 e seu vasto currículo está marcado por ter levado a arte das ruas para dentro de grandes museus e galeria mundo afora. A artista já participou de projetos de intervenção urbana em países como Alemanha, Suécia, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, entre outros. Inclusive foi responsável por pintar, em 2007, junto com outros artistas, a fachada do Castelo Kelburn, em Glasgow, na Escócia. Prevista para ser uma intervenção temporária, a obra fez tanto sucesso que acabou se tornando cartão postal da região.
Os Gêmeos – @osgemeos
Gustavo e Otávio Pandolfo, ‘Os Gêmeos” nascidos em 1974, sempre trabalharam juntos. Enquanto crianças, as ruas do tradicional bairro do Cambuci, eram uma tela em branco para o que viria a ser um modo distinto de brincar e se comunicar através da arte. As diversas técnicas de pintura, desenho e escultura que mexem com o imaginário do espectador, transformaram os irmãos em grandes artistas cujo talento e traços, reconhecidos mundialmente, dialogam com a cultura hip hop, principalmente no Brasil. No currículo, mostras individuais e coletivas em museus e galerias de diversos países, como Cuba, Chile, Estados Unidos, Itália, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Lituânia e Japão.
Tico Canato – @ticocanato
Nascido Rafael Evangelista Canato, hoje bastante conhecido como Tico Canato, o artista nasceu em São Paulo em 1983 e passou a sua infância em São Mateus, zona leste da capital. Desde muito cedo, mostrou interesse por traços e cores, principalmente pelo incentivo que veio do pai, produtor gráfico, e da mãe, que tinha como trabalho a pintura de panos de pratos. Sempre me meio a gibis e livros, Tico que é autodidata, cresceu fazendo cópias em papel manteiga de revistas de games e catálogos de carros e, aos 15 anos, conheceu o graffiti. Anos mais tarde, concluiu o ensino superior em Propaganda e Marketing e passou a desenvolver diversos trabalhos em agências e na indústria de moda já como artista do graffiti. Tico Canato já expôs suas obras em países como Espanha e Alemanha e possui murais grafitados na cidade de Miami/Flórida.
Zeh Palito – @zehpalito
Um contador de histórias! Zéh Palito busca promover, por meio de sua arte, a relação de respeito e prazer mútuo entre o ser humano e o mundo natural, muitas vezes inspirando-se nas culturas brasileira, africana e americana. A versatilidade do artista o permite trabalhar com diversas escalas que vão desde grandes murais até obras figurativas em pequena escala sobre tela. Dezenas de murais de arte em mais de 30 países entre África, Ásia, Américas e Europa e inúmeras exposições coletivas, incluindo “When We See Us” no Museu Zeitz MOCAA na África do Sul, “The Culture” no Baltimore Museum of Art e Saint Louis Art Museum, Estados Unidos, The “X PINK 101” no Museu X, Pequim, China, entre outros, figuram no currículo deste artistas no qual pinturas bastante coloridas e que evocam alegria e expõem aspectos políticos pertinentes também falam de traumas e de tristeza entre grupos minoritários.
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