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Um dos povos que mantém de pé uma cultura milenar e admirada por muitos mundo afora, os japoneses saíram da terra do Sol Nascente e desembarcaram em solo brasileiro há 116 anos. Hoje, o Brasil tem a segunda maior comunidade de descendentes de japoneses no mundo, perdendo apenas para o Japão. Mesmo com escrita e fala praticamente ininteligíveis aos ocidentais, japoneses e brasileiros se encontraram em um universo em comum e palavras como tatame, sushi, karatê, karaokê, entre outras, já foram incorporadas ao vocabulário cotidiano.

Na próxima semana, em 18 de junho, é celebrado o Dia Nacional da Imigração Japonesa, data da chegada do navio Kasato Maru, em Santos. Esse foi o primeiro navio que trouxe, a partir do porto de Kobe numa viagem que durou 52 dias, os primeiros 781 imigrantes. Por aqui, formaram famílias, dando origem a novas gerações de nikkeis – cidadãos descendentes de japoneses, que nasceram fora do Japão. Em razão do respeito e da admiração a esse povo cujas tradições estão entre as mais preservadas da história e, também por isso, entre as mais belas, não poderíamos deixar de fazer uma singela homenagem.

TOP 10 dessa semana fala sobre alguns artistas nipo-brasileiros que, com suas artes, não deixam de vivenciar suas histórias e as de seus antepassados, sejam eles próprios japoneses que passaram a viver aqui ou os que já nasceram aqui e não deixam de viver suas ancestralidades.

Claudia Kiatake – @claudiakiatake.art

Foto Daniela Margott

A artista que nasceu em 1970, em São Paulo, tem suas origens nipônicas em seus avós de Okinawa e Tokyo. Incansável na busca por conhecer melhor suas raízes, inicia em 2019 seu aprofundamento na cultura da Terra do Sol Nascente, por meio da prática da caligrafia japonesa, chamada Shodô e, também, inicia o curso de História do Japão pela Abrademi. Claudia produz pinturas abstratas utilizando cera de vela, nanquim, aquarela, pigmento e tecido sobre lona, papel-algodão ou papel japonês washi e esculturas em suportes variados, como cobre, aço corten, aço inox, madeira, entre outros materiais. Atualmente, pesquisa conceitos da estética japonesa, como o efêmero, o vazio e o sutil, relacionados à ancestralidade.

 

Cristina Suzuki – @ cristinasuzuki

Foto: Iara Morselli

Neta de japoneses – a avó é de Yamaguchi e o avô de Nagoya – a artista paulistana, nascida em 1967, é formada pelas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – Santo André, SP. Pesquisa padrões de diferentes naturezas, possibilidades de reprodutibilidade e alternativas de “pulverização” do trabalho de arte, utilizando gravuras, fotografias, objetos, instalações, desenhos digitais e vídeos. No ano em que celebra 20 anos de carreira, Cristina está com individual na Diáspora Galeria, em São Paulo, com a mostra “Crtl+C_Crtl+V” e abre, no próximo dia 29, a mostra “Fazer muitas coisas com uma coisa só” na Pinacoteca de São Bernardo do Campo.

 

Megumi Yuasa

Foto: Denise Andrade

Escultor e ceramista a autodidata, Megumi Yuasa nasceu em São Paulo em 1938 e iniciou nas artes plásticas em 1960 e desde o início da carreira expõe seu trabalho assiduamente, dando preferência à mostras coletivas. Yuasa está sempre presente nas mostras de artistas nipo-brasileiros, assim como nas exposições comemorativas da imigração japonesa no Brasil. Em 1979 inicia atividades como professor de cerâmica, às quais se dedica até hoje, organizando cursos e oficinas de cerâmica. Atualmente, além da cerâmica, utiliza em suas obras materiais como pedra e madeira. Megumi Yuasa é um dos integrantes da mostra “A realidade máxima das coisas” em cartaz até 29 de junho na Galeria Frente, em São Paulo.

 

Rafael Hayashi – @rahayashi

Foto de William Baglione

Rafael Hayashi é artista inserido na vibrante cena contemporânea, explora os conflitos entre sociedade e indivíduo em suas obras. Nascido em 1985, reside em São Paulo, é neto de japoneses por parte de sua mãe e tem sua arte enraizada nas complexidades da metrópole paulistana, onde ele enfrenta e extrai inspiração para suas ideias. Suas pinturas são um mergulho no presente e utilizando as mãos, pedaços de tecido e outros materiais, Hayashi cria uma interação visceral entre os elementos, refletindo não apenas um diálogo visual, mas também uma batalha entre o artista e sua cidade. Influenciado pela arte oriental, especialmente o ukiyo-e (gravura japonesa), e pela pintura contemporânea, Hayashi combina força, precisão e expressividade em seus trabalhos. A MITS Galeria em São Paulo tem obras do artista em seu acervo.

 

Shizue Sakamoto – @ shizue_sakamoto

Foto: Camila Rivereto

A artista que nasceu em Andradina, interior de São Paulo, em 1969, tem na luz um dos fundamentos de suas criações, de modo que ela parece irradiar do centro de suas pinturas. A artista realiza uma pesquisa delicada de cores com as quais investiga a transitoriedade na relação entre as cores, a pintura e o observador. Shizue já realizou dezenas de exposições e suas obras integram importantes acervos, entre os quais a coleção da Fundação Marcos Amaro e da Pinacoteca Municipal Miguel Dutra, em Piracicaba, São Paulo. Atualmente, é representada pela Luis Maluf Galeria de Arte.

 

Takashi Fukushima – @ takashifukushimaart

Foto: Denise Andrade

Filho do artista Tikashi Fukushima (Soma – Fukushima – Japão 1930 | São Paulo – 2001), considerado um dos abstracionistas mais importantes do Brasil, Takashi Fukushima tem as artes como herança direta do pai. No início de sua carreira, Takashi pinta paisagens nas quais expressa em suas pinturas a imensidão do horizonte, representando fios de água, montes e vegetações. Já a partir da década de 1980, a calmaria dá lugar a turbulência das cenas urbanas que passam a dominar suas criações. Mas foi a partir dos anos 1990 que o tom abstracionista passa a se acentuar na obra do artista, que pode ser pensado como uma herança da produção artística do pai. Takashi Fukushima é, hoje, reconhecido como um dos grandes nomes da pintura contemporânea brasileira

 

Tomie Ohtake

Tomie Ohtake – foto divulgação

Impossível não falar sobre ‘a dama das artes’, como também era conhecida Tomie Ohtake (1913 – 2015), quando o assunto é arte nipo-brasileira. Considerada um ícone do abstracionismo informal, Tomie que nasceu em Quioto, Japão, migrou para o Brasil em 1936, onde formou família e se descobriu artista. Além das pinturas, destaca-se também em sua trajetória, esculturas monumentais em diversas cidades brasileiras, incluindo São Paulo, e que se tornaram marcos em suas respectivas cidades. A relevância da artista deu origem, em 2001, ao Instituto que leva seu nome. Localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo, o Instituto Tomie Ohtake é um espaço cultural dedicado às artes visuais e seus cruzamentos com a educação, a arquitetura e o design, sempre aberto ao diálogo com outras linguagens e temas contemporâneos.

 

Tomoshige Kusuno – @ tomoshigekusuno

Foto: Denise Andrade

Japonês de Yubari, (1935), o artista que é desenhista, pintor, artista visual, professor e gravador, estudou na Universidade de Arte e toma parte no Núcleo de Arte de Vanguarda, em Tóquio, Japão, na década de 1950. Imigra para o Brasil em 1960, fixando-se em São Paulo e já no ano seguinte, participa do 10º Salão Paulista de Arte Moderna. Ainda na década de 1960, une-se a artistas ligados a tendências da nova figuração, e participa das mostras Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, e Propostas 65, na Fundação Armando Álvares Penteado – Faap. No Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP, expõe em várias ocasiões, participando da mostra Jovem Arte Contemporânea, na qual recebe prêmios em 1967 e 1972.

 

Yoshitaka Amano – @yoshitaka_amano

Foto Reprodução Internet

É um artista japonês, designer de personagens, ilustrador e cenógrafo e figurinista de teatro e cinema e mistura, habilmente, a tradição japonesa com elementos do art nouveau, surrealismo e pop art, criando um estilo único que habita um espaço onírico, onde natureza, tecnologia e fantasia se fundem, refletindo uma perspectiva que valoriza tanto o passado quanto antevê o futuro. Nascido no ano de 1952 em uma pequena cidade aos pés do Monte Fuji em Shizuoka, Japão, iniciou sua carreira aos 15 anos e ganhou fama pelas suas ilustrações de Vampire Hunter D, desenhos de personagens e paisagens e design de logos para a série de videojogos Final Fantasy da Square Enix. O artista esteve em exposição no Farol Santander, em São Paulo, até o último dia 16 de junho.

 

Yutaka Toyota – @ yutakatoyota.art

Foto: Denise Andrade

O pintor, escultor, desenhista, gravador e cenógrafo nasce no Japão, em Tendo no ano de 1931. No início da década de 1950, frequenta a Universidade de Arte de Tóquio, Japão e chega ao Brasil em 1962, onde se estabelece. A partir da década de 1970, passa a criar, projetar e executar esculturas monumentais – foram mais de cem – para espaços públicos, residências e edifícios, tanto no Brasil quanto no exterior. A Praça da Sé (1978), o Hotel Maksoud Plaza (1979), ambos em São Paulo, o Parque Toyotomi em Hokkaido, Japão (1979) são alguns dos locais escolhidos para tais obras. Em 1973, apresenta mostra individual no Museu de Arte Moderna de Kyoto e, em 1974, expõe na mostra Artistas Japoneses nas Américas, no Museu de Arte Moderna de Tóquio. Um artista bastante ativo, Yutaka contabiliza centenas de participações em mostras ao longo da sua vida e, ainda hoje, tem seu nome e suas obras presentes em diferentes mostras.

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