Pode soar estranho, mas a categoria de “melhor curta de animação” do Oscar 2022 tem como um dos concorrentes mais fortes, um thriller psicológico e político chileno: “Bestia”, do diretor Hugo Covarrubias. Filmado em stop motion (quadro a quadro), o curta conta a história de Ingrid Olderöck, agente da ditadura do presidente do Chile Augusto Pinochet, entre os anos de 1973 e 1990, que segundo consta teve sua vida dedicada à violação da alma das mulheres por meio de torturas sexuais com cães.
“Bestia” chega à maior premiação do cinema com outros prêmios internacionais na prateleira, como o Clermont-Ferrand, em que foi considerado o mais relevante em curtas-metragens; o Festival Internacional de Animação de Annecy, ambos na França, e também o Premio Rigo Mora no Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, no México, e o Grand Prix de Bucheon, na Coreia do Sul.
A agência francesa “AFP” conversou com o diretor Hugo Covarrubias, que explicou o sucesso de sua produção no mundo todo: “Bestia se destaca pelo tema, estética e maneira como o tema político é trabalhado. Também pelo gênero, um thriller psicológico e político que acabou sendo um curta bem diferente e não termina com um final feliz. É bastante cru e poderoso”, revelou o diretor que também comentou a importância de concorrer ao Oscar: “Ser indicado é muito importante porque dá mais credibilidade ao seu filme e obviamente abre portas para uma carreira como diretor de cinema e para a equipe. Mas o mais importante é o assunto que está sendo falado e as pessoas que sofreram esse tipo de assédio”.
Além disso, ele explicou à AFP quem é a personagem principal do curta: “Ela foi uma pessoa que encarnou o mal e reinou no Chile durante a ditadura. Como mulher, ela realizou uma tarefa que era treinar mulheres para torturar mulheres. Uma pessoa que se dedica a violar almas como ela obviamente deve ter tido sua alma violada em algum momento”, respondeu o diretor. “Bestia” está disponível na Netflix.
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