O clima era de muita expectativa para a estreia da ópera “La Fanciulla del West”, de Giacomo Puccini, no Theatro Municipal de São Paulo, no último dia 14.
“A gente entende que não tenha sido feita porque é uma das obras mais difíceis de Puccini, senão a mais difícil. É difícil de montar, de conseguir os cantores certos para os papeis, mas é simplesmente deslumbrante”, diz o regente e diretor musical Roberto Minczuk sobre a obra de difícil execução.
Missão cumprida, com um elenco competente. Com total domínio cênico, a soprano Martina Serafin entregou uma Minnie consistente e carismática, assim como tenor argentino Gustavo Manzitti, no papel de Dick Johnson, e o barítono Lício Bruno, como o xerife Jack Rance.
Mas um dos melhores desempenhos veio de um personagem menor, Sonora, que, na voz do barítono Johnny França, dominou o palco sempre que esteva em evidência.
O mérito da encenação se deve, em grande parte, a Carla Camurati, responsável pela direção cênica dos cantores. Na produção, aliás, outros nomes de peso, como o estilista Ronaldo Fraga, que inovou no figurino trazendo um colorido pouco visto em montagens mundo afora.
A história se passa nos Estados Unidos, na época da corrida do ouro. Espécie de faroeste spaghetti, ganhou ares de história em quadrinho na concepção do Municipal.
A ideia, segundo Camurati, era fazer um western “pop, alegre, diferente do que vemos na maior parte das montagens”, o que combina perfeitamente com o tom cinematográfico da obra.
As próximas récitas acontecem nos dias 19 e 20, com o mesmo elenco da estreia. Nos dias 18 e 21, os papeis de Minnie, Dick Johnson e Jack Rance serão vividos por Daniela Tabernig, Homero Velho e Enrique Bravo, respectivamente.
Fotos: Paulo Freitas
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