O Programa Silvio Santos completa 60 anos nessa sexta-feira (2) e continua sendo apresentado pelo mesmo artista que lhe dá nome e é cheio de superlativos. Um dos homens mais famosos do país, Silvio também é um dos maiores empresários brasileiros que reina quase absoluto entre as celebridades verde e amarelas mais ricas. Apontado em 2012 como o primeiro de todos os outros do Brasil a se tornar bilionário em dólares, o “homem do baú” acabou perdendo esse título no ano seguinte, sobretudo por conta da alta da moeda americana na época, mas, ainda assim possui estimados US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) – mais do que qualquer outra celebridade nacional.
Mas Silvio, que de uns tempos para cá passou a se envolver em polêmicas, é muito mais do que um artista. Empreendedor desde a juventude, ele também é dono de um grupo empresarial, o Grupo Silvio Santos, que emprega mais de 20 mil pessoas e fatura cerca de R$ 3 bilhões por ano. O conglomerado está presente nos mais diversos setores, como mídia (com o SBT), concessionárias de veículos (com a Vimave), turismo (com o Hotel Jequitimar, no litoral do Guarujá) e produtos de beleza (com a Jequiti Cosméticos).
A Jequiti, por sinal, é um dos negócios mais promissores de Silvio atualmente. Com faturamento anual na casa dos R$ 550 milhões, a companhia já é dona de quase 10% do mercado brasileiro de produtos de beleza e, em 2010, chegou a despertar o interesse da gigante Coty, que ofereceu US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) ao empresário pela fabricante de perfumes e afins. No entanto, o SBT, claro, ainda é a maior empresa do grupo com um faturamento anual superior a R$ 1,1 bilhão, que o torna o terceiro maior canal aberto brasileiro em receitas, atrás apenas da Record e da Globo.
Silvio, aliás, também já foi dono de 50% da Rede Record, fatia que ele comprou em 1976 do empresário Paulo Machado de Carvalho, fundador do canal, e vendeu no fim dos anos 1980 para o bispo Edir Macedo, seu atual proprietário. Ele ainda foi banqueiro com o PanAmericano, fundado por ele em 1990. Por conta de uma fraude contábil de mais de R$ 4,3 bilhões, vendeu o banco em 2011 para o BTG Pactual, de André Esteves, por R$ 450 milhões, e ainda se livrou das dívidas.
O apresentador também atuou no varejo em outras épocas, com a criação das Lojas do Baú, que chegaram a ter mais de 120 unidades em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Ele vendeu a empresa em 2011 para o Magazine Luiza, da bilionária Luiza Helena Trajano, por R$ 83 milhões.
Com todo esse dinheiro, seria normal deduzir que ele leva uma vida nababesca, como a maioria dos outros membros do clube dos dez dígitos. Não é o caso. Silvio certamente mora muito bem em uma mansão de dois mil metros quadrados no Morumbi. Além da propriedade, também tem uma casa na Flórida onde costuma passar as férias. Mas, Silvio não tem jatinho particular – ele prefere viajar em aviões comerciais, sempre na classe executiva – e costuma dirigir o próprio carro, sempre sem seguranças por perto.
A propósito, o salário de Silvio gira em torno de R$ 40 milhões anuais. Esse é o valor líquido que ele retira do caixa de suas empresas, já descontados os impostos, o que faz dele um dos maiores declarantes de renda ao fisco do Brasil. Ainda assim, é menos do que os estimados R$ 60 milhões que Fausto Silva embolsava da Globo a cada doze meses.
Adepto de um estilo sóbrio na frente das câmeras, ele usa ternos da Camargo Alfaiataria, de São Paulo, e os encomenda pessoalmente. Em ocasiões especiais, opta por um Ricardo Almeida. No dia a dia, no entanto, suas roupas são comuns e coloridas, geralmente compradas em lojas de descontos dos Estados Unidos, como as da rede de supermercados Walmart, e não raramente em liquidação, do tipo três camisetas por US$ 10 (R$ 50).
E tem mais: anos atrás ele ainda ganhou do CEO e fundador da Netflix, Reed Hastings, uma assinatura vitalícia do serviço após elogiar a série House of Cards em seu programa dominical. Uma economia de pelo menos R$ 19,90 por mês, caso o plano básico da gigante do streaming tenha sido o presente.