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Indiana Jones
Harrison Ford em cena do novo “Indiana Jones” |Foto: Divulgação/Disney

O feriado do Dia da Independência americano, que será comemorado na próxima terça-feira (4), nos EUA, costuma servir de pontapé para o lançamento da época anual mais importante para Hollywood: a de “fabricação” de blockbusters. Como o clima quente do verão por lá dura menos de três meses, e a quantidade de pessoas dispostas a sair de casa no curto período a fim de compensar os outros nove meses em que o frio intenso as convence a ficar embaixo das cobertas surfando na Netflix, a meca do entretenimento investe alto nas superproduções feitas sob medida para essa conjuntura – o que também requer atenção dobrada para saber exatamente o que esse público alvo em potencial quer ver na telona, algo que muda drasticamente a cada doze meses.

E, em 2023 a mudança mais notável nesse aspecto é a presença maciça de veteranos dos icônicos filmes de aventura e ação da década de 1980 no grupo dos protagonistas dos filmes mais aguardados do ano, o que talvez possa parecer contrastante quando se leva em conta que a grande maioria dos cinéfilos da atualidade, nos EUA e no resto do mundo, é formada por millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e pela Geração Z (daqueles que nasceram entre 1995 e 2010), que em ambos os casos só foram descobrir anos depois que um tal Indiana Jones adorado por seus pais na adolescência foi algo tipo o Homem-Aranha da época deles.

Com estreia marcada para essa sexta-feira (30), o novo capítulo da franquia sobre o herói aventureiro interpretado há 42 anos por Harrison Ford é um exemplo dessa tendência. Aos 80 anos, o astro foi um dos destaques em uma pesquisa recente da consultoria americana New Generation Research (NGR), com base nas opiniões de 3.613 pessoas de idades entre 12 e 74, como um dos favoritos entre os respondentes millennials que o classificaram carismático o suficiente para fazê-los comprar um ingresso de Indiana Jones e a Relíquia do Destino, e assisti-lo em sua provável despedida do personagem à moda antiga, numa sala escura de cinema lotada por desconhecidos, porém na qual há uma emoção que gigante do streaming nenhuma conseguiu ainda reformular.

Na mesma pesquisa da NGR, Tom Cruise, de 60 anos, Tom Hanks, de 66, e Morgan Freeman, 86 – todos comandando o elenco de longas aguardadíssimos que serão lançados nos EUA nas próximas semanas -, também figuraram entre os atores consagrados que os millennials preferem assistir nos cinemas. Esses questionados específicos, e também os da Geração Z (que têm o diferencial de preferir os cinemas do tipo “prime”, com poltronas mais confortáveis e garçons para atendê-los durante as sessões), outro dado interessante foi o que chamaram mais ou menos de “personificação” dos personagens nas peles de profissionais renomados e mais próximos da imagem humana depois de anos preferindo o Capitão América e afins, dos quais não costumam voltar para casa pensando em Chris Evans, ao contrário do que pode ser o caso depois de assistirem Ford ou Cruise ainda brilhando, mesmo apesar de suas rugas.

No verão de 2022, os arrasa-quarteirões feitos sob medida para estrear no trimestre dourado faturaram o total de US$ 3,4 bilhões (R$ 16,5 bilhões), abaixo da cifra pré-pandemia de US$ 4 bilhões (R$ 19,4 bilhões, de 2019). De maneira geral, ao longo de todo o ano passado, Hollywood levantou US$ 26 bilhões (R$ 126,1 bilhões), resultado de 27% superior ao de 2021, quando os super-heróis já meio que estavam em declínio. Tanto as receitas do último verão americano quanto o total faturado em 2022 devem bater recordes até dezembro, com muito desse resultado a ser creditado aos tiozões e vovôs que fazem a parcela mais jovem da população se sentir mais protegida depois do abalo que sofreu em razão da pandemia. Nessas horas, a emoção que pode tanto unir quanto colocar os humanos uns contra os outros é tarefa árdua demais até mesmo para o Super-Homem.

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