O Centro Histórico de Salvador recebe uma nova atração musical fixa a partir desta sexta: Funfun no Passo com a Orkestra Rumpilezz. Sempre na primeira sexta-feira de cada mês, às 19h, e seguindo até abril de 2024, o grupo musical reconhecido pela junção de sonoridades rítmicas do candomblé com o jazz se apresentará na Escadaria do Passo, no Pelourinho. A nova programação é fruto da parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Empresa Salvador Turismo (Saltur) e Orkestra Rumpilezz.
Com atabaques, instrumentos de sopro e harmonias do jazz, a orquestra celebra os orixás “funfun”, que se vestem de branco.
O projeto faz parte da programação do Distrito Cultural do Centro Histórico e Comércio, fundado pela Prefeitura de Salvador no mês de maio. Marca também o retorno das apresentações regulares da Orkestra Rumpilezz, paralisadas desde 2021 após o falecimento do maestro Letieres Leite, que fundou o grupo há 17 anos.
Para o titular da Secult, Pedro Tourinho, a parceria fortalece a identidade de Salvador e da Bahia. “Ter a Orkestra Rumpilezz celebrando a paz, a ancestralidade e a música negra todas as primeiras sextas-feiras de cada mês em um lugar tão emblemático como a Escadaria do Passo é uma alegria que apenas Salvador pode oferecer. Vamos seguir promovendo e fomentando encontros de cultura e turismo que fortaleçam sobretudo nossa identidade”, explica.
De acordo com o presidente da Saltur, Isaac Edington, a proposta se soma às ações da gestão municipal para reposicionamento do Centro Histórico. “As apresentações fazem parte do conjunto de iniciativas da Prefeitura de Salvador para a valorização e o fortalecimento desta região da cidade e, ao mesmo tempo, de nossos artistas e de nossa cultura”.
Vibração espiritual
A Orkestra vai revisitar o seu amplo repertório, tocando músicas dos seus álbuns autorais “Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz” (2009) e “A Saga da Travessia” (2016), além dos projetos especiais em que revisita as obras de Moacir Santos e Dorival Caymmi, e também o álbum “Maria Fumaça” do grupo Black Rio. Segundo Rowney Scott, saxofonista do grupo, o fato dos concertos acontecerem às sextas-feiras não é à toa. “A orquestra tem uma vibração espiritual muito forte: traz esse sentimento de espiritualidade. Os tambores, as músicas, o compositor, o maestro Letieres Leite. A gente sempre toca com o botão da espiritualidade ligado. Estaremos todos de branco, nosso figurino primordial, para saudar Oxalá e lembrar do nosso maestro que é de Xangô”.