A exposição “O Elefante e a Safira”, primeira mostra individual de Renato Rios na Galeria Estação, apresenta uma série de 38 obras interligadas por sua poética onírica, que transita entre o figurativo e o abstrato. Com abertura marcada para 25 de março, a exposição conta com a colaboração da curadora Ana Carolina Ralston e marca a estreia da representação de Rios pela galeria. Bacharel em Artes Visuais pela Universidade de Brasília, Rios foi influenciado por artistas como Laura Vinci e Paulo Pasta durante sua estadia em São Paulo desde 2016. Aos 34 anos, o artista acumula uma expressiva produção, sendo esta sua sétima mostra individual, além de prêmios e participações em exposições coletivas.
A escolha da Galeria Estação para acolher sua obra foi significativa para Rios, que vê nela raízes da arte brasileira nas quais sempre acreditou. A exposição apresenta telas que exploram estudos cromáticos inspirados nos universos vegetal, mineral e animal, além de instalações como os polípticos Serestas I e II. Destaca-se na mostra a obra que dá nome à exposição, “O Elefante e a Safira”, inspirada por um sonho que Rios teve enquanto sua esposa estava grávida de sua filha, Aurora.
“As ‘partituras’ convergem, de um lado, com um ovoide chamado Grande Espírito, com 2,5m de largura. Do outro, teremos a tela O Elefante e a Safira. O sonho que inspirou essa pintura me veio cinco anos atrás, quando minha esposa estava grávida de minha filha, Aurora. Eu estava cansado no ateliê e decidi tirar um cochilo muito breve, mas nele tive esse sonho em que uma elefanta entrava pela porta do quarto carregando na ponta da tromba uma safira tão intensa que tudo em volta dela ficava envolto em uma luz azul misteriosa. Quando acordei, fui correndo para o ateliê e em 15 minutos desenhei um elefante azul com um ovo branco na tromba. Pra mim, tudo faz sentido quando eu consigo fazer coisas como essa, pegar uma porçãozinha da vida que me foi dada a ver, e dela extrair e dimensionar a beleza que sempre se abre pra mim”, explica Rios.
Ana Carolina Ralston, responsável pela curadoria, destaca a característica intuitiva do artista, que transita entre a realidade e a imaginação. A mostra encerra-se em 30 de abril, com um bate-papo entre Rios e Ralston na galeria.
No texto curatorial de Ana Carolina Ralston essa característica intuitiva do artista, que transita no limiar entre a realidade e imaginação, também reverbera em outras escolhas de sua poética: “A pintura para Rios é o lugar onde o artista se realiza enquanto sujeito. Tempo e espaço no qual congrega faculdades nos campos analíticos e nos diferentes fenômenos da percepção. Suas escolhas vão ao encontro do pensamento de Antônio Bispo dos Santos (1959-2023), que em sua visão cosmológica diz que um rio não deixa de ser um rio porque conflui com outros, ao contrário. Ele passa a ser ele mesmo e muitos rios, fortalecendo-se. Tal confluência na produção de Rios une visualidades, conecta os mundos figurativo e abstrato”, defende.
Renato Rios, nascido em Brasília em 1989, possui um extenso currículo artístico, com mostras individuais e participações em exposições coletivas, além de prêmios como o Prêmio Aquisição no 48º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto. Ana Carolina Ralston, por sua vez, é uma pesquisadora e curadora de arte independente com vasta experiência em projetos para galerias e instituições renomadas. Já a Galeria Estação, fundada em 2004 por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp, destaca-se por promover a arte brasileira não-erudita, tendo seu acervo reconhecido nacional e internacionalmente.
SERVIÇO
Renato Rios: O Elefante e a Safira Quando: 25/3 a 30/4 Onde: Galeria Estação Endereço: Rua Ferreira de Araújo, 625 – Pinheiros, São Paulo Abertura: 25/3 (segunda-feira), das 18h às 21h. Horários de funcionamento da galeria: segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 15h; não abre aos domingos. Tel: 11 3813-7253 Email: contato@galeriaestacao.com.br Site: www.galeriaestacao.com.br Instagram:@galeriaestacao