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Jean-Luc Godard
Foto: CHRISTOPHE D YVOIRE/Sygma via Getty Images

A morte de Jean-Luc Godard nessa terça-feira (13) por suicídio assistido na Suíça, deixa enlutados não apenas os franceses, que tinham o conterrâneo como um de seus maiores ídolos culturais, mas também todos aqueles que aprenderam a apreciar melhor a sétima arte graças ao profissional da telona que partiu aos 91 anos, por vontade própria, e em razão das várias doenças que sofria e que, no fim da vida, o tornaram dependente de cuidados de terceiros.

Admirado e reverenciado até em Hollywood, por poderosos como Steven Spielberg e George Lucas, Godard revolucionou o meio no qual se consagrou no fim dos anos 1950, auge da “Nouvelle Vague” (“Nova Onda”) que deixou Paris fazendo sombra à Hollywood. Crítico de filmes mais respeitado e também temido de seu tempo, Roger Ebert, que morreu em 2013, definiu em uma de suas resenhas, publicada em 1969, o talento do lendário diretor francês. “Godard é um profissional de primeira grandeza, e não há em nenhum lugar um cineasta tão influente no campo dos longas-metragens como ele”, Ebert escreveu.

 Jean-Luc Godard
Jean Seberg e Jean-Luc Godard em Paris no ano de 1960. Foto: Keystone-France/Gamma-Rapho via Getty Images

No mesmo texto escrito há 53 anos, Ebert também previu que as futuras gerações de jovens um dia teriam a chance de assistir às produções de Godard e, dessa forma, descobririam de onde a indústria cinematográfica realmente surgiu.

Em homenagem a Godard, GLMRM lista 5 fatos sobre o gênio cujo maior legado foi, sem sombra de dúvidas, ter revolucionado e até mesmo remodelado décadas atrás o cinema, que era um antes de sua ascensão e passou a ser outro com seu advento. É lenda que fala?

  1. “Uma garota e um revólver”

Godard certa vez declarou, em resposta a alguém que o questionou sobre onde buscava inspiração para rodar seus filmes, que não precisava de nada além de “uma garota e um revólver”. Isso foi na época do lançamento de um dos maiores clássicos dele, “Acossado”, em 1960, um dos mais marcantes da Nouvelle Vague.

  1. Mudança de técnica

Também foi em acossado que Godard usou pela primeira vez a técnica de edição conhecida como “Jump Cut”, que nada mais é do que um corte em filmagens a fim de remover parte de uma tomada única, resultando em dois planos quase diferentes marcados por essa transição brusca. Essa acabou se tornando uma das marcas registradas dele, copiada até hoje por outros cineastas.

  1. Ele escrevia os roteiros sozinho

Um dos maiores medos das atrizes e atores que topavam trabalhar com Godard – apesar de que, para essa turma, o métier era um presente dos céus – tinha a ver com o estilo dele de filmar suas produções, cujos roteiros também assinava. Por vezes, Godard entregou textos que escreveu minutos antes de gravações de cenas com suas estrelas e astros. Não bastasse isso, ele também tinha o costume de gritar frases e palavras que lhe surgiam na hora até mesmo com a câmera em ação.

  1. Cinéfilo hardcore

Tanto quanto fazer filmes, Godard também gostava – e muito – de assisti-los. E ele fazia isso de maneira quase obcecada, assistindo a mesma produção várias vezes no mesmo dia. O diretor costumava explicar sua necessidade por todos os tipos de fitas e tramas por causa de seu amor pelo ofício e também por acreditar que dessa forma seu talento ficava cada vez maior.

  1. Nunca parou de inovar

Godard tem mais de cem trabalhos no currículo, entre longas, curtas-metragens, documentários, e séries de televisão. Cada um mais diferente do que o outro mas que, em comum, têm sempre o mesmo ar de ousadia e busca por novos territórios para se aventurar. Os maiores exemplos dessa busca pelo diferente, aliás, podem ser claramente vistos em seus filmes mais aclamado, aquele que classificou como “um musical neorealista”, “Uma Mulher É Uma Mulher”, de 1961, a ficção-científica distópica “Alphaville”, de 1965, e a comédia negra “Weekend à Francesa”, de 1967, todas boas pedidas!

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