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Ataque dos Cães
Ataque dos Cães. Foto: Divulgação/Netflix

Poucos subgêneros dentro do mundo do cinema têm oferecido visões tão comoventes do significado do amor e da importância de viver a vida ao máximo quanto o cinema LGBTQIA+. São os chamados filmes queer. Pode ser uma reflexão pioneira sobre o amor proibido, como explorado em produções como “Maurice”, ou o espírito incansável e artesanal de Derek Jarman nos anos 1980, passando ainda pelo movimento New Queer Cinema na década de 1990, cortesia de diretores como Gregg Araki e Gus Van Sant. Alguns dos melhores exemplos do gênero podem ser encontrados na nova safra do cinema queer que testemunhamos atualmente, à medida que grandes estúdios finalmente começam a apoiar histórias LGBTQ+ nas telas, e longas como “Moonlight”, de Barry Jenkins, levam para casa o Oscar de melhor filme.

Como na vida real, a grande magia do filme queer é sua mutabilidade. Pode ser uma ode sincera a duas trabalhadoras transexuais filmada com um iPhone, como “Tangerine”, de Sean Baker, ou uma produção luxuosa com elenco de estrelas de Hollywood, como “Direito de amar”, de Tom Ford. Aqui estão as escolhas do GLMRM com nossos filmes LGBTQ+ favoritos, desde sucessos underground até grandes espetáculos da tela grande.

Fire Island (2022)

Foto: Doivulgação/Prime Studios

Esta adaptação (muito livre) de “Pride and Prejudice”, de Jane Austen, do diretor Andrew Ahn e do roteirista e protagonista Joel Kim Booster, segue um grupo de amigos gays que fazem sua viagem anual de verão para o icônico destino de férias queer Fire Island, apenas para descobrir que seus dias ao sol podem estar contados. Há muito romance em Fire Island, mas o longa realmente brilha em sua representação das nuances da amizade queer.

Tár (2022)

Fotot: Florian Hoffmeister / Focus Features

É difícil pensar em um filme queer recente que tenha gerado mais discussões do que “Tár”, o drama psicológico de Todd Field sobre uma maestrina renomada enfrentando acusações de má conduta. Cate Blanchett traz amplitude e profundidade a Lydia Tár, ajudando a evitar que a personagem se torne apenas um vilão estereotipado. A exploração da obra sobre a questão da sexualidade e do gênero é um lembrete importante de que membros da comunidade LGBTQ+ também são capazes de causar danos.

Ataque dos Cães (2021)

Divulgação/Netflix

Ambientado na década de 1920 em Montana, “The Power of the Dog” detalha as tensões e segredos que surgem quando um rico fazendeiro (Jesse Plemons) traz sua nova esposa (Kirsten Dunst) e seu filho (Kodi Smit-McPhee) para morar com seu rude irmão cowboy (Benedict Cumberbatch). Um retrato lento de masculinidade tóxica que recebeu 12 indicações ao Oscar, o filme de Jane Campion provocou debate sobre se ele tinha uma “beleza queer indefinível” ou “um problema queer”, sem mencionar o debate sobre atores heterossexuais interpretando personagens queer.

Retrato de uma Jovem em Chamas (2019)

Divulgação

Já experiente em retratar o desejo queer na tela, Céline Sciamma fez seu gesto romântico mais grandioso até hoje com “Retrato de uma Jovem em Chamas”, um drama de época que extrai sentimentos de perfeita contenção. No filme, Noémie Merlant interpreta Marianne, uma artista contratada para pintar o retrato de uma jovem (Adèle Haenel) que está prestes a se casar com um nobre italiano. À medida que as duas mulheres constroem uma amizade, o sentimento dá lugar a um caso de amor breve, mas apaixonado – e a algumas das cenas mais surpreendentes do cinema da década

Me chame pelo seu nome (2017)

Divulgação/Warner Bros

Ambientado no norte da Itália, em 1983, “Me chame pelo seu nome” narra o romance entre o adolescente Elio (Timothée Chalamet) e um estudante americano de pós-graduação (Armie Hammer) que trabalha com o pai arqueólogo de Elio. Tendo como cenário a linda região da Toscana, com sua luz dourada, refeições relaxantes ao ar livre e sutis momentos sensuais, o filme recebeu quatro indicações ao Oscar (incluindo melhor filme e melhor ator para Chalamet) e se tornou um clássico do gênero.

Moonlight (2016)

Divulgação

Embora um contratempo no Oscar de 2016 tenha dado a “Moonlight” uma notoriedade equivocada, o filme dirigido adaptado de uma peça de Tarell Alvin McCraney e dirigido por Barry Jenkins é uma poderosa história de amadurecimento em três capítulos da vida de um homem negro e gay que cresce em um bairro pobre de Miami. A cena que mostra os dois protagonistas se reunindo em um restaurante após anos separados, é uma das mais emocionantes dos laços inquebráveis do amor queer.

Carol (2015)

Divulgação

Um mestre do melodrama moderno, Todd Haynes deu vida ao romance ambientado nos anos 1950 em “Carol”. Trabalhando a partir de um roteiro que existia há quase 20 anos, a roteirista Phyllis Nagy escreveu seu primeiro rascunho no final da década de 1990 e Haynes colocou Cate Blanchett e Rooney Mara como as amantes lésbicas centrais da história, que sofrem ameaças e chantagens de seus parceiros. Com seu segmento cult já bem estabelecido, o filme foi indicado a seis Oscars em 2016, incluindo melhor atriz, melhor atriz coadjuvante e melhor roteiro adaptado.

Tangerine (2015)

Divulgação/Paris Films

O filme de destaque de Sean Baker, “Tangerine” – famoso por ter sido filmado inteiramente com um iPhone -, traz uma visão empolgante, engraçada e tocante de um dia na vida de duas trabalhadoras transexuais que buscam vingança contra um namorado que traiu enquanto uma delas estava na prisão. Um retrato de uma amizade inquebrável forjada às margens da sociedade graças às suas estrelas carismáticas – Mya Taylor e Kitana Kiki Rodriguez -, que trazem energia e senso de humor para cada cena.

Direito de amar (2009)

Divulgação

Quando Tom Ford anunciou pela primeira vez que iria adaptar “A Single Man” (“Direito de amar”, no Brasil) para o cinema, teve quem não acreditasse no resultado. Ledo engano, já que o filme é profundo, sem abrir mão da elegância que é marca registrada do designer cineasta. A história se passa nos anos 1960 e fala de um professor enlutado (Colin Firth), sua melhor amiga que nutre um amor não correspondido por ele (Julianne Moore) e um estudante sexualmente ambíguo que promete a possibilidade de um amor proibido (Nicholas Hoult). Uma comovente representação do luto e do desejo que merece todos os elogios que recebeu.

Tudo Sobre Minha Mãe (1999)

Divulgação/20 Th Centrury Fox

Embora praticamente qualquer um dos melodramas de Pedro Almodóvar das décadas de 1980 e 1990 pudesse entrar nesta lista, poucos tiveram o mesmo impacto mundial, depois de ter faturado o Oscar de melhor filme estrangeiro, que “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999). Uma mãe solteira, cuja recente morte do filho a leva a uma jornada para reconectar-se com o pai do menino, agora uma mulher transgênero, aborda temas sensíveis à comunidade trans como maternidade e família.

Maurice (1987)

Divulgaçãoi

Ismail Merchant e James Ivory foram as pessoas perfeitas para adaptar “Maurice”, história de amor gay escrita por E.M. Forster na década de 1910, mas publicada somente após sua, quase 60 anos depois. No filme, James Wilby interpreta Maurice Hall, um jovem de Oxford que se apaixona por seu melhor amigo, Clive Durham (Hugh Grant no início de sua carreira). A atração é mútua, mas Clive tem uma posição social a manter, então, com o tempo, termina seu relacionamento romântico com Maurice, que vai parar nos braços de Alec Scudder (Rupert Graves), guarda da propriedade da família de Clive.

Pink Narcissus (1971)

Divulgação

Você não assiste “Pink Narcissus”, o influente filme de arte de James Bidgood, de 1971, apenas pela trama – que consiste basicamente nas fantasias sexuais lúdicas e alucinógenas de seu personagem central, um garoto de programa -, mas também pelos visuais bregas e extravagantes. O criador do longa permaneceu desconhecido por muitas décadas, com algumas especulações de que havia sido dirigido por Andy Warhol, mas em 1999, a verdadeira identidade de Bidgood foi descoberta – e o clássico underground passou por um processo de redescoberta.

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