O cantor e compositor carioca Mihay acaba de lançar seu quarto álbum, “Maré Vermelha”, que conta com uma das últimas canções escritas por João Donato. Além de cantar e compor, Mihay também dirigiu os clipes do disco e atua como fotógrafo, editor de vídeo e roteirista. O multiartista é neto do pintor, compositor e violinista húngaro Mihay, de quem herdou o nome e a paixão pelo universo cultural.
Nesta quarta, 18, o músico apresenta o videoclipe da música “Vento”, o terceiro do novo álbum. Com direção dele, Lara Lazaretti e Almir Chiaratti, traz imagens captadas no pôr do sol em câmera lenta no Rio de Janeiro. “A beleza está na própria locação, bem característica desse cenário cinematográfico onde vivemos e que nos inspira diariamente. As imagens do grupo de amigos jogando bola numa praça, que fica ali no Quadrado da Urca com o Cristo Redentor no fundo, poderia estar acontecendo em qualquer praça da nossa cidade. Contudo, essa representa bem a nossa relação com o mar e com a paisagem. Estar nela é estar dentro de um dos cartões postais do Rio”, comenta o artista.
O clipe é uma homenagem ao Rio e ao carioca. “As cenas sincronizaram bem com o espirito despojado e com a melodia da música. Foi a maneira que encontramos de venerar o ser humano natural desse pedaço de paraíso. O Rio pode ter infinitos defeitos, mas seguimos sofrendo e sorrindo, resilientes e genuinamente alegres. A alegria é revolucionária e pode, às vezes, parecer nossa única arma e é poderosa”, completa.
GLMRM conversou com Mihay sobre o lançamento, o disco novo e sua carreira. Confira o clipe novo e o bate-papo!
GLMRM: O disco saiu este mês e já lançou 3 clipes. Como tem sido a recepção ao novo trabalho?
Mihay: Tem sido muito boa. Tenho recebido feedbacks muito positivos deste álbum, não só do público mas também de colegas artistas. Dos clipes também. Tive a honra de ter na música “Coração no Lixo” as participações especialíssimas da Assucena e Thiago Pethit, que participaram também do clipe. Acho que rolou uma química muito boa entre a gente em cena. Dividi a direção deste clipe com a Pri Garcia. O segundo clipe é de “Coração Dilacerado” e fizemos ele todo com imagens feitas de um drone pilotado por um fotógrafo português chamado Nuno Rodriguez. Dirigi, roteirizei e editei. Ele também tem recebido muitos elogios. Depois que lancei o disco pintaram algumas propostas de shows em Minas e São Paulo e estou bem animado em rodar pelo Brasil.
Você vem de uma família artística e atua em diversas áreas da música e artes visuais. Há uma preferência?
Acredito que está tudo interligado. Uma coisa puxa a outra. Amo cantar, fazer shows e gravar discos, mas também amo dirigir clipes e os trabalhos acabam se misturando. Muitos artistas que me convidaram para dirigir o clipe deles acabaram participando dos meus discos. Foi o caso de Chico César, Mariana Aydar e Romulo Fro Clues. Acaba acontecendo naturalmente essa troca, colaboro com o trabalho deles através do audiovisual e acabam se identificando com minha música e colaborando com minha carreira musical, cantando comigo em meus discos. Nunca trabalhei em firma ou escritório, mas já fui da técnica. Trabalhei alguns anos como iluminador da Sala Baden Powell. Minha rotina era subir e descer aquelas escadas altíssimas para afinar os refletores do teatro e durante os espetáculos operava a mesa de luz.
Você tem vários trabalhos em parceria com João Donato. Pode destacar alguma que tenha um significado especial?
João Donato esteve presente em todos os meus álbuns. Nos últimos anos já me deu a honra não apenas de gravar no disco dele, mas de cantarmos em uma turnê internacional. Difícil destacar um trabalho porque todos foram muito especiais, mas essa música inédita que gravamos tem esse significado especial por ter sido a última música que fizemos juntos e gravamos um mês e alguns dias antes de sua partida.
Você pretende fazer shows deste disco?
Sim, com certeza. Para mim a melhor parte de lançar um álbum é levar o disco para o palco. Por enquanto só posso anunciar o show de lançamento no Rio, que vai ser no dia 16 de novembro no Clube Manouche, no Jardim Botânico. Mas já adianto que estamos organizando uma turnê para 2024.
O que está tocando no seu fone de ouvido neste momento?
Estou numa fase bem setentista, escutando muito os primeiros discos do Jards Macalé e Sérgio Sampaio. Outro disco que fica em modo repeat no meu fone é o “Carlos Erasmo”, do Erasmo. Estou sempre atento também aos artistas da minha geração. Adorei o disco novo da Assucena e tenho escutado bastante o trabalho do meu parceiro Giovani Cidreira.
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