Mestre das palavras, o compositor Aldir Blanc deixou músicas inéditas para serem lapidadas após sua morte, quando foi uma das vítimas por complicações de Covid-19, em maio de 2020. Esta semana, chega às plataformas faixas que o cantor e letrista deixou guardadas no álbum “Aldir Blanc Inédito”, com amigos e admiradores, interpretando 12 novas canções. No próximo mês, o trabalho ganha edição física (em CD) pela gravadora Biscoito Fino.
Maria Bethânia empresta a voz à faixa “Palácio de Lágrimas”, parceria dele com Moacyr Luz. “Aldir, o Brasil sabe do grande compositor, grande cronista do sentimento da sua gente. Uma honra e grande alegria poder retribuir, demonstrar minha gratidão a um artista brasileiro que tanto me defendeu quando o Brasil me machucou. Linda música dele e do Moacyr que coube a minha voz. Viva Aldir e sua vida de luz”, exclama a cantora.
Com arranjos de Cristóvão Bastos e produção musical de Jorge Helder, o projeto gravado de julho a agosto deste ano, conta com vozes de Chico Buarque, João Bosco, Dori Caymmi, Ana de Hollanda, Leila Pinheiro e Alexandre Nero, último parceiro de Aldir. O designer e ilustrador Elifas Andreato assina a arte de capa. O projeto foi gravado em tempo de celebrar os 75 anos do compositor e cronista, nascido em 2 de setembro de 1946.
A ideia do álbum surgiu quando a viúva do cantor Mary Lúcia de Sá Freire voltou de uma viagem ao sul do País, no início deste ano. Determinada a rever sua nova jornada e honrar a memória de Aldir, Mary reuniu manuscritos, letras e poesias inéditas, material que chegou até a gravadora carioca pelas mãos da cantora e compositora Ana de Hollanda e de Sônia Lobo, administradora do braço editorial da Biscoito Fino, chamado Nossa Música. O trabalho tomou forma a partir da contribuição de parceiros e amigos de Aldir Blanc: algumas músicas já estavam finalizadas, outras ganhariam melodias neste ano.