Com menos de 100 páginas, “Vamos comprar um poeta”, do português Afonso Cruz é narrado por uma menina de cerca de 12 anos. Vivendo em uma sociedade dominada pelo materialismo e em uma família pautada pelos lucros e estatísticas, ela decide pedir ao pai um poeta.
Como quem pede por um animal de estimação, a pequena leva o artista para casa para que ele declame seus versos no cotidiano “matemático” da família. Perto de uma mãe cansada e um pai sobrecarregado com as contas a pagar, o poeta, que custa pouco e é bem calado, tem muito a dizer, toca no fundo da alma e faz refletir.
Publicado no Brasil pela editora Dublinense, a fábula conduzida com humor e leveza faz pensar sobre o utilitarismo e o papel da arte em um mundo no qual tudo precisa ser mensurado. A distopia traz questionamentos sobre os valores e a forma de vida das novas gerações. A leitura é fácil e rápida, mas podemos apostar que ao revelar a importância da arte para o desenvolvimento de uma sociedade mais humana ela irá marcar sua vida.
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