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Theo James
Divulgação/HBOMax

No ar desde o fim de outubro, a segunda temporada da aclamada “The White Lotus”, nova série hit da HBO, contém uma cena na qual Cameron, personagem interpretado pelo astro em ascensão Theo James, aparece durante apenas alguns segundos como veio ao mundo enquanto troca de roupa. Apesar de curtíssimo, o nu frontal de James acabou se tornando um dos principais assuntos nesse retorno da comédia-dramática à telinha.

O único porém sobre o momento “X-rated” do ator de 37 anos na produção criada por Mike White, que aborda as diferentes personalidades de hóspedes e funcionários cheios de disfunções que se cruzam vez por outra em um resort, é que James, na
verdade, não ficou totalmente pelado no set.

“Eu usei um pênis prostético gigante, parecia que tinha sido arrancado de um macaco”, confessou o novo galã da telinha em uma entrevista recente que deu para a “Variety” e também a Jimmy Fallon em seu talk show (veja abaixo). E tal revelação deixou algumas pessoas decepcionadas.

“Eu usei um pênis prostético gigante, parecia que tinha sido arrancado de um macaco”

Theo James, sobre cena de nudez de Cameron em “The White Lotus”

Uma delas é o professor emérito da Universidade do Estado do Arizona Peter Lehman, especialista em assuntos de filme e televisão e autor de um livro publicado em 1993 sobre a representação da nudez masculina em Hollywood. Para Lehman, “The White Lotus” e todas as outras produções que recorrem a atributos como o pênis de mentirinha que cobriu o real de James acabam estereotipando ainda mais algo que se propõem a retirar um estigma: a pura e simples naturalidade de exibir o corpo humano como é em vídeo.

Em artigo escrito para o site “TheConversation.com”, o professor foi mais adiante e acusou as atrizes e os atores que fazem uso dessas peças de borracha de reforçar tabus como esse e até de atrapalhar o avanço positivo da igualdade de gênero –uma vez que a nudez feminina foi muito mais explorada historicamente em filmes e séries.

Lehman também apontou em seu texto uma espécie de “caretização hollywoodiana”, usando como exemplo para sustentar essa sua opinião o fato de que a revista
para adultos “Playgirl”, lançada em 1973 nos EUA, continha logo em uma de suas primeiras páginas um homem completamente peladão “in natura”.

“Mostrar os pênis verdadeiros e como são, sejam pequenos ou grandes, é o que seria verdadeiramente revolucionário”

Peter Lehman, professor emérito da Universidade do Estado do Arizona

E o pior é que até o elenco principal de “Minx”, outra série produzida pela HBO Max, também parecem ter certos pudores quando precisam gravar cenas de nus na comédia sobre a criação de uma revista erótica para mulheres nos anos 1970 e igualmente usam tapa-sexos ou pênis prostéticos como o que James descreveu ser grande demais.

“Mostrar os pênis verdadeiros e como são, sejam pequenos ou grandes, é o que seria verdadeiramente revolucionário”, Lehman conclui em seu artigo.

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