Quase sete décadas depois de terminar o casamento com Pablo Picasso, um notório narcisista segundo relatos das mulheres que viveram com o gênio das artes, Françoise Gilot está com tudo. Artista como ele, Gilot e Picasso ficaram juntos durante 10 anos até 1953, e tiveram dois filhos, Paloma e Claude Pierre Pablo Picasso (ela também é mãe de Aurelia Simon, fruto de um relacionamento posterior). Pintora de 1,6 mil quadros, e algo entre 4 e 5 mil gravuras, Gilot ouviu do ex famoso que jamais seria alguém na vida depois de deixá-lo – ela é conhecida como a primeira e única mulher que o abandonou – mas hoje em dia suas obras batem recordes em leilões, com preços entre US$ 150 mil (R$ 807 mil) e US$ 500 mil (R$ 2,69 milhões).
Prestes a completar 100 anos em novembro, Gilot tem exposições abertas no momento no museu Estrine de Saint-Rémy-de-Provence, no sul da França, nas galerias Patrick e Jillian Mac Fine, de New Orleans, e em breve terá uma outra inaugurada na Várfok Gallery de Budapeste. A próxima venda no martelo dos trabalhos dela, que está sendo organizada pela Christie’s, vai acontecer no mês de seu centenário, na filial da casa de leilões de Hong Kong.
Gilot vive em Nova York, e até recentemente se dividia entre a cidade americana e Paris, que considera como sua segunda casa. Sua renda provém da própria arte e também dos lucros que obteve com a venda de um retrato da série “La Femme-fleur” de Picasso dedicado a ela, e vendido em leilão anos atrás. Entrevistada recentemente pelo “AirMail”, ela não falou sobre o ex, mas garantiu que continua tendo uma alma de artista. “Não pertenço a movimento nenhum, vivo a arte conforme ela se apresenta a mim”, disse Gilot, que continua muito bem articulada e tem excelente memória, segundo seus amigos mais próximos.
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