Exposições “Pintando formas com agulha” e “Caminhos” de Cláudio Solferinina na Galeria Kovac & Vieira

Isabella Despujols, artista venezuelana radicada em Lavras (MG), apresenta sua primeira exposição individual em São Paulo em 2024. Suas seis obras deslumbram à primeira vista com seu rigor geométrico e o baile de cores bordadas sobre a tela, mas uma análise mais aprofundada revela um processo calculado, arquitetônico e sensível. Despujols, cuidadosamente, cria, desenha, projeta, transpõe, borda e finaliza cada obra, atribuindo igual importância à forma e à cor. Seu trabalho estabelece um diálogo com linguagens artísticas como a concreta, a ótica e a cinética, mobilizando uma enorme bagagem teórica e domínio técnico.

A pintura com agulhas de Despujols transcende fronteiras, conectando nações, experiências cotidianas e saberes antigos. Suas obras convocam a sensibilidade do público, atualizando as vanguardas artísticas ao explorar linhas coloridas, formas abertas e fechadas, e inesperadas sobreposições.

Por outro lado, a trajetória de Cláudio Solferini emula os caminhos da história da arte na série “O que há por detrás” apresentada em “Caminhos”. Iniciando sua carreira representando a realidade com o figurativo, Solferini evolui para a abstração, com elementos que aludem sutilmente à imagética da arquitetura. Suas obras cinéticas extrapolam este movimento para o terceiro plano, convidando o espectador a percorrer caminhos guiados pela luminosidade.

A vontade de Solferini de revisitar figuras geométricas, a sobreposição de matizes e as perspectivas revela um certo desapego, enquanto o uso da luz confere às imagens abstratas silhuetas de paisagens arquitetônicas, levando o espectador a questionar o que há por trás desses blocos de cor e sombra.

GLMRM mostra alguns cliques da abertura que aconteceu no dia 07, terça-feira:

Assim, as exposições de Despujols e Solferini na Galeria Kovac & Vieira oferecem uma experiência rica e diversificada, convidando o público a explorar as interseções entre forma, cor, luz e perspectiva, enquanto refletem sobre as evoluções e os questionamentos da arte contemporânea.