Longe da telinha desde o fim de 2016, José Eugênio Soares, o Jô, morreu na madrugada dessa sexta-feira (05), aos 84 anos. Detentor de um título que dividiu com muito poucos outros colegas famosos ao longo da vida, o de ícone original da televisão brasileira, já que atuou nela praticamente desde seus primórdios, não é exagero dizer que essa experiência o tornou um de seus “pais”.
Aclamado por aqui e com o talento reconhecido até no exterior – o “The New York Times” já descreveu o eterno gordo mais querido do Brasil como um “homem da renascença do show business nacional” e ainda sugeriu que ele poderia ter feito sucesso em Hollywood se tivesse tentado isso. Jô foi o tipo de profissional cuja própria história se mesclava com a do país.
E uma das maiores características dele foi sua capacidade de fazer graça com a coisa certa, sempre no momento mais apropriado, ao mesmo tempo em que falava sério e com muita competência sobre temas variados que iam desde aquilo que une os geógrafos e os bêbados (“ambos concordam que a Terra gira”, o artista multimídia brincou certa vez) aos altos e baixos da política.
Em homenagem a esse gênio das palavras que nos deixou e que vai fazer muita falta, e também à sua língua e mente que sempre estiveram afiadas, GLMRM lista abaixo 10 das inúmeras tiradas épicas dele que, cá entre nós, continuam atualíssimas.
1 “Não há amizade, por mais profunda que seja, que resista a uma série de canalhices”
2 “No Brasil, quando o feriado é religioso, até ateu comemora”
3 “Nunca faça graça de graça. Seja humorista, e não político”
4 “O material escolar mais barato que existe na praça é o professor”
5 “Quando saber se o casamento tá ruim? Quando você está engolindo sapo em vez de estar comendo a perereca”
6 “Não existe esse negócio de terceira idade, só existe duas opções: vivo ou morto!”
7 “O ar, quando não é poluído, é condicionado”
8 “A comissão faz o ladrão”
9 “Não há nada de errado com a juventude que a idade não cure”
10 “Se existe tanta crise é porque deve ser um bom negócio”