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Manoel Soares é um apresentador multiplataforma, escritor, jornalista e ativista social, cuja trajetória inspiradora o levou de uma infância marcada pela violência em Salvador à conquista de um espaço significativo nas telas. Seu percurso foi marcado por persistência e resiliência, enfrentando adversidades como a vivência em situação de rua e trabalhos diversos, como gráfico e na construção civil.

Graduado em Comunicação Social pela ULBRA, Manoel iniciou sua carreira na comunicação há mais de duas décadas, destacando-se na RBS TV, afiliada da Globo, no Rio Grande do Sul, e posteriormente integrando programas como Profissão Repórter, Se Joga, Fantástico e É de Casa. Sua atuação na televisão vai além do entretenimento, sendo uma voz ativa na conscientização social e no combate ao racismo estrutural.

Em 2022, foi nomeado Embaixador Cultural da União Africana, uma honra que o inspira a promover a integração entre os países africanos e a reparação de injustiças históricas. Seu compromisso com a causa é evidente em seu livro “Para Meu Amigo Branco”, transformado em peça teatral vencedora do Edital Sesc RJ Pulsar 2022.

Além disso, Manoel lançou o projeto multiplataforma Bombou em 2023, proporcionando ao público uma visão rápida e criativa das principais notícias e histórias impactantes da mídia e das redes sociais. Sua parceria com o iFood visa dar destaque às histórias dos entregadores, demonstrando sua preocupação com questões sociais.

Como pai de seis filhos, Manoel é dedicado e busca transmitir valores fundamentais, promovendo uma conexão fraterna e uma educação consciente. Sua participação em debates reflete sua ética e responsabilidade, enriquecendo a conversa com sua diversidade de experiências de vida.

Manoel Soares é uma figura de extrema importância no cenário atual, promovendo a arte, a cultura e a conscientização social de maneira concisa e respeitosa. Sua jornada exemplifica a superação e a capacidade de impactar positivamente a sociedade através do poder da comunicação e da empatia.

GLMRM conversou com Manoel Soares sobre seu impacto na comunicação, engajamento social e os desafios enfrentados ao longo de sua trajetória inspiradora.

Você se reinventou, criando uma plataforma de notícias como uma proposta acessível para levar informação ao público. Como surgiu a ideia do Bombou? Como tem sido trabalhar como um apresentador de multiplataforma?

Quando criamos nossa plataforma de notícias, nosso objetivo era expandir os horizontes do jornalismo e, em pouco tempo, oferecer ao público as principais notícias do dia de maneira acessível e familiar, para que todos pudessem compreender, refletir e discutir temas importantes que permeiam nossa sociedade. A lógica de comunicação é mais dinâmica e simples; nós comentamos os acontecimentos como se estivéssemos em um jantar de família.

Sobre ser apresentador multiplataforma, eu sigo o interesse das pessoas e a relevância que esse interesse pede, então acho que a minha plataforma é o olho e para onde ele for eu preciso ir. Atualmente as pessoas estão olhando para a tela do celular e para a internet e eu preciso seguir isso para me comunicar com o público.

Você trabalha com a família em casa, como está sendo conciliar a vida pessoal com o trabalho?

Compartilho essa experiência do Bombou com a minha esposa, a Dinorá. Minha família está muito envolvida nesse projeto, meus filhos me ajudam na gravação e na edição. As notícias saem de casa e vão para o mundo. Isso é maravilhoso!

Muitas vezes, nós achamos que precisamos escolher o melhor trabalho, o melhor salário, o melhor plano de carreira, mas na verdade, se você escolher as pessoas certas para caminhar junto, priorizando mais os sentimentos bons do que o dinheiro, naturalmente todo o resto crescerá. Essa foi a fórmula que encontrei para fazer tudo funcionar à minha volta e começar coisas novas.

Atualmente o “Bombou” passa por um novo momento com lives diárias. Como está sendo a resposta do público?

Com esse novo momento do Bombou, eu e a Dinorá trazemos as principais notícias do dia com interações ao vivo! O projeto de lives diárias já alcançou mais de 300 mil visualizações em uma semana. A resposta do público está sendo muito positiva, com um aumento de alcance semanal. O Bombou é um projeto vivo, ele vai encontrando o seu formato, sua identidade, seus desenhos e caminhos.

Como autor do livro “Para Meu Amigo Branco”, de onde surgiu a ideia de escrever o livro? E como foi ver a transição do seu trabalho do papel para os palcos, na peça de mesmo nome?

O nascimento do meu quinto filho, com pele clara, foi o catalisador para a escrita deste livro. Inicialmente concebido como um guia pessoal, intitulado ‘Para o Meu Filho Branco’, com o objetivo de oferecer orientações para que ele não se tornasse um perpetuador da opressão em uma sociedade historicamente marcada pelo racismo, o projeto tomou um rumo inesperado. O interesse de amigos cresceu, e o que começou como uma obra pessoal logo se transformou em um livro para meus amigos brancos. Decidi então colocar meu amigo branco no cerne da discussão e incentivá-lo a se autoavaliar. Assim, o livro assume a missão de posicionar a pessoa branca para compreender seu papel nesse contexto, pois nós, negros, já temos uma clareza sobre nossa posição nesse cenário. Esse livro é a soma de muitas vozes que entraram no meu coração e ecoaram na escrita. Não existe uma cartilha definida do que podemos ou não podemos fazer. O Brasil é um país muito jovem, as nossas relações raciais são muito jovens. Tem feridas que ainda doem demais. Esse livro é uma tentativa de usar como arma, o afeto. Quando recebi o convite para transformar o livro em peça, fiquei surpreso, porque, particularmente, eu achei que não teríamos um grupo de pessoas com a coragem de levar esse questionamento para os palcos. A peça leva o livro que eu escrevi alguns quilômetros à frente. ‘Para Meu Amigo Branco’ no teatro é um cessar-fogo racial. Porque o mundo não se divide entre negros e brancos, mas entre pessoas racistas e não racistas. Essa é a corajosa distinção proposta pelo espetáculo.

No mês de abril, dedicado à conscientização sobre o autismo e visibilidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA), tenho notado seu engajamento significativo nesse tema em suas redes sociais. Qual tem sido o retorno do público em relação a essas iniciativas? Você percebe uma interação frequente com pais que também têm filhos no espectro autista? Qual a importância dessas abordagens sobre o tema?

Compartilho minha rotina com meus seguidores para oferecer uma perspectiva sobre como as crianças neurodiversas percebem o mundo de forma única, sendo sensíveis à energia do ambiente. Cada pai e mãe lida de maneira distinta com seus filhos neurodiversos, e através dos comentários, testemunho relatos que enriquecem essa compreensão.

É fundamental abordar o autismo para promover o entendimento. Infelizmente, meus filhos já enfrentaram situações de preconceito devido ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). No entanto, ao refletir sobre como as coisas eram há 15 ou 20 anos, percebo que hoje contamos com uma rede de apoio mais robusta e leis que garantem a inclusão deles. O mundo está se tornando mais preparado para a diversidade neurodiversa. É crucial que todos se esforcem para compreender esse universo, pois somente assim alcançaremos uma inclusão de fato.

 

Créditos
Direção artística @oalemonteiro
Coordenação @pollypiva
Produção executiva @_pivaleticia
Produção executiva: @vit.rribeiro
Fotógrafo @jordanfotografo
Stylist @felipe_castelo_
Beleza @eurenantavarez
Assistente Stylist @emersonavli
Identidade visual @arqcena

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