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Amanda Araujo
Foto: Divulgação/ Pam Martins

Amanda Araujo é a dançarina da cantora Luísa Sonza que tantos falam, assistem e tentam imitar os passos de dança. Com 3,4 milhões de seguidores no TikTok, a bailarina de 28 anos tem crescido cada vez mais na plataforma de vídeos, principalmente após ver a coreografia que criou para a música “Anaconda” virar trend.

“Tenho crescido muito no TikTok, mas a diferença de crescer com uma coreografia minha, de uma modalidade que é muito difícil (a do brega funk), e ainda com passos difíceis é uma realização profissional bem grande,” disse Amanda Araujo ao GLMRM.

Bailarina e assistente de coreografias de Sonza desde 2018, Amanda compartilha que os passos e movimentos criados para “Anaconda” são seus preferidos: “A coreografia [da música] tem todas as bases; tem em cima, no chão e ainda tem jazz funk. Eu e o Flavio Verne, coreografo do ballet, nos divertimos muito fazendo. É muito gratificante colocar todo nosso estudo em uma coreografia.”

O início na dança

A porta de entrada de Amanda para o meio artístico foi o teatro. Aos 7 anos, influenciada pela prima atriz, começou a fazer aulas. “Desde criança eu sempre gostei de dançar e de fazer arte, eu era muito prodígio para a minha idade”, relembra.

Além da prima, sua mãe, uma de suas maiores incentivadoras, viu uma oportunidade de realizar seu sonho pessoal de trabalhar com arte através da filha. “Ela cresceu no interior do Piauí, nunca teve essa oportunidade”, completa.

A partir daí, Amanda nunca parou de estudar arte. Logo que estreou no teatro, começou a fazer cursos complementares, canto, instrumento e dança. “Assim que comecei o curso de dança, me apaixonei. Já sai falando para a minha mãe que queria dançar e era isso”.

Amanda Araujo
Foto: Divulgação/ Pam Martins

Foi então que, aos 9 anos, engatou no mundo da dança. Foram cursos e mais cursos, desde jazz, ballet contemporâneo, até danças brasileiras como o forró, tango e dança de salão. “Nunca fiz faculdade de dança, me formei em cursos livres”, revela Amanda.

Aos 14, Amanda conheceu o street dance, que mais tarde viria a lhe apresentar ao jazz funk, modalidade que dança hoje em dia. “Era bem na época do filme ‘Se ela Dança, Eu Danço’, e, não teve como, me apaixonei pelo street”.

A dançaria relembra ainda que, aos 16 anos – época que os adolescentes são pressionados a pensar no futuro -, ela sentiu medo e decidiu entrar em um curso profissionalizante para arrumar um emprego enquanto deixava as aulas de dança para o final de semana.

“Eu ouvia muito que precisava fazer um curso para trabalhar e garantir meu futuro, afinal, ‘não dá para depender só da dança’. Mas, na minha cabeça eu não me imaginava fazendo nenhuma outra coisa”.

Dois anos trabalhando em um hospital e tentando cursar publicidade foram o suficiente para Amanda quase entrar em depressão. “Eu não consegui fazer aula de dança nesse meio tempo e foi muito difícil para mim,” conta. Apesar da fase difícil, ela teve uma conversa definitiva com os pais a respeito: “Falei que não aguentava mais e que queria dançar. ‘Quero me arriscar mesmo que eu possa ficar sem dinheiro'”

Mesmo sendo de classe-média baixa, os pais de Amanda a incentivaram: “Vamos tentar! A gente te ajuda”, relembra.

Pé na estrada

O primeiro trabalho com um artista de estrada veio aos 18 anos com uma banda de forró. Amanda lembra que saiu em turnê e que chegou a dormir no ônibus da banda: “Era um perrengue, mas foi o meu start para trabalhar com dança.”

Dado o pontapé inicial, ela conta que já trabalhou vestindo os uniformes de Galinha Pintadinha e Minnie Mouse (versão feminina do personagem Mickey Mouse, da Disney, e namorada do mesmo), tudo para conseguir se sustentar e não desistir do sonho de ser bailarina.

“Aos poucos fui fazendo contato com esse meio da dança e ia intercalando com eventos. Até que, em 2015, conheci o Flavio Verne, que veio a ser uma peça chave na minha carreira.”

Na mesma época em que começou a dar aulas de dança, os primeiros trabalhos começaram a chegar. “Um dos primeiros clipe que fiz, foi da Ludmilla, ’24 horas por Dia’ e depois disso as coisas começaram a fluir”. Amanda relembra que começou a viver da dança e chegou a fazer parte do ballet da Aretuza, Maiara e Maraisa e Wanessa Camargo.

Era Luísa Sonza

Em 2018, quando Luísa Sonza lançou o single “Devagarinho”, a cantora chamou Amanda para participar do clipe. ” Ali a gente já se amou”, conta. Com o lançamento de “Boa Menina” anos depois, Flavio e Amanda montaram a coreografia em conjunto, o que fez com que a cantora se apaixonasse pelo trabalho dos dois.

“A Luísa adorou o nosso trabalho, chamou o Flavio para ser coreógrafo e eu fui convidada para ser bailarina e assistente de coreografia”.

Assim nasceu essa parceria de milhões. A bailarina conta que desde o primeiro contato com a cantora, a troca foi de muita admiração:

“Desde o primeiro dia ela me exalta, faz questão de falar que eu danço muito bem e me parabeniza sempre. Construímos uma relação de confiança e de admiração. Ela sempre quer me ajudar e vice-versa”.

Amanda Araujo
Foto: Divulgação/ Pam Martins

A sintonia das duas vem dando tão certo que Amanda ganhou uma parte solo no show da amiga. Quando a música “Malvadão” virou hit no país todo, Luísa, que sabia do potencial da bailarina naquela coreografia, a chamou para dançar no meio do palco. “Ela e o público amaram e esse meu solo acabou ficando como parte do show. Super tem funcionado,” conta empolgada.

Carreira em ascensão no TikTok

Viver de arte no Brasil não é fácil e com a dança não é diferente. No entanto, o TikTok tem mudado um pouco essa realidade. “Eu já passei por muita coisa, principalmente dificuldade financeira, então ter o TikTok como uma ferramenta para alavancar o meu trabalho é incrível,” conta.

Além disso, a plataforma é vista por Amanda como uma maneira de mudar a relação das pessoas com a dança:

“Quem não dança nunca se sente a vontade de se entregar para uma coreografia, mas com o TikTok, por conta das danças com passos mais fáceis, todo mundo tem se entregado; crianças, tias e até mesmo avós. Isso é incrível, a dança nunca foi assim no Brasil.”

Amanda também celebra que hoje em dia não é preciso fazer aula de dança para querer ser dançarino ou dançarina: “A dança faz bem para o corpo, para a alma e para autoestima”. E, segundo ela, a rede social tem o seu lado ruim, mas a questão é usá-la ao seu favor: “Para mim deu certo. Foi difícil de engatar, mas eu não desisti e continuei postando meu trabalho lá”, finaliza.

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