Conheça Agustin Encarnacion, o mexicano do elenco de Cirque Du Soleil

Prestes a estrear no Brasil com Crystal, o primeiro espetáculo no gelo da companhia, o malabarista conta que cresceu no circo e que precisou de três tentativas para ser aprovado na trupe de Cirque Du Soleil.

O Cirque chegou! Neste dia 13 de junho, a trupe do Cirque du Soleil desembarca no Rio de Janeiro, abrindo a temporada de CRYSTAL no Brasil, o primeiro espetáculo no gelo da companhia. Entre a trupe de patinadores, acrobatas e outros artistas, está o malabarista Agustin Encarnacion, mexicano que faz parte da quinta geração de artistas circenses de sua família. Ele se tornou patinador após adquirir uma pista de gelo particular e recebeu três negativas antes de ser aceito na equipe do circo mais famoso do mundo: “Se você se dedicar a isso, mais cedo ou mais tarde você vai conseguir”, afirma.

Como foi crescer em uma família de artistas circenses? Quais foram suas primeiras lembranças do circo?

Venho de uma família circense de 5ª geração no México. O circo está no meu sangue. Minha infância foi cheia de magia e acrobacias, vendo meus parentes fazerem coisas incríveis, viajando junto com meus pais e irmãos pelo México e pelos Estados Unidos, fazendo muitos amigos. Tive uma infância muito agradável, onde meu playground era o circo e um zoológico 24 horas.

Ver meu pai se apresentar no circo como palhaço e trapezista, abraçando elefantes, e meu pai maquiado de palhaço e comer toda a pipoca que eu queria são as minhas primeiras lembranças.

Você sempre soube que também se tornaria artista de circo?

Eu sabia, mas ainda não sabia em qual disciplina, porque adorava tantas e era muito difícil decidir. Minha mãe era trapezista, meu pai era trapezista, domador, palhaço, equilibrista na corda bamba e muitas outras disciplinas. Meu irmão era domador, trapezista, palhaço e acrobata, e minhas irmãs trapezistas. Aprendi a fazer tudo! Minha primeira disciplina foi fazer palhaçadas com meu pai quando eu tinha dois anos, e fiquei fascinado por isso! Naquela idade, eu tinha minha rotina perfeitamente memorizada. Dos 14 aos 21 anos fui trapezista, realizando saltos triplos e muitos outros saltos. O malabarismo foi uma das minhas últimas disciplinas, pela qual fui apaixonado e que me levou até onde estou hoje. Nesta disciplina, sou o primeiro da minha família e já herdei esta arte aos meus filhos, que também são malabaristas.

Sua família tem uma pista de patinação particular, certo? Como foi viver essa realidade?

No circo da minha família, compramos uma pista de gelo para apresentar um circo no gelo. Assim, eu e meus irmãos aprendemos a patinar para fundir a arte do circo com a patinação no gelo, sem saber que isso me levaria mais longe do que eu imaginava.

Sempre foi divertido porque comecei tudo brincando. Depois percebi que era apaixonado e, com muita disciplina, consegui. Agora posso curtir o que sou apaixonado e viajar com minha família, compartilhando minha arte com o mundo.

O que o motivou a persistir e tentar ingressar no Cirque du Soleil em três tentativas?

Minha família, minha paixão, minha tradição. Eles mostraram como exemplo que nunca é tarde; se você se dedicar a isso, mais cedo ou mais tarde você vai conseguir. Estou muito feliz por trabalhar no Cirque du Soleil. Desde criança, me considero mais um fã, e agora poder me apresentar para milhares de pessoas ao redor do mundo e representar meu país é uma honra e um privilégio.

Qual foi o momento mais emocionante e memorável que você viveu no Cirque du Soleil até agora?

São muitos, mas os mais especiais foram quando meu pai e minha família estiveram na plateia da minha estreia com o circo. Outra coisa maravilhosa foi me apresentar para públicos de 8 mil pessoas. É algo de que gosto a cada show e me sinto grato.

Sobre o CRYSTAL, o que você pode compartilhar conosco? Quais são suas principais impressões sobre o show e qual é o seu papel nele?

A história é muito bonita e, em algum momento, todos nos identificamos com Crystal, que é a jovem protagonista da história que luta por seus sonhos, apesar de passar por seus medos. O show é repleto de acrobacias no gelo, algo único que Crystal tem e que vai te surpreender do início ao fim. Meu personagem é o malabarista criado pela Crystal; faço parte do imaginário dela, dos seus desenhos e suas emoções. Com muito malabarismo e patinação, podemos deixar fluir a nossa alegria de estar aqui.