Mais de três décadas depois da estreia de “Top Gun: Ases Indomáveis”, Tom Cruise volta às telonas interpretando novamente o piloto Maverick, em “Top Gun: Maverick”. E o que podia ser só mais uma das inúmeras sequências com apelo à nostalgia dos anos 1980 se revela um dos melhores entretenimentos do ano até agora.
Com o roteiro escrito por Christopher McQuarrie, Ehren Kruger e Eric Warren Singer, o longa nos transporta incrivelmente para uma história cheia de ação e troca de sentimentos. A necessidade de se passar o bastão é claramente posta no filme, mas nem isso consegue enfraquecer os laços que o filme consegue nos mostrar.
Na trama, Maverick, ainda com a patente de capitão, é convocado a assumir um inesperado trabalho: voltar à Top Gun, a elite da marinha americana, e liderar uma jovem equipe de pilotos em uma missão cuja importância é tão grande quanto o perigo que suas vidas correrão.
Dentre esses jovens temos algumas caras já conhecidas, como Bradley “Rooster” Bradshaw (Miles Teller), filho de Goose (personagem interpretado por Anthony Edwards, falecido no primeiro longa, e que era o melhor amigo de Maverick). Penny Benjamin (Jennifer Connelly) está muito bem no filme, mesmo que em alguns momentos a personagem só sirva como alivio cômico.
Nostalgia
Desde a primeira cena, o filme usa de artifícios nostálgicos para prender o espectador. Um exemplo é o uso de músicas do primeiro filme, como a faixa “Danger Zone”, de Kenny Loggins, e um dia ensolarado na praia como cenário para um momento de descontração entre os pilotos. Tudo isso nos faz entender que “Top Gun: Maverick” é uma grande celebração à passagem do tempo e Tom Cruise é um dos poucos astros que pode entender e passar esse sentimento.
Aos 59 anos, Cruise simplesmente não usou dublês em suas cenas pilotando o jato, e isso nos mostra cenas magníficas do ator lutando contra a força G (aceleração relativa à gravidade da terra). “Estou onde pertenço”, diz Maverick, quando perguntado por que ele ainda é um capitão depois de todos esses anos.
Após essa frase, não temos dúvidas que esse é o trabalho da vida do ator, não foi a toa que levou seu novo longa ao Festival de Cannes, após 30 anos sem comparecer ao evento. E por falar em evento, a aparição de Val Kilmer é emocionante, um dos pontos altos do filme, que nos fez criar ainda mais laços com Maverick.
Com 131 minutos de celebração, nostalgia e êxito, agregados a uma fotografia incrível, interpretações muito bem feitas e uma trilha que nos emociona e nos prende na cadeira do cinema, podemos afirmar que “Top Gun: Maverick” é um dos melhores filmes lançados em 2022.
O filme já está em cartaz nos cinemas. Veja mais estreias.