A Casa Museu Ema Klabin inaugura a exposição “Rio de Janeiro, XIX – XXI”, destacando um álbum raro do século XIX e intervenções contemporâneas de PV Dias. Em exibição de 11 de maio a 11 de agosto, a mostra apresenta o álbum “Souvenirs de Rio de Janeiro” de Johann Jacob Steinmann, uma visão europeia da cidade após a Independência do Brasil, com paisagens exuberantes mas omitindo tensões sociais. As obras de Steinmann são enriquecidas pela série “Disse-me-disse” de PV Dias, inserindo figuras contemporâneas que questionam pertencimento e identidade racial.
PV Dias desafia noções históricas, destacando artistas como Denilson Baniwa e Silvana Mendes, cujas “rasuras decoloniais” questionam a narrativa brasileira. A exposição propõe diálogo entre passado e presente, contrastando obras de Steinmann com peças contemporâneas, incluindo trabalhos de Tarsila do Amaral, Frans Post e Di Cavalcanti da Coleção Ema Klabin.
Além disso, a exposição se alinha ao tema de 2024, “Novo Mundo: territórios e identidades”, buscando novas perspectivas sobre a América através de geografia e manifestações culturais. Financiada pelo PROMAC, a mostra integra o projeto Casa Museu Ema Klabin Digital 2024, com apoio da Klabin S.A.
O álbum de Steinmann, produzido após sua passagem pelo Brasil, reflete uma visão europeia da paisagem brasileira, adornada com molduras inspiradas em Rugendas. A Casa Museu Ema Klabin, onde Ema Klabin residiu, preserva uma coleção diversificada, incluindo obras de Chagall e Tarsila do Amaral, bem como um jardim projetado por Roberto Burle Marx e decoração por Terri Della Stufa.
A fundação cultural, sem fins lucrativos, busca preservar e divulgar a coleção de Ema Klabin, oferecendo uma programação cultural variada, desde exposições temporárias até apresentações de música e teatro, mantendo viva a memória da colecionadora e sua contribuição para a cultura paulistana.
“O olhar da curadoria sempre procura dar destaque para um aspecto da coleção reunida por Ema Klabin e colocá-lo em perspectiva com o momento atual, mas esta é a primeira vez que estamos trazendo um artista contemporâneo para criar obras que vão integrar uma exposição temporária na casa museu. Provocamos, com isso, uma interação ainda mais profunda com o mundo e as questões atuais por meio de um diálogo direto entre curadores e entre um artista de hoje e um artista de dois séculos atrás, que contribuiu para um imaginário ainda muito presente sobre o Rio de Janeiro”, destaca a superintendente da Casa Museu Ema Klabin, Fernanda Paiva Guimarães.
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