Na última semana, um caso de homicídio que chocou o País em 2002 voltou à boca das pessoas e tomou conta das redes sociais. Tudo por conta do lançamento dos filmes: “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”, disponíveis na Amazon Prime Video. Os filmes do caso Von Richthofen versam sobre as duas versões em torno do crime dos pais que foram mortos a mando da filha, a jovem Suzane von Richthofen, e levou o então namorado, Daniel Cravinhos, e seu irmão Cristian Cravinhos, para a cadeia.
Leonardo Bittencourt dá vida a Daniel e, ao lado de Carla Diaz, é o protagonista dos filmes. “As duas versões possuem mentiras e verdades. Os filmes não têm o propósito de trazer uma verdade absoluta. O mais importante é que, desde o início, consegui separar meu julgamento pessoal do caso”, explica o ator. Ele conta que nenhum membro da produção entrou em contato com os envolvidos no crime, visto que todo o auto do processo é de conhecimento público, o que foi essencial para a liberdade na hora de criar.
Ator desde a infância em Manaus (AM), onde atuava em peças de teatro e cursava interpretação, Bittencourt mudou-se para o Rio de Janeiro, em 2013, aos 19 anos, para estudar Teatro na Casa das Artes de Laranjeiras. Cinco anos depois, em 2018, deu vida a Hugo Rabelo, em “Malhação: Vidas Brasileiras”, na Globo. Na emissora, ainda participou da série “Segunda chamada”.
Ao GLMRM, o ator contou bastidores da produção, seus novos projetos e o que aprendeu com “Malhação – projeto que o levou ao grande público e foi cancelado na última semana pela Globo. Leia a íntegra:
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Lá se foi uma semana desde que os filmes estrearam. Já pode dizer que algo mudou na sua vida?
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Estou muito feliz com o feedback que venho recebendo do público. Apesar de eu já ter participado de outras experiências com grande audiência, os filmes têm atingido um público enorme e confesso que nunca tinha recebido um volume tão grande de mensagens como agora. Estou muito feliz! São mensagens sempre elogiando bastante o trabalho e dizendo que a atuação é um dos pontos altos dos filmes, o que me motiva ainda mais, pois meu maior foco mesmo é o trabalho que desenvolvo e todas as outras coisas que surgem a partir disso são consequências. Agradeço imensamente o reconhecimento!
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Qual versão você achou mais factível diante das histórias apresentadas nos longas? Acredita mais na versão da Suzane ou do Daniel?
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As duas versões possuem mentiras e verdades. Os filmes não têm o propósito de trazer uma verdade absoluta. O mais importante é que, desde o início, consegui separar meu julgamento pessoal do caso. Por isso, não tenho uma opinião sobre o que é mais factível e acho que para o desenvolvimento do personagem esse foi o lance mais interessante.
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Os Instagrams de fofoca começaram a dar você como “símbolo sexual”, mostrando o Leonardo fora do personagem. Você levou de boa essa tietagem?
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Fico super lisonjeado com todos os elogios. Essa é uma forma de carinho que venho recebendo do público e agradeço muito (risos). Meu foco é seguir aprimorando e evoluindo como ator.
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Em recente entrevista, você falou que os “becks” (cigarro de maconha) foram substituídos por camomila. Teve alguma outra curiosidade de bastidores que possa contar?
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Durante a gravação na casa dos Cravinhos, fomos surpreendidos por um bando de passarinhos que tinham um ninho na árvore que fica em frente à casa. Em determinados momentos do dia, ficava bem difícil gravar por causa do canto deles. Com isso, a ideia que a produção de áudio teve foi inserir uma gaiola com um passarinho em cena para ‘disfarçar’ o som alto. E esse novo passarinho acabou virando parte do filme, o Biro Biro.
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Há um delírio coletivo em torno dos ‘true crimes’, seja em séries de TV, filmes e podcasts… Você acompanha algum?
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O gênero true crime é explorado internacionalmente há bastante tempo, mas no Brasil ele vem ganhando mais espaço recentemente. Consumo desde a adolescência. O primeiro livro que li sobre o tema foi “Serial Killer”, da Ilana Casoy, que é inclusive uma das autoras do nosso filme. De lá pra cá, vi muita coisa, como: “True Detective”, “You”, o documentário sobre o Ted Bundy (“Conversando com um Serial Killer”), “Mindhunter”, “Bom dia, Verônica”… As pessoas acabam consumindo bastante porque, no fim, nesses crimes você não encontra um porque, mas é interessante acompanhar o caminho que essas pessoas tomam.
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Antes dos filmes, você lembra de algum crime que te chocou ou o próprio caso Richthofen? Inclusive, você teve contato com algum deles no processo?
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Ninguém da equipe teve qualquer tipo de contato com algum dos envolvidos no caso. Nós tínhamos informações suficientes no roteiro e nunca houve curiosidade ou necessidade de encontrá-los no processo. Quando o caso aconteceu, eu tinha apenas oito anos de idade e não tinha dimensão dessas coisas, mas é claro que, mesmo pela TV, esse crime me chocou bastante.
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Semana passada, anunciaram o cancelamento de “Malhação”. Você participou da temporada “Vidas Brasileiras”, da TV Globo, em 2018. A novela te lançou para o grande público. Tem alguma memória boa ou ensinamento que leva para a vida?
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Grande espaço para lançamento de novos atores. Fiquei triste porque vivi grandes experiências dentro de “Malhação”. Aprendi não só na frente das câmeras, mas também nos bastidores, no cotidiano. Além disso, acredito que a prática é uma das melhores aulas e a gente passava bastante tempo com o projeto no ar. Isso nos dava tanta experiência que é uma pena que os novos atores não terão essa oportunidade. Torço para que as plataformas digitais consigam reviver o formato ou pelo menos abrir espaço na dramaturgia focado nos jovens, porque são experiências muito enriquecedoras que levo para o resto da minha carreira.
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Seu próximo trabalho será em “Temporada de Verão”, da Netflix, ao lado de Giovanna Lancellotti, Gabz, Andréi Luiz Frambach e Jorge López. O que você já pode contar sobre o Rodrigo, seu personagem?
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Essa é uma série de férias. A gente entende que, depois desse momento que ainda vivemos de pandemia, seria incrível ter um material leve, que as pessoas pudessem assistir e se divertirem. “Temporada de Verão” é uma história que se passa em um hotel e os conflitos surgem desde a chegada de uma jovem que vem de São Paulo e desembarca nessa ilha atrás do pai. As pessoas que trabalham nesse hotel fazem parte dessa história e são elas que desenrolam a trama. O Rodrigo, meu personagem, é o herdeiro e dono desse hotel que vai ser o antagonista da história. Mais do que isso, não posso falar pra não dar spoiler (risos). Vocês vão ter que assistir!