Abertura da exposição “Witwe(viúva): Uma obra reencontrada” de Lasar Segall, por Paulo Kuczynski

A exposição “Witwe(viúva): Uma obra reencontrada”, com curadoria de Giancarlo Hannud e organizada por Paulo Kuczynski, inaugurada no Museu Lasar Segall.  A mostra destaca a pintura “Witwe” ou “Viúva”, de Lasar Segall, redescoberta após oito décadas. Esta obra participou da infame exposição “Arte Degenerada” promovida pelo regime nazista em 1937. O marchand Paulo Kuczynski encontrou a pintura na França há dois anos e, após tratativas, trouxe-a para o Brasil, onde foi autenticada pelo Museu Lasar Segall.

A mostra integra a 22ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus, e ficará em exibição até 18 de agosto. Além de “Viúva”, gravuras do artista produzidas na mesma época também serão exibidas. A redescoberta da obra gera grande emoção e simboliza a sobrevivência artística e histórica em meio à perseguição nazista. O crítico Will Grohmann destacou a importância de Segall ao lado de outros grandes artistas migrantes na Alemanha, como Kandinsky e Chagall.

“Viúva” foi criada em 1920, durante o auge do expressionismo de Segall, e exposta no Folkwang Museum em Essen. Confiscada pelos nazistas em 1937, a pintura foi exibida na mostra “Entartete Kunst” [Arte Degenerada] em Munique, que visava ridicularizar a arte moderna. Embora a intenção fosse destruir essas obras, algumas, como a de Segall, foram salvas ou vendidas.

Lasar Segall, nascido na Lituânia e de origem judaica, migrou para a Alemanha em 1906 e posteriormente para o Brasil em 1923, onde se tornou uma figura importante na arte moderna brasileira. Sua produção é marcada por temas de injustiça social e sofrimento humano, influenciada pelo expressionismo e suas vivências durante a Primeira Guerra Mundial.

O Museu Lasar Segall, fundado em 1967 pela família do artista, é uma unidade do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). A exposição “Witwe” celebra não apenas a redescoberta de uma obra-prima, mas também o legado de Segall e sua contribuição para a arte moderna.