Quem nunca se assustou com a quantidade de fios de cabelo perdidos durante o banho, deixados na escova ou encontrados no travesseiro ao acordar? Você já? Não se preocupe. O Glamurama conversou com o dermatologista e tricologista dr. Alberto Cordeiro para entender quais são os principais motivos para a queda de cabelo, o que você pode fazer em casa para diminuir este mal, quais são os mais avançados protocolos de tratamento disponíveis hoje e a relação entre Covid-19 e perda dos fios. Confira.
Queda de cabelo normal X patológica
As desesperadas de plantão: relaxem. A perda de até 100 fios por dia é considerada uma queda normal. Afinal, como explica o dr. Alberto, o cabelo precisa cair para se renovar. “É muito difícil no dia a dia termos esse controle numérico. Por isso, a minha dica é sempre ficar atento ao volume e ao couro cabeludo. Se você percebe a queda, mas o cabelo não está ficando mais ralo ou com falhas perceptíveis, não há motivos para pânico. Porém, se o fio começa a desprender muito da raiz, você nota perda de volume capilar e tufos começam a cair, já pode ser considerado uma queda patológica e é bom procurar ajuda especializada”, esclarece o médico.
“Se você percebe a queda, mas o cabelo não está ficando mais ralo ou com falhas perceptíveis, não há motivos para pânico.”
Dr. Alberto Cordeiro, dermatologista e tricologista
Principais causas
O doutor explica que em um cenário não pandêmico a causa recordista é nutricional /hormonal. “Quando o organismo passa por uma privação de nutrientes – seja pela baixa ingestão de substâncias ou pela perda delas – isso pode acabar repercutindo na saúde do couro cabeludo e na queda capilar. Alguns casos recorrentes são de pacientes que se submetem a dietas restritivas ou passam por longos períodos menstruais e perdem muito ferro através do sangue. Outro exemplo é quando a mulher está gestando ou amamentando, porque o corpo acaba desviando os nutrientes para garantir a saúde daquela nova vida”, explica.
A segunda causa é um resultado do estilo de vida moderno: o estresse. “Ele gera um estado de alerta permanente e isso inibe a renovação capilar. Infelizmente, esta é uma causa bem comum e chamada de eflúvio telógeno. Neste caso, o couro não chega a apresentar grandes falhas ou entradas, mas é perceptível o aumento na quantidade de fios que se desprendem”, acrescenta o especialista.
Por último, mas não menos importante, vem a causa genética. Segundo o doutor, existe uma condição chamada alopecia androgenética: “Trata-se de uma pré-disposição para a calvície. Nos homens ela pode se apresentar nas entradas ou no centro da cabeça, chegando a deixar a região completamente careca. Já nas mulheres, o mais comum é a miniaturização dos fios, que nada mais é do que vários fiozinhos pequeninos que não têm força para se desenvolver”.
Como prevenir
A prevenção é sempre o melhor remédio, não é mesmo? Por isso, já anota as dicas que o dr. Alberto deu para evitar a queda de cabelo nos casos de motivo não genético. “É importante sempre se alimentar e dormir bem, praticar atividade física e estar em dia com os exames hormonais para checar se está tudo funcionando como deve. Afinal, disfunções na tireoide ou em outras glândulas podem afetar a parte capilar. Manejar o estresse, principalmente em tempos pandêmicos, também é essencial. Se a causa for genética, o melhor cenário é procurar um dermatologista especializado para começar o tratamento o mais cedo possível”, aconselha ele.
Queda de cabelo e Covid-19
Nesses últimos tempos, o número de mulheres que têm sofrido com a queda capilar aumentou consideravelmente. Segundo o dr. Alberto, em seu consultório, localizado na zona sul de São Paulo, as reclamações aumentaram em 30% entre as suas pacientes. “Quando há a contaminação não dá para especificar o que causou a queda, se foi o estresse desse período, o vírus ou os dois associados”, pontua. No entanto, o especialista esclarece que não é só o coronavírus que pode causar a perda dos fios: “Qualquer infecção viral, sistêmica ou bacteriana pode ter esse resultado. Isso porque o organismo entende que o cabelo e as unhas são partes anexas do nosso corpo. Então, quando precisamos nos defender de alguma infecção, como um vírus, nosso organismo acaba retirando os nutrientes que iam para o couro cabeludo e para a formação dos fios para suprir outros órgãos mais nobres”, ele explica.
“Quando há contaminação não dá para especificar o que causou a queda, se foi o estresse, o vírus ou os dois associados.”
Dr. Alberto Cordeiro, dermatologista e tricologista
Protocolos e tratamentos
Aos pacientes que foram contaminados pelo novo coronavírus, o doutor indica tratar a infecção e se alimentar e dormir bem durante o processo antes de iniciar algum tratamento focado na queda. Atualmente, os protocolos mais avançados são o Enerjet e o PRP.
O primeiro é um protocolo realizado com um jato de ar para causar microtraumas no couro cabeludo da paciente. “Dentro desse jato, conseguimos infiltrar algumas substâncias que contribuem para o crescimento do cabelo, como biotina, Minoxidil e fatores de crescimento. O Enerjet, hoje, é a versão mais atualizada que temos no mercado e podemos aliá-lo a um suporte nutricional com comprimidos e algumas fórmulas. O microagulhamento funciona na mesma lógica, mas é considerada uma técnica ultrapassada”, disse.
Já no PRP (Plasma Rico em Plaqueta), acontece a coleta de sangue da paciente para separar as hemácias do plasma em uma centrífuga própria. “Este é um procedimento interessante para dar suporte capilar. No consultório, pegamos o plasma e o injetamos no couro cabeludo porque ele é rico em fatores de crescimento”, conta o doutor.
Ambos os tratamentos são realizados entre cinco a dez sessões com três semanas de intervalo e devem ser recomendados por um dermatologista.
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