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Na era da hiperconectividade, as psicólogas especialistas em saúde mental infantil e adolescente Nathalia Heringer e Ariádny Abbud, destacam alguns passos para que os pais ofereçam suporte para um desenvolvimento emocional e social mais saudável

Vivemos em uma era marcada pelo uso excessivo de telas, onde a hiperconectividade se tornou um desafio global, especialmente para crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento. Os efeitos do excesso de telas na saúde mental são claramente perceptíveis, refletindo em desafios no convívio social, no desenvolvimento de habilidades interpessoais e apresentando potencial risco de depressão e ansiedade. Além da dependência tecnológica como um transtorno vinculado ao controle de estímulos.

Nesse contexto, os pais desempenham um papel fundamental para a redução do tempo de tela de seus filhos: “Quando notam o uso excessivo, a família deve dialogar com os filhos, expressando preocupação e oferecendo apoio. Estabelecer limites é essencial”, explica Ariádny Abbud, psicóloga fundadora do Instituto de Neuropsicologia e Psicologia Infantil – INPI. “Monitorar o histórico e utilizar apps de controle parental ajuda a proteger contra conteúdos inadequados”, completa a psicóloga Nathalia Heringer, também fundadora do INPI. Diante da observação de sinais como irritabilidade e resistência em desconectar, a comunicação aberta se torna essencial.

Educar crianças e adolescentes sobre a importância de limites e equilíbrio no uso de dispositivos eletrônicos é mais um passo para uma mudança positiva. Aqui estão sete dicas das especialistas sobre como tratar esse tema:

Regras do Jogo – Defina horários e crie limite de acesso diário

Quando há um período do dia mais estabelecido, fica mais fácil para as crianças e adolescentes entenderem que o momento de deixar as telas chegou. Estabeleça momentos que as telas devem ser deixadas de lado, como durante as refeições, por exemplo.

Organização 

Brinquedos em caixas divididas, como os favoritos, um cantinho para leitura, brinquedos que a criança tenha acesso sozinha, itens mais tranquilos como massinha de modelar e colorir, espaços para correr e pular, cantinho liberado para fazer bagunça. Atenção aos excessos nesse momento, muitas opções podem interferir no aproveitamento das possibilidades;

Rotina – Estabeleça uma sequência de atividades diárias

Acordar, tomar café, passear. Em geral, o celular vai parar na mão das crianças e adolescentes quando ficam entediadas, por não saberem como aproveitar o tempo. Use a organização dos brinquedos/atividades para direcionar e sugerir atividades diárias para melhor aproveitamento do dia. Inclua a criança nas tarefas da casa, ensine cooperação, responsabilidades e dê atenção de qualidade;

O melhor ensino é o exemplo – Adultos são espelhos

Pergunte-se o que costuma fazer nos momentos de descanso e lazer. Se a resposta sempre incluir telas, seu filho seguirá o exemplo. Por isso, reveja hábitos. Que tal substituir o celular ou a TV por um livro, ou música, ou um hobby que gosta?

Oportunidades de aprendizado – Realidade, a vida real é cheia de oportunidades

Não prive a criança e o adolescente do aprendizado. Habilidades para ensinar: ter paciência e saber esperar, saber conviver com o tédio. Brincar de forma independente. Não estar sob demanda de adulto.

Brincar – Criança gosta de brincar, tenha repertório

Brincar juntos, brincar sozinho, brincadeiras para momentos calmos e para animar, também. Conexão entre pais e filhos. O melhor brinquedo é você!

Pense fora da caixa – Seja criativo com formas para resolver o problema

O melhor presente é a sua presença, por isso, aumente o repertório. Normalmente entregamos o celular no momento em que queremos ou precisamos que as crianças fiquem quietas e não sabemos como lidar com essa situação, solucionar com uso de telas se tornou um hábito. Por isso, mapeie os momentos que são mais críticos no seu dia a dia em que dar o celular é a única estratégia para você.

A redução do tempo de tela demanda uma abordagem que envolve conscientização, comunicação aberta, estabelecimento de limites e a criação de um ambiente familiar que sirva como exemplo de equilíbrio digital. As dicas visam contribuir para um cenário no qual a saúde mental e emocional, diante dos desafios da era digital, seja revertida pela conexão e participação ativa na vida das crianças e adolescentes.

Sobre o INPI

Fundado em 2021 pelas psicólogas Ariádny Abbud e Nathalia Heringer, o Instituto de Neuropsicologia e Psicologia Infantil – INPI nasceu com a missão de unir ciência e prática clínica para transformar a atuação de profissionais na psicologia infantojuvenil, por meio de cursos de extensão, projetos e aulas. Entre os destaques de projetos estão o treinamento OTTO e Seu Incrível Controle Remoto voltado para profissionais, e que busca revolucionar o diagnóstico e tratamento de crianças e adolescentes com TDAH e perfil impulsivo de uma forma lúdica; e o curso de formação em orientação de pais com filhos atípicos. Recentemente, as fundadoras do INPI lançaram o podcast Infância com Ciência. Em cada episódio, as apresentadoras mergulham em diferentes tópicos relevantes da área de psicologia, com uma linguagem simples, trazendo entrevistas com especialistas renomados, pesquisas recentes e discussões sobre os temas mais atuais.

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