Para a praia, é fundamental optar por protetores solares com FPS 50 ou superior, pois, mesmo que a diferença na proteção contra UVB entre FPS 30 e 50 seja pequena, ela pode ser decisiva na prevenção de queimaduras solares durante exposições prolongadas
Não é verdadeira a ideia de que todo protetor solar é igual. Embora os produtos tenham um grau de proteção fidedigno, nem todos são adequados a cada caso ou poderão conferir conforto. Por isso, a escolha do FPS ideal deve levar em consideração a condição de pele de cada indivíduo. “Fatores como o tom de pele (especialmente para pessoas muito claras), tipo de pele, presença de doenças fotossensíveis (como lúpus eritematoso), tendência ao câncer de pele ou mesmo condições como o melasma são determinantes nessa decisão”, explica a dermatologista Dra. Flávia Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas será que o protetor solar da praia deve ser diferente daquele que usamos diariamente? “Para a praia, é fundamental optar por protetores solares com FPS 50 ou superior, pois, mesmo que a diferença na proteção contra UVB entre FPS 30 e 50 seja pequena, ela pode ser decisiva na prevenção de queimaduras solares durante exposições prolongadas”, acrescenta a médica. A exposição excessiva ao sol pode causar danos ao DNA celular, o que pode aumentar o risco de câncer de pele, envelhecimento cutâneo precoce, manchas e ainda piorar o melasma. “O melasma é caracterizado pela presença de manchas amarronzadas crônicas que atingem principalmente a face, relacionadas com fatores genéticos, com alterações hormonais e com a exposição solar, após gravidez e uso de anticoncepcional. Tem tratamento, porém não há cura. É a mancha mais comum, porém não exclusiva, nas mulheres”, diz a médica Dra. Cláudia Merlo. No caso da melanose solar, essas manchas são resultado do efeito cumulativo do sol. “Elas aparecem com o passar dos anos como ‘manchas da idade’, encontradas em região com mais exposição ao sol, portanto, mais comum em face, ombros, colo, braços e mãos”, acrescenta a Dra. Cláudia Merlo.
Segundo a Dra. Flávia Brasileiro, embora seja verdade que a proteção UVB de um filtro solar FPS 30, 50 ou 70 tenha diferenças pequenas (cerca de 2% a mais de proteção ao passar de FPS 30 para FPS 50+), filtros solares com FPS 50 ou superior geralmente oferecem maior proteção contra o espectro UVA. “A escolha do protetor solar, portanto, deve ser fundamentada não apenas no FPS, mas também na proteção UVA, na presença de ativos antioxidantes e na necessidade individual de cada paciente, considerando fatores como exposição solar, tipo de pele e condições de saúde”, diz. “Os antioxidantes da formulação ajudam a neutralizar os danos causados pela luz vermelha e pelo infravermelho, ampliando os benefícios da fotoproteção”, destaca a dermatologista Dra. Flávia.
Outro ponto importante que pesa a favor dos FPS maiores é a forma de aplicação do protetor solar. “Estudos mostram que o brasileiro aplica muito menos do que a quantidade recomendada, reduzindo drasticamente a eficácia do FPS indicado no rótulo. Por isso, filtros solares com FPS mais alto fazem mais sentido para pessoas com pele sensível, condições clínicas específicas, ou que permanecem muito expostas ao sol, pois garantem uma margem de proteção mais segura mesmo com aplicação inadequada”, afirma a Dra. Flávia.
A médica Dra. Flávia Brasileiro diz que o uso de protetores solares com cor é essencial para pacientes com melasma, pois os pigmentos presentes na fórmula oferecem proteção adicional contra a luz visível, que é um fator importante na ativação dos melanócitos e no agravamento das manchas. “Além disso, os protetores com cor ajudam a minimizar os efeitos da luz infravermelha, reduzindo a geração de calor na pele, o que pode contribuir para o controle do melasma e diminuir o envelhecimento cutâneo”, conta. “Mas tudo isso sempre levando em consideração a reaplicação frequente”, acrescenta.
Escolhendo um bom protetor solar
A dermatologista Dra. Flávia Brasileiro explica que o protetor solar ideal deve oferecer: proteção UVA (indicada no rótulo como “amplo espectro”), essencial para prevenir o fotoenvelhecimento e reduzir os riscos de câncer de pele; antioxidantes, que ajudam a combater a inflamação causada pela radiação solar, minimizando o estresse oxidativo e protegendo o colágeno da pele; tecnologias de dissipação do calor, que reduzem os danos provocados pela radiação infravermelha (IV), como a degradação do colágeno e o aumento da flacidez. “Outras recomendações importantes incluem a escolha de protetores resistentes à água e ao suor, já que o contato com a água e atividades ao ar livre podem reduzir sua eficácia. Além disso, é importante reaplicar o protetor a cada duas horas ou imediatamente após nadar, transpirar intensamente ou secar-se com toalha; e também combinar o uso do protetor com barreiras físicas, como chapéus, roupas com fator de proteção UV e óculos de sol”, completa a Dra. Flávia.
A escolha do veículo do protetor solar também é importante. “Devemos considerar o tipo de pele, o ambiente e a eficácia na fotoproteção. Protetores em creme são ideais para pele seca ou sensível, pois hidratam e oferecem maior uniformidade na aplicação, garantindo proteção eficaz. Géis e fluidos são melhores para pele oleosa, com toque seco e boa absorção, mas podem necessitar de reaplicações mais frequentes. Sprays são práticos para áreas com pelos ou reaplicação rápida, porém têm menor uniformidade na proteção. Já os bastões são ideais para áreas pequenas e específicas, como rosto e lábios, mas podem não ser suficientes para proteger grandes áreas. Para exposição prolongada ao sol, escolha veículos resistentes à água e aplique na quantidade adequada para garantir eficácia”, garante a Dra. Flávia.
A pele manchou. E agora?
Para tratar manchas e envelhecimento da pele causado pelo sol, o ideal é procurar um médico. A Dra. Cláudia Merlo explica que os cosméticos são fundamentais no tratamento de manchas, no entanto há necessidade do uso de protetor solar, ativos orais antioxidantes, que auxiliam no clareamento, e evitar calor. “As tecnologias tais como lasers de picossegundos, que degradam o pigmento sem tempo prolongado do calor do laser, são ótimas alternativas em manchas mais resistentes”, diz a médica Dra. Cláudia Merlo. As manchas precisam de diagnóstico médico para serem tratadas. “O risco principal é quando há manchas que estão relacionadas a doenças, tais como melanoma e acantose nigricans, já que precisam de diagnóstico, tratamento e controle, pois estão relacionados com danos à saúde. A principal questão é a prevenção com protetor solar. Esse hábito é de extrema importância. No tratamento, há peelings e laser de picosegundos como alternativa de procedimento”, finaliza a Dra. Cláudia Merlo.
FONTES: *DRA. FLÁVIA BRASILEIRO: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, com mais de 20 anos de atuação em Dermatologia e Cosmiatria. Formada em Medicina na Universidade do Oeste Paulista, de Presidente Prudente (SP), fez Residência em Clínica Médica na Irmandade Santa Casa de São Paulo e em Dermatologia na Universidade do Oeste Paulista. Foi docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, de 2007 a 2014. A médica participa periodicamente de Congressos, Workshops e Simpósios nacionais e internacionais. Instagram: @draflaviabrasileirodermato
DRA. CLÁUDIA MERLO: Médica. Diretora da Clínica Cláudia Merlo. Instagram: @dra.claudiamerlo
Esse texto foi produzido pela Holding Comunicações, assessoria de imprensa especializada em saúde, beleza e bem-estar com 30 anos de experiência no setor.
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