Kundalini, o alinhamento perfeito entre ser, agir, expressar e amar
“Quando você entender que a parte do meio é mais importante do que a chegada, você entendeu tudo!” Essa foi uma frase dita pela Ju Menz, mestre em energias Kundalini, durante uma das práticas, que me fez refletir e sentir o chamado para mergulhar mais fundo. Olhar para dentro, e reaprender a confiar na minha essência.
A Ju Menz promove transformação e cura através de práticas intensas e motivadoras. Sua jornada foi repleta de desafios e momentos de transformação. “Desde que comecei a ensinar Kundalini, senti que não é sobre um despertar instantâneo, mas sim sobre o compromisso diário de encarar nossos demônios e sombras com coragem e disciplina”, diz Ju. Em uma conversa sincera, ela me contou que, em tempos difíceis, como separação ou dificuldades financeiras, foi a Kundalini que a manteve centrada. “Lembro de viver em um apartamento pequeno, devendo no banco, mas sentindo uma felicidade genuína dentro de mim. Essa alegria não dependia das circunstâncias externas, mas de estar em sintonia com a minha verdade”, diz.
Nessa busca do autoconhecimento iniciei uma formação com a Ju Menz, essa mulher forte e inspiradora com quem me conectei “por acaso” ou por força do destino. Afinal, como ela mesma diz, nos encontramos com pessoas que estão na mesma frequência.
Para quem ainda não conhece, a Kundalini Yoga vai muito além da meditação, do alongamento ou de um exercício físico tradicional. Há quem a relacione apenas ao despertar sexual, mas isso é um engano. É uma prática de despertar energético e consciência, onde trabalhamos a energia adormecida na base da coluna vertebral. Kundalini, na tradução do sânscrito, quer dizer “serpente enrolada”, e simboliza essa energia que, ao ser ativada, percorre (em movimento de subida) os sete chakras: Básico, Sacro, Esplênico, Cardíaco, Laríngeo, Frontal e Coronário. Através dos asanas (posturas), respirações, meditações e mantras, a Kundalini nos desafia a nos conectar com quem somos de forma mais profunda.
“Despertar a Kundalini é encontrar o alinhamento perfeito entre ser, sentir, agir, expressar e amar”, diz Ju Menz. Ou seja, quando permitimos que essa energia flua, encontramos nossa verdade mais profunda e não conseguimos mais separar aquilo que somos do que fazemos. A Kundalini traz à tona todos os sentimentos, bons e ruins, ajudando inclusive a lidar com um dos nossos maiores vilões, a raiva, tornando-a uma aliada. Como? Às vezes gritando, literalmente, durante a prática, para liberar o que está preso. “Essa potência pode ser usada para resolver problemas, tomar uma decisão importante, encarar uma conversa difícil”, diz.
Isso tudo mostra que a prática não nos faz evitar a dor, mas nos ensina a lidar com ela, mantendo o coração aberto e a mente clara. “Kundalini é se permitir o flow da vida”, afirma Ju. “É abraçar as alegrias e frustrações, deixar que coexistam em nós e nos desafiem. Não é tentar prever qual emoção vai prevalecer, mas seguir em frente com a confiança de que a vida sempre encontra uma forma de ser mais bonita do que trágica.”
Os benefícios são profundos. Fisicamente, percebo mais “brilho nos olhos”, a pele mais saudável e uma postura mais confiante. Emocionalmente, sinto mais entusiasmo e clareza para seguir o que realmente importa. Força, foco, clareza, assertividade, tudo melhora. A prática também traz um respeito inegociável por quem sou – o que pode significar dizer não a situações e pessoas que não ressoam com meus valores.
Na real, você não consegue mais deixar de ser leal a si mesma. Por todas essas razões eu continuo, com disciplina e amor, na prática. Estou aprendendo a confiar na energia Kundalini que flui em mim e a abraçar o mistério de estar viva, com força e leveza.
- Neste artigo:
- Amelia Whitaker,
- ColunistaGLMRM,
- corpo e alma,
- RevistaGLMRM,