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A jornada pode ser longa e cheia de percalços, mas a ajuda de um especialista pode transformar o sonho em realidade

Forto Reprodução Instagram

No TikTok, a atriz Mariana Rios revelou que está tentando engravidar e desabafou sobre o processo: “Eu, Mariana, estou tentando engravidar. E ser uma tentante é, às vezes, bem solitário”, compartilhou a atriz. O termo “tentante” tornou-se bastante popular entre casais que buscam a gravidez.

Segundo o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita, o termo “tentante” vai além da semântica: representa uma dedicação completa ao processo de engravidar e construir uma família. “Não é uma jornada fácil. O que parece simples muitas vezes se transforma em um processo demorado, repleto de decepções psicológicas, desgaste no relacionamento e gastos financeiros inesperados. Contudo, o objetivo é nobre: trazer uma nova vida ao mundo e construir uma família são desejos dignos e que valem o esforço”, explica o médico.

A jornada de uma tentante geralmente começa logo após o casamento ou quando o casal está em um relacionamento estável. Nesse período, surgem as inevitáveis cobranças: “E quando vocês vão ter um filho?”, “Quero um neto”, “Não vá ser mãe velha” e até o constrangedor “Não vá ficar para titia”. “Nessa fase, a tentante já deixou de usar métodos contraceptivos e tenta engravidar há poucos meses. Raramente procura um médico nesse estágio, pois acredita que engravidar será fácil. Mas nem sempre é assim”, ressalta o especialista.

“Meses ou até anos se passam sem que a gravidez aconteça, e a tentante decide buscar ajuda de um ginecologista. O parceiro, no entanto, raramente considera que o problema pode estar com ele e dificilmente consulta um urologista. Nossa sociedade ainda carrega o peso do machismo, e a gravidez é vista como ‘problema da mulher’”, observa o Dr. Fernando.

Após consultas e exames iniciais, a tentante geralmente começa a tomar ácido fólico para prevenir malformações no bebê e continua tentando. Se a gravidez não vem, o ginecologista pode prescrever medicamentos para induzir a ovulação. Nesse ponto, o casal passa a ser classificado como “infértil”, um termo que carrega tristeza e desapontamento. Algumas tentantes conseguem engravidar após essas tentativas iniciais, mas essa não é a realidade para a maioria, explica o médico.

Quando os tratamentos de baixa complexidade não surtem efeito, a tentante é encaminhada a um especialista em Reprodução Humana. “Nesse momento, muito provavelmente há questões mais complexas a serem resolvidas, e a tentante já está há mais de três anos tentando. Ela chega ao especialista desgastada, mas cheia de esperança. Novos exames, mais detalhados e muitas vezes caros, são realizados. Em muitos casos, a fertilização in vitro torna-se necessária, e o tratamento de alta complexidade é iniciado. Esse processo envolve hormônios injetáveis, ultrassons frequentes, pequenas cirurgias e um turbilhão de emoções”, descreve o especialista.

De acordo com o Dr. Fernando, o acolhimento é essencial nessa fase. “A tentante precisa de um ombro amigo, de um parceiro compreensivo e solidário. A equipe médica também deve oferecer suporte, pois acolher e cuidar são mantras que fazem toda a diferença. Nem sempre a fertilização in vitro é bem-sucedida na primeira tentativa, e outras medidas, como acupuntura, acompanhamento psicológico, nutricional, meditação e atividade física, podem ser necessárias. Muitas vezes, aquele quartinho preparado para o bebê parece que nunca será preenchido com o chorinho tão esperado. Mas quanto mais avançamos na jornada, mais próximos estamos do objetivo”, reflete o médico.

Apesar dos desafios, o resultado vale o esforço. “Transformar-se de ‘tentante’ em ‘conquistante’ é possível. A jornada pode ser longa e cheia de obstáculos, mas o desfecho é tão nobre que tudo faz sentido no final”, conclui o especialista.

Fonte:
Dr. Fernando Prado: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. Diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London. Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE).
Instagram: @neovita.br

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