Coronasomnia é a insônia causada pelo coronavírus, efeito colateral da pandemia

Duas horas da manhã e você ainda continua encarando o teto do quarto. Possivelmente, seu comportamento à noite mudou nos últimos meses. O do vizinho, do melhor amigo e dos colegas de Zoom também. A insônia tem sido apontada como um dos efeitos colaterais da pandemia do coronavírus, que demorou mais tempo para se manifestar em uma grande parcela da população. Os americanos a batizaram de “coronasomnia”. “Situações que geram isolamento social, estresse, medo e incertezas, como a pandemia que estamos vivendo, são potenciais desencadeadoras de insônia”, explica a médica Erika Cristine Treptow, especialista em medicina do sono e pesquisadora do Instituto do Sono. “Ela se caracteriza por uma dificuldade  em iniciar o sono, um aumento do número de despertares durante a noite ou um despertar precoce, acompanhados de consequências no período diurno como cansaço e sonolência.”

Recentemente, um estudo que incluiu participantes de 49 países – entre eles o Brasil – e mais de 2.500 pessoas mostrou que 58% estão insatisfeitas com seu padrão de sono após o início da pandemia, sendo a insônia o problema mais frequente. Um dado alarmante que esta pesquisa demonstrou foi o aumento de 20% no consumo de medicações para dormir. Mesmo pessoas previamente saudáveis manifestaram sintomas de insônia. “Houve um aumento expressivo de doenças com impacto na nossa saúde mental, como depressão, ansiedade e crises de pânico, e frequentemente essas doenças podem ocorrer associadas com a insônia”, diz a médica. As preocupações com o risco de adoecer, a distância de pessoas queridas, a insegurança financeira e a impossibilidade de prever o fim dessa situação estão entre os motivos que fizeram muitos pacientes que já sofriam de insônia crônica apresentarem piora. Além disso, muitas pessoas que estavam com o distúrbio controlado tiveram recidiva do problema necessitando de novo acompanhamento.

A longo prazo, a falta de uma boa noite de sono pode resultar em muitos prejuízos para a saúde física e mental, como diminuição da concentração, perda de memória, redução da produtividade e mudanças do humor. Quando o problema se torna rotineiro, pode também acarretar doenças como depressão e ansiedade. Além disso, diz a médica, a falta de sono também está associada com um aumento de risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes.   

Bons Sonhos

Para garantir um sono mais tranquilo, especialmente neste período da pandemia, é necessário prestar atenção em alguns comportamentos. Veja as orientações médicas:

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