Nesta segunda-feira (3), Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, faleceu durante um procedimento estético em uma clínica no Campo Belo, zona sul de São Paulo. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória enquanto recebia um peeling de fenol, aplicado pela influenciadora Natalia Fabiana de Freitas, conhecida nas redes sociais como Natalia Becker. A responsável está sendo procurada pela Polícia Civil para prestar depoimento sobre o incidente.
De acordo com Eduardo Luis Ferreira, delegado, Freitas não tinha habilitação para realizar o peeling de fenol, procedimento que fez Henrique Chagas ter uma parada cardiorrespiratória e morrer.
A médica Elisette Crocco, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, disse em entrevista ao Hugo Gloss que este é um procedimento que demanda exames prévios de “sangue e eletrocardiograma” podendo concluir que apenas médicos especializados devem realizar esse tipo de tratamento estético.
De acordo com o delegado, a vítima teve graves ferimentos no rosto e até dentro de sua boca. Além disso, uma equipe do IML (Instituto Médico Legal) realizou o exame anatomopatológico para entender melhor a quantidade de material tóxico aplicado em Henrique durante o procedimento. Ademais, o caso está sendo apurado como “homicídio”.
O que a polícia tem a dizer
“Resta definir qual o tipo de homicídio. Se é um homicídio culposo, que ocorreu por imperícia do profissional, que não é habilitado para fazê-lo. Ou até mesmo um provável homicídio doloso, quando o agente, muito embora não queira o resultado morte, acaba assumindo o risco de produzi-lo”, apontou Ferreira.
O marido de Natalia já compareceu à delegacia para prestar depoimento. Na ocasião, ele afirmou que a esteticista iria se apresentar à polícia, mas até agora isso não aconteceu. Após se sentir mal ao saber da morte de Chagas, a influenciadora foi levada ao hospital. As autoridades visitaram duas unidades de saúde onde ela supostamente esteve, mas não a localizaram.
“Nós questionamos as pessoas que foram conduzidas para cá de onde estaria a responsável pelo procedimento, foi quando veio a informação de que ela teria passado mal e sido socorrida. Nos indicaram alguns hospitais e nós fomos atrás e não confirmamos. Precisamos ouvi-la para entender o que aconteceu”, ressaltou o delegado.
Um inquérito foi aberto no 27º DP para investigar o crime de homicídio. Também foram requisitados exames necroscópico e toxicológico, cujos resultados ainda não foram divulgados. De acordo com Hugo Gloss, a clínica onde o homem faleceu foi fechada e autuada pela Vigilância Sanitária do município.
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