Mais uma vez o Baile do Sarongue, de Marcus Wagner, “lacrou” na abertura do Carnaval do Rio – essa quinta-feira – misturando globettes de primeiro escalão, a turma artsy, sociedade carioca e muita gente “comum” num mesmo salão, todos no clima certo para extravasar, descer do salto, abrir as asas, soltar as feras… sabe? Alinne Moraes de lingerie e um adereço na cabeça com a palavra “sexy”, como se ela precisasse de legenda… João Emanuel Carneiro – de gueixa! Mateus Solano de capitão com olho roxo, Nanda Costa de planta, Ernesto Neto quase pelado, guardando seus itens indispensáveis na fralda/ calção/ “you name it”. E uma das mais lindas da festa, Mariana Ximenes, ao lado de Zeca Camargo.
Ainda circularam por lá Murilo Benicio com Debora Falabella, Isis Valverde, “musando” como sempre, Livia Rossy e o que dizer do microfigurino de Zaza Piereck, tipo tapa na cara com uma autêntica barriga negativa? A restauratrice -48 anos, dois filhos – estava acompanhada do marido, Cello Macedo, e do casal de amigos dom João de Orleans e Bragança, de árabe, e Claudia Melli, de gatinha… Ainda teve Marcelo Faria sem camisa com a mulher, Camila Lucciola, de biquíni de passista, Ingrid Guimarães, Carmo Dalla Vecchia, Enrique Diaz e Mariana Lima… E muitos outros.
A cada ano, Marcus convida um artista para assinar a cenografia da festa. Dessa vez foi Franklin Cassaro o responsável pela instalação central do salão – e o mestre baloeiro Luciano fez as pipas e os balões. O evento vem crescendo tanto que essa edição foi parar no clube Monte Líbano, na Lagoa, que costuma receber shows de funk, sertanejo… Não seria mainstream demais? Será que o Sarongue está perdendo a essência “insider”? “Não tive nem um pouco de medo de fazer aqui. A nossa festa tem muita personalidade e o local nos atendia perfeitamente. A gente precisava de um salão simétrico para trabalhar com o tema “Vento”. O gancho era rotação, para as pessoas dançarem e reativarem a dança tradicional do Carnaval do século 20, que era uma dança rotacional, todos juntos em um turbilhão de vibrações”, explicou Marcus.
“Sobre o crescimento do evento, a gente não tem divulgação paga, página na internet. É só o boca-boca, então se cresceu, cresceu organicamente. Não temos patrocínio, quem vem é que investe na festa. Não tem marca no salão, não é um evento de empresa, é de pessoas, e isso nos dá uma energia, uma força. Cada um tem que procurar sua chave (convite), você não compra com um clique sentado no sofá. A gente vende em um chaveiro de Copacabana, por exemplo, então os frequentadores participam desse ritual. Quando as pessoas conseguem chegar até a chave, essa vontade se transfere para o salão, não importando se é um global ou um morador da Baixada. Isso filtra as pessoas da forma que me interessa, pelo desejo de participar, não porque está na moda. A iluminação é baixa. Global não vem pra ser visto, vem pra se divertir, se perder. E todo mundo paga ingresso, ‘famoso’ também. Ninguém é vip e não temos camarote. É uma forma de nivelar todo mundo. Carnaval é isso, é inversão de valores, mistura, classe de A a Z, gente de 80 anos e de 25. E temos uma forma de inserção: quem está com pouca grana pode vir ajudar a montar a festa. Mais de cem pessoas fizeram isso, e aí ganham a entrada. Isso esquenta o ambiente, o fato de ser uma festa colaborativa. Por isso o evento pega fogo”. (por Michelle Licory)
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