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Eva Chen || Créditos: Reprodução Instagram/ Emilie Fife
Eva Chen || Créditos: Reprodução Instagram/ Emilie Fife

Visivelmente feliz com sua primeira visita ao país, Eva Chen, head de parcerias de Moda do Instagram, deu pivô pelo país com o intuito de ensinar tudo o que sabe sobre redes sociais e moda, mas deixou bem claro que também aprendeu bastante sobre a cultura brasileira. Provou, amou e admitiu um novo vício: pão de queijo (quem nunca?).

Glamurama conversou com ela que entregou os “do´s” e “dont´s” da rede social que conta com 1 bilhão de usuários, além de contar algumas curiosidades, entre elas, o fato da poderosa Anna Wintour possuir uma conta secreta no Insta versus não conseguir persuadir Mary Kate e Ashley Olsen a criarem um perfil. Ao papo! (por Paula Barros)

Conte-nos sobre um dia na vida de Eva Chen…

“Meu trabalho é falar com pessoas e marcas, editores de revistas, stylist, modelos, celebridades e designers. Existe muito conteúdo no Instagram e ainda mais sendo produzido. Essas pessoas podem colocar o que elas quiserem lá e meu trabalho não é dizer o que devem ou não fazer. Os seguidores querem que eles se expressem, minha função é por dar dicas para fazer um bom caminho.”

Qual seria um bom caminho?

“Algumas contas segmentam as postagens e postam apenas fotos em preto e branco ou com um determinado filtro ou ainda organizadas em fileiras. Muita gente gosta de fazer isso e dá uma certa satisfação, mas quando me perguntam o que faz sucesso eu respondo que é exatamente o contrário. O conteúdo mais casual cativa mais gente. Isso é algo que você vê claramente em perfis de modelos. ‘Não entendo. Uma capa da revista dá menos like do que uma do backstage quando estou tomando um café e fazendo o cabelo’, elas me dizem. É claro que isso acontece! Para ver a capa de revista seus seguidores já seguem os perfis das editoras. Para alguém te seguir precisa ser especial, ter conteúdo autoral. E é por isso que selfies ainda funcionam. Pergunte e responda seus seguidores. Quando eu trabalhava na “Teen Vogue” recebia cartas dos adolescentes e sempre respondia agradecendo. Se hoje isso não acontece, é possível educar seus fãs a fazer isso.”

O brasileiro tem uma maneira única de se expressar?

“Certamente. Os brasileiros são uma das maiores comunidades do Instagram e provavelmente os mais apaixonados, amigáveis e sinceros com 50 milhões de usuários e atrás apenas dos Estados Unidos, que está no topo do rank com  200 milhões. Vocês são fortes porque todo mundo interage, apoia e isso é muito especial. Estar aqui me faz ver isso pessoalmente. Este é o jeito que o Instagram foi feito para ser, para que as pessoas falem uma com as outras e se comuniquem.”

Qual o futuro do aplicativo?

“Vídeo é uma questão muito importante. A cada ano essa área do aplicativo cresce 45%. Se você analisar, o vídeo é o maior ícone da aba ‘explorar’ – não é por acaso! – e é o mais interativo e chamativo quando estamos rolando um feed. A próxima geração são os vídeos. Pense que já temos os lives, o Story, o IGTV e o vídeo no feed. São quatro modalidades de vídeos super diferentes. Principalmente no IGTV ainda estamos descobrindo o que funciona melhor, mas temos experiências muito boas com contas como a de Chiara Ferragni.”

Fotos profissionais x celular

“Muitas pessoas ainda usam fotógrafos todos os dias, mas se formos pensar na qualidade de foto que um celular faz atualmente é muito melhor do que há oito anos, quando o app foi lançado. Eu acredito no poder dos cliques feitos por você mesmo, com o seu aparelho. É a ‘coisa real’ tomando forma.”

E sobre filtros?

“Temos filtros incríveis para o feed, mas é mais comum usá-los no Story no qual fazem um grande sucesso. Os divertidos com carinhas e personagens fazem ainda mais barulho. Gucci, Rihanna e Off-White lançaram os seus próprios filtros durante a semana de moda e juntos eles tiveram meio bilhão de impressões. Uma curiosidade e um pedido que recebemos bastante é de que os perfis possam personalizar esse filtros mas, ao mesmo tempo que é muito incrível, é muito caro e demora para ser feito. Mas temos falado bastante sobre como disponibilizá-los. Os gifs são bem fáceis de fazer por meio do site da giphy e todo mundo pode ter o seu.”

Quantas horas por dia você passa no Instagram?

“Hoje temos uma ferramenta, um gerenciador de tempo de uso do app chamado “Usage Insights”. De acordo com ele, passo uma média de três horas, o que é pouco. A maioria do meu tempo estou em reuniões e quando chego em casa aproveito para ler muitos livros e revistas. O mantra do nosso time é sobre segurança e bem estar, por isso lançamos essa ferramenta e algumas outras como o controle de palavras nos comentários, no qual você pode bloquear expressões de comentários feitos por haters, por exemplo. Estamos lançando também um guia para os pais aprenderem a monitorar seus filhos no aplicativo.”

Fashion x Mídias Sociais

“Pessoas que gostam de moda abrem o aplicativo em torno de 32 vezes por dia. Isso é muito e vai na contramão do que costumo ouvir de que ‘só posto uma vez por dia para não enjoarem de mim’. Não existe isso. Se uma pessoa abre pelo menos uma vez por hora o app, nada é demais. E é por isso que o Story faz um sucesso tão grande e tem 400 milhões de usuários/dia. O casual e espontâneo é o que mais cativa o público. Os perfis que fazem mais sucesso e as fotos que geram mais cliques são os mais próximas da realidade.

Me perguntam também sobre as marcas produzirem desfiles apenas para serem vistos nas redes. Isso não é verdade! Antes do Instagram existir, Alexander McQueen fazia desfile todo em holograma, Marc Jacobs, Chanel e Tommy Hilfiger sempre apostaram em apresentações interativas. Então, os estilistas não estão fazendo seus desfiles para as mídias sociais. Claro que agora é muito mais democrático, não importa onde você more, pode assistir de camarote a apresentação. O universo da moda foi um dos primeiros a criar um conteúdo relevante e criativo na plataforma. O que a gente pode aprender com isso é sempre inovar e não ter medo de ousar e misturar o inusitado. E os brasileiros são muito bons nisso. Como na vida real, o calor humano é sentido na comunidade brasileira dentro do Instagram. As interações são muito orgânicas e foi para isso que o aplicativo foi criado.”

Victoria Beckham

“A marca de Victoria Beckham tem a terceira conta de marca de moda com maior número de seguidores no app com 23,5 milhões de fãs. A contar por ela ter uma família no estilo “margarina”, ser uma ex-Spice Girl casada com o astro David Beckham e formar um dos casais mais incríveis, ela é um bom exemplo de como fazer o negócio funcionar por lá. A estilista compartilha de tudo. Desde uma novidade de sua loja até uma garrafa de vinho de US$400 que está bebendo, passando por sua filha Harper e David consertando uma pia. Para a marca, ela faz igual. Não mostra apenas o desfile, mas também o backstage, a produção e isso é o que cativa os internautas. As pessoas estão procurando por conexão quando abrem o aplicativo, essa é a mágica do Instagram: sentir que você faz parte de algo. Por exemplo, para mim demorou um tempo até descobrir o que queria fazer da vida, mas uma garota de 15 anos que vive no Rio de Janeiro e quer ir para Paris ser maquiadora existem dezenas de profissionais que vivem na cidade e compartilham seu dia a dia fazendo com que ela entenda como é trabalhar lá. Quando você usa corretamente, as redes sociais podem ser incríveis.”

Algorítmo

“Nós mudamos o algorítimo porque percebemos que as pessoas estavam perdendo 70% de conteúdo. Vou exemplificar: a pessoa segue três contas apenas, uma marca, uma celebridade e sua irmã. Se usássemos a forma cronológica e o bebê da sua irmã tivesse acabado de nascer e a celebridade decidisse postar todas as fotos de suas férias de uma vez, no antigo formato você veria as dez fotos e não veria a da sua irmã. Neste novo, como sabemos que você comenta mais nas fotos da sua irmã, a foto de seu sobrinho estará em primeiro plano. Básico! O Instagram mostra as contas com quem você mais engaja. Se você acha que o seu perfil não está bom precisa criar um conteúdo com que as pessoas engajem mais. Pergunte, questione e lembre de que é uma comunidade quanto mais os seus seguidores comentarem e seguirem, os seguidores deles podem te encontrar no ‘explorar’.”

Quais os do´s e dont´s para o Instagram?

  • Seja natural e poste fotos sem filtro e feitas de seu iPhone.
  • Poste todos os dias, mas saiba quando parar e ficar offline. Não é uma obrigação.
  • Não seja obcecado pelo visual de seu perfil. Ninguém liga e ninguém vê.
  • Não se apegue ao número de seguidores, contanto que eles sejam fieis.
  • Use hashtags.
  • Não pense demais.

Conte um pouco sobre seu livro recém-lançado: Juno Valentine

“Eu tenho dois filhos e queria colocá-los no livro. Minha vida inteira, desde criança, sempre quis escrever livros infantis. Quando deixei a “Teen Vogue” as pessoas perguntavam ‘o que você vai fazer agora?’ e eu dizia que queria escrever para crianças. Sempre foi meu sonho, mas ainda quero escrever um adulto. Tenho que fazer isso. Talvez faça um inteiro em gifs [risos].”

https://www.instagram.com/p/Bln-F2lA8a0/

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