Julia Anquier, filha de Olivier Anquier e da atriz Débora Bloch, é uma garota especial. Do alto de seus 24 anos, tornou-se a menina dos olhos da plataforma Hysteria, um novo núcleo da Conspiração Filmes que entrou no ar pela internet esta semana e irá focar na produção de projetos coordenados só por mulheres. Após cinco anos na School of Visual Arts, em Nova York, Julia volta ao Brasil como diretora e roteirista, e seu curta “Adeus à Carne” acaba de competir no Festival do Rio pela Premiere Brasil. “É muito difícil morar fora do seu país, longe da sua cultura, da família e dos amigos… O tempo todo você tem que ficar traduzindo quem você é. Eu também tenho uma relação muito estreita com o Brasil e quero fazer de tudo para que o país se preserve e seja um lugar legal”, conta ela com exclusividade ao Glamurama. “Fazer arte é preservar a cultura, gerar questionamentos e inquietações que movimentam pessoas e pensamentos. Voltar para o Brasil para fazer cinema é uma das formas de contribuir para que o país volte a ser um lugar bacana de se viver, de princípios e valores mais humanos”.
O curta é apenas a ponta do iceberg que retrata a jornada profissional ainda em expansão de Julia, que vai dividir a cena e os caminhos da Hysteria com outras mulheres poderosas, como a diretora Carol Jabor, que estreia uma série chamada “Desnude”, a nova temporada da série “O Nosso Amor a Gente Inventa”, de Sarah Oliveira com direção da Vera Egito, além de podcasts com participação de atrizes como a mãe, Deborah Bloch, por exemplo.
Em novembro, Julia assina duas séries para a nova plataforma: “1/4 Dela” e “Estrangeiras”. “‘1/4 Dela’ nasceu da grande admiração que tenho pelas gerações que vieram depois da minha, gente de 15 a 20 anos. Sinto que elas são muito ativas tanto politica quanto intelectualmente e têm muita coisa a dizer. Aí quis pintar esse retrato pelo indivíduo, não pela massa, o que cada menina pensa dentro do universo particular que é o quarto de uma adolescente”, adianta.
Já “Estrangeiras”, seu segundo projeto, foi algo que exigiu um esforço físico maior, afinal, Julia teve uma vida nômade por alguns meses. “O que me fez querer produzir essa série foi uma viagem que fiz há uns dois meses. Fui pra muitas cidades do mundo, em cada uma fiquei na casa de conhecidos e assim participei da vida cotidiana de cada lugar. Achei interessante essa diferença de todo dia que faz uma cidade ser única. E a série é exatamente isso, um dia na vida de meninas que moram em vários países diferentes. Todas elas estrangeiras naqueles países”, explica ela, que está otimista com sua nova fase pessoal e profissional.
“Por enquanto pretendo ficar no Brasil, talvez algum dia tenha vontade de voltar para Nova York, mas a princípio eu fico. Além dessas duas novidades, tenho muitas coisas em mente e no papel, mas como acabei de chegar tudo ainda sem definição. Vamos esperar mais um pouco, né?”, diverte-se. Bem vinda! (Por Matheus Evangelista)
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