Castelos, restaurantes estrelados e montanhas nevadas: são os Alpes bávaros

Por Maira Giosa para revista PODER

Apenas 145 quilômetros separam Munique, na Alemanha, de Salzburg, na Áustria, ainda na fronteira. Com uma autoestrada que passa entre vales, lagos e montanhas, vale a pena conhecer a região de carro e parar aqui e ali para apreciar as belezas do lugar. Para quem quer embarcar na viagem, PODER sugere um roteiro de seis dias – ou mais, ou menos, fica a gosto do viajante – com partida e chegada em Munique, que visita pontos turísticos famosos, como os castelos alemães, mas também descobre lugares inesperados.

 DIA 1 – MUNIQUE

Considerada uma das cidades mais ricas da Alemanha, a capital da Bavária é alegre e cheia de vida. Localizada no coração da cidade, a Marienplatz é a praça principal, que mistura harmoniosamente edifícios novos e antigos, como é o caso da belíssima prefeitura e do famoso biergärten (literalmente, jardim de cerveja),  a poucos passos de distância. Apesar da multidão que se aglomera no quarteirão de strasses (ruas) repletas de lojas de grife, não é aí que você vai querer se perder. São as vielas com seus bulevares floridos que escondem restaurantes conceituados e o verdadeiro jeito bávaro de viver: regado a litros de cerveja. Uma dica para fugir de lugares lotados é o restaurante 181 First, localizado 600 metros acima da cidade, no topo da torre de mesmo nome. Com apenas 12 mesas, o chef Otto Koch serve pratos gourmet enquanto os clientes desfrutam de uma vista de 360 graus espetacular de Munique. A hospedagem cinco-estrelas fica por conta do Vier Jahreszeiten Kempinski. Construído em um casarão de 1858 no coração da Maximilianstrasse, uma das ruas mais chics de Munique, tem obras de arte tomadas do museu Pinakothek.E, graças à parceria com o Eichenried Golf Club – que sedia o BMW International Open –, permite que os hóspedes arrisquem suas tacadas no respeitável green de 27 buracos.

DIA 2 – NEUSCHWANSTEIN

Um dos passeios obrigatórios para quem visita a Bavária é o castelo Neuschwanstein. A apenas uma hora e meia de Munique, fica no vale de Hohenschwangau. Por ali, atrações turísticas é que não faltam: tanto os dois castelos dos antigos reis da dinastia Wittelsbach da Bavária – que construíram seus palácios um de frente para outro – como as vilas próximas oferecem passeios deliciosos. Um piquenique nos lagos Alpsee ou Schwansee oferece vista de tirar o fôlego. Quem quiser se aventurar nas pequenas cidades pode ir ao luxuoso Luna Mia, que, apesar do nome espanhol, oferece estadia tipicamente alpina. A apenas 2 quilômetros de Neuschwanstein – com um visual impressionante –, tem apartamentos equipados para atender aos hóspedes mais exigentes. Entre os programas oferecidos, caminhada nórdica e cursos de ski.

DIA 3 – LINDERHOF

Apesar de ficar na mesma cadeia montanhosa de Neuschwanstein, é impossível chegar ao palácio de Linderhof de carro. Por isso, a rota faz um desvio até a Áustria, e de lá sobe novamente. O percurso é favorecido pela magnífica vista do lago Plansee, que fica escondido entre as colinas, mas é perfeito para trilhas de bicicleta e caminhadas ou, até, para alugar um dos barquinhos que estão sempre parados nas docas e navegar rio acima. Chegando a Linderhof, é necessário priorizar o tempo, pois o parque tem dezenas de atrações. Certamente, caminhar entre o bosque alpino está entre as coisas mais especiais da viagem. E o parque de Linderhof proporciona isso como poucos, já que possui uma imensa área natural. Para curtir a calma da floresta, nada como um piquenique à sombra do Templo de Vênus. O destaque é pedalar até a “cabana de Siegfried”,  construída no fim da propriedade em homenagem ao primeiro ato das Valquírias, da ópera Der Ring des Nibelungen, de Richard Wagner.

DIA 4 – A CAMINHO DE SALZBURG

A região tem dezenas de resorts de ski e campos de golfe e é delimitada por diversos castelos. Com tanta oferta, fica difícil escolher. Sem dúvida, para quem não abre mão do conforto, o premiado resort Schloss Elmau é ideal. Além de ficar a algumas centenas de metros do castelo que dá nome ao hotel, também é próximo aos dois outros castelos da região. Mais que isso, o resort oferece a paisagem inesquecível dos Alpes bávaros e uma série de atividades relaxantes. Sessões de hammam, aulas de ioga, pilates e tai chi chuan estão entre os serviços mais cobiçados e, para a prática de esportes, há ski, golfe, tênis, hiking, mountain bike, além da oportunidade de nadar e de velejar nos lagos próximos. Há também uma biblioteca disponível, lojas e sete restaurantes, um deles com uma estrela no Guia Michelin.

DIA 5 – NA CIDADE DE MOZART

“Fortaleza de sal” é o significado austro-bávaro do nome da quarta maior cidade austríaca. Os muitos séculos de história de Salzburg a tornaram um destino especial para quem gosta dos mais variados estilos arquitetônicos – do romanesco ao renascentista – mas, principalmente, para os amantes da música clássica. Foi ali, em 1756, que nasceu Wolfgang Amadeus Mozart, e é ele quem decora metade dos museus, bares e bonbonnières da cidade. Um dos melhores lugares para fugir da multidão de turistas é a Augustiner Bräustübl, uma cervejaria sob o velho monastério de mesmo nome que serve a bebida em canecas de louça acompanhadas de deliciosos pretzels. Se estiver buscando por um restaurante mais refinado, o Brunnauer im Magazin serve alta gastronomia austríaca, como o típico peixe alpino com noodles de caviar, ou o medalhão de vitela acompanhado de pasta de trufas.

DIA 6 – LAGO CHIEMSEE

O caminho de volta para Munique já é bonito naturalmente, mas é no fim do dia que a mágica acontece: o pôr do sol ilumina a estrada e o lago Chiemsee. A ilha Herreninsel abriga o castelo Herrenchiemsee e, ao redor de águas azuis, é possível velejar e praticar caminhadas. Vale uma parada no Residenz Heinz Winkler, que leva o nome do mais renomado chef da Alemanha e ostenta três estrelas no Guia Michelin. Sua culinária, a chamada “cuisine vitale”, é única e alia fartura e o prazer de degustar a alta gastronomia. O mais curioso é que o resort onde está situado o restaurante foi construído anos depois para alojar aqueles que não conseguiam se separar da maravilhosa comida de Winkler.

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