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Adriana Calcanhotto agora é sambista. Sim, a cantora cool de voz suave e poucos gestos também sabe se jogar numa roda de tamborim, cuíca e cavaquinho. Palavras dela, que lança, nesta segunda-feira, um novo álbum, “O Micróbio do Samba”, integralmente dedicado ao ritmo brasileiro. Glamurama fez uma entrevista exclusiva com ela que você acompanha abaixo:

Você, então, foi contaminada pelo micróbio do samba?

"Eu já nasci com esse micróbio. Tudo o que eu ouço vira samba na minha cabeça e, assim como Lupicínio Rodrigues dizia, quanto mais o tempo passa, mais o micróbio se apega."

Mas você sempre quis fazer um disco assim?

"Ele não foi planejado. Quando eu vi, tinha uma safra de alguns sambas e resolvi registrá-los para um controle interno da minha editora mesmo, para que usasse eventualmente. Aí, chamei o Domenico Lancellotti para me ajudar e quando vimos tínhamos oito músicas. Percebi que era um álbum e fui compor mais quatro para finalizá-lo e lançar. Por que não partilhar, não é mesmo?"

Você disse que não vai fazer shows deste álbum...

"Mas não porque não quero. Estou com uma lesão no tendão da mão que me impede de tocar violão. E como esse álbum foi todo composto por mim com as cordas, eu ia ficar muito triste de não poder dedilhar o instrumento no palco. E para fazer um show triste é melhor não fazer. Não faz sentindo as pessoas pagarem para ver um artista triste sob os holofotes, afinal, não é um show de fado."

E o que você achou dos sambas-enredos deste ano?

"Achei uma safra bem boa, muito melhor que a dos últimos anos. Legal perceber que os compositores estão se preocupando mais com a cadência, pensando mais em quem está desfilando e assistindo, sem aquela correria que vinha sendo a tônica dos últimos anos. Fiquei feliz de sentir esse incremento."

Adriana Calcanhotto: neossambista rodeada pelos músicos Davi Moraes, Alberto Continentino e Domenico Lancelotti, que a ajudaram no novo álbum

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