Felipe Hirsch fez pré-estreia na noite desse sábado, no Festival de Curitiba, do espetáculo "Trilhas Sonoras de Amor Perdidas". O movimento na frente do Teatro Bom Jesus já dizia tudo: lotado, com direito a pessoas sentadas no chão, para conferir a nova montagem do diretor, que marca os 18 anos da Sutil Companhia de Teatro. O protagonista, mais uma vez, é Guilherme Weber, um dos fundadores da Sutil, ao lado de Hirsch.
* Esta é a segunda parte de uma trilogia, que, começou com "A Vida É Cheia de Som e Fúria", encenada em 2000. Se na primeira ele trazia a história de um maníaco por listas afetivas de músicas preferidas ao mesmo tempo em que narrava o fim de relacionamento, em "Trilhas Sonoras" o protagonista revira uma caixa de fitas-cassetes, parte delas acompanhadas de cartas românticas, que conduz o espectador a uma triste história de amor.
* Com cenário de Daniela Thomas, que reproduz um apartamento meio bagunçado, Weber, em atuação equilibradíssima, divide o palco com Natália Lage em uma narrativa que oscila entre as memórias do passado e as angústias presentes de um homem que dá início a uma nova vida em São Paulo após deixar Curitiba. O ponto alto? Sem dúvida, a seleção de músicas, muitas delas lado B, que navegam pelo rock das gerações 1970 e 1980: Velvet Underground, Sonic Youth, Rolling Stones, The Monks e muitos outros. Uma verdadeira aula de rock ‘n’ roll.
* A trama se estende por três horas e meia, mais intervalo, o que levou uma pequena parcela de pessoas a abandonar o teatro. Somado à longa duração, outro motivo pode ter sido o fato de algumas pessoas não se sentirem identificadas com a geração que, pode-se dizer, seria o público-alvo, entre 30 e 40 anos. A maioria aguentou a jornada até o fim. Hirsch e o elenco, que ainda tem participação das atrizes Luiza Mariani e Maureen Miranda, saíram ovacionados.
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