Por Manuela Almeida
Desde criança, Rebecca da Costa gostava de atuar. Em Recife, sua terra natal, chegou a fazer teatro amador. Mas a carreira de atriz só vingou mesmo quatro anos atrás, depois que Rebecca largou a vida de modelo. Ela foi descoberta aos 14 anos pela Elite Models e aos 17 se mudou para Milão a trabalho, onde desfilou para marcas como Yves Saint Laurent, Giorgio Armani e Missoni. Desde 2008 em Los Angeles, Rebecca já trabalhou em sete filmes hollywoodianos, sendo o último “Profissão de Risco”, que estreou nos EUA no mês passado e tem Robert De Niro e John Cusack no elenco.
De passagem por São Paulo, Rebecca da Costa conversou com Glamurama sobre seus planos de carreira e seu dia a dia em L.A. Confira:
Por que a decisão de virar atriz?
Sempre soube que eu queria ser atriz. A carreira de modelo aconteceu ao acaso. Eu tinha 1,80 metro de altura aos 14 anos, então fazia sentido seguir essa profissão. Eu também tinha o desejo de viajar pelo mundo. Depois de 10 anos como modelo, eu senti que realizei tudo que eu queria na área e estava pronta para investir na vida de atriz.
Como é o seu dia a dia em Los Angeles?
Começo o dia fazendo meditação transcendental. Depois, faço curso de canto ou improviso. Costumo ter reunião ou almoço com amigas e tento encaixar academia três vezes por semana. Gosto de correr uma hora na esteira e fazer pilates.
O que você faz no seu tempo livre?
Danço, leio, escrevo. Adoro ficar em casa. Mas gosto de sair com as minhas amigas também. Agora estou experimentando fazer os meus próprios cremes.
Por que se interessou em meditação transcendental?
Eu achava meditar um saco, mas aí eu descobri que meditação transcendental, além de relaxar, desperta criatividade e desacelera o envelhecimento do corpo.
Qual foi o seu primeiro papel como atriz?
Eu participei da série de TV “Entourage” em 2010. Seis meses depois atuei no filme “Trick of the Witch” e depois “L.A., I Hate You” e “Fuga Alucinante”, em 2011. Em 2012, fiz os filmes “Sete Almas” e “Mine Games”. Esse ano, além de “Profissão de Risco”, estreio o longa “Breaking at the Edge”, em o qual farei o papel principal.
No filme “Profissão de Risco” você interpreta uma personagem femme fatale. Se identifica com esse estilo?
Sim. Eu me sinto meio misteriosa. Tento ser uma pessoa privada na vida real. No longa, eu não quis deixar o papel de femme fatale clichê. Normalmente esse tipo de personagem não demonstra muita emoção, mas eu quis deixá-la como uma mulher de verdade, apaixonada e sensível. Para mostrar que ela tinha “diferentes camadas”, pedi ao diretor David Grovic para usar perucas loira, azul e preta.
Como você mergulha nos seus personagens?
Quando eu recebo um papel, converso com Larry Moss – coach que trabalhou com Hilary Swank no filme “Menina de Ouro” e com Leonardo DiCaprio em “Diamante de Sangue”. Depois, me tranco em casa para escrever um diário sobre a personagem. Invento a origem, infância, família, tudo sobre a pessoa que não está no roteiro. Para o filme “Profissão de Risco” fiquei dois meses em casa, escrevendo e trabalhando no personagem de 10 a 12 horas por dia.
Morando e trabalhando nos EUA, como você mantém o português?
É difícil! Eu pratico a língua com a minha melhor amiga e o meu irmão mais novo, Diego da Costa, lutador de MMA.
Você pensa em atuar no Brasil?
Adoraria fazer algum projeto no meu país. Admiro diretores como Walter Salles e José Padilha.
Qual papel você mais gostaria de interpretar?
Depende do momento. Gosto de diversificar. Quando eu assisti ao filme “Cisne Negro” fiquei com desejo de fazer uma personagem complexa como a de Natalie Portman. E eu consegui, pois o meu papel no filme “Breaking at the Edge” [que estreia esse ano] é uma mulher bipolar. Mas agora eu estou com desejo de participar de um musical. Já estou até fazendo aulas de canto.
Você pensa em dirigir um filme?
Sim, mas só daqui 10 anos.
A sua vida de atriz abriu os seus olho para algo?
Tenho mais compaixão pela pessoas. Eu acho que ser atriz é ser um pouco psicóloga também. Temos uma verdade mais profunda.
Consegue ver a sua família com frequência?
Sim. Viajo ao Brasil cinco vezes ao ano e a minha mãe me visita na Califórnia também. Acabei de passar a Páscoa em Recife.
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