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Por Caroline Mendes

Os Los Hermanos foram vencidos pelo cansaço. “Já fazia uns quatro anos que eu tentava gravar com eles, mas sempre recebia um ‘não'”, contou Maria Ribeiro ao Glamurama. A primeira tentativa foi quando a banda anunciou o recesso e os últimos shows na Fundição Progresso, no Rio. A segunda, quando eles abriram um show do Radiohead. Por último, quando fizeram uma miniturnê pelo nordeste. Quando os barbudos anunciaram que se reuniriam para uma série de shows pelo Brasil, depois de cinco anos separados, Maria insistiu mais uma vez. “E eles aceitaram. Ainda bem!”

Ainda bem mesmo. O documentário “Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida” estreia nesta terça-feira no Rio de Janeiro, durante o festival “É Tudo Verdade”, e é um grande presente para os fãs da banda desfeita. O filme traz cenas dos shows e bastidores da turnê que passou por 12 cidades brasileiras em uma espécie de diário de bordo que faz com que o espectador se sinta amigo de infância de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante. “Era exatamente esse sentimento que eu queria passar”, resume a cineasta.

Glamurama se encontrou com Maria em uma salinha reservada no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, depois do almoço. “Cara, eu fui dormir à 1h da manhã e levantei às 6h, estou no Rivotril, acordei e pensei: ‘Eu vou no Spot comer o penne com cogumelo que eu gosto’. Comi e estou me achando uma pessoa que sabe cuidar de si mesma”, riu. Ela também confessou estar absolutamente viciada no iPhone – “É o amor da minha vida, Steve Jobs forever” – e falou sobre sua rotina.

A seguir, a entrevista completa com Maria Ribeiro.

Quando os Los Hermanos anunciaram a turnê, você viu, como cineasta, uma oportunidade de documentar aquilo ou foi um impulso de fã?
Eu sempre fui muito fã deles, a gente se cruzava bastante nos shows e teve uma época que eu fiquei bem próxima do Amarante porque eu era amiga da Karine Carvalho, ex-mulher dele. O que mais me impressionava era a simplicidade deles. Com a roupa que eles saíam de casa eles iam fazer o show, com a chave do carro pendurada no bolso, eles não tinham postura de pop star. Isso me encantou muito e eu fiquei com vontade de filmar os caras, mas demorei para pedir porque eles são muito fechados, realmente não se abrem, mal dão entrevistas. Eles têm um discurso “o que a gente tem para dar é a nossa obra”, sabe? Eu fiquei uns quatro anos tentando, mas sempre recebia um ‘não’ como resposta. O Marcelo Camelo até falou pra jornalista Lorena Calabria que eu tinha ganhado pela insistência. Depois ele me ligou pedindo desculpas, mas eu disse: “Não, Marcelo, não tem problema nenhum, eu tenho certeza de que foi pela insistência” [risos].

E eles gostaram do resultado?
Eles não queriam muito o filme, não fizeram uma questão louca. Foi uma coisa meio “filma aí”, sabe? Na verdade, eu tinha muito medo de fazer esse documentário. Eu não gosto de chegar muito perto do Chico Buarque, do Caetano Veloso, porque eu amo tanto esses caras que eu tenho medo de conhecê-los e vai que eles não são tão legais… Vai atrapalhar a minha vida. E com os Los Hermanos foi assim. Fiquei com muito medo de deixar de gostar deles como eu gostava. Mas eu continuo gostando igual, porque eles são muito verdadeiros, muito legais. Pra mim, eles disseram que gostaram.

Você também está em cartaz nos cinemas com “Entre nós”, além de gravar “Saia justa”, ser esposa e mãe. Como está lidando com esse trabalho todo?
Tá puxado. E eu ainda estou voltando pra Globo depois de 14 anos. Vou estar na nova novela do Agnaldo Silva, “Falso brilhante”, que vai entrar no lugar de “Em família”. Também estou montando um documentário sobre o meu pai, que morreu há um ano. Gosto de fazer televisão, documentário, novela… Quem sabe uma hora eu abro um brechó [risos]?

O Caio [Blat, marido] te ajuda?
Ajuda muito. Ele é superpai, superpadrasto e o Paulo [Betti, ex-marido] é um super pai e um super sei-lá-o-que do Bento [filho de Maria com Caio]. Quando eu vou viajar com o Caio, eu deixo o João [filho de Maria com Paulo] e o Bento na casa do Paulo, rola uma coisa meio Novos Baianos ali [risos]. E a babá dos meus filhos era a minha babá, então eu tenho uma rede de ajudantes pra conseguir trabalhar tanto. E também pra conseguir ir ao shopping, ao cinema, assistir comédia romântica [risos].

E como fica a mulher Maria no meio de tanto trabalho?
Fica sem fazer unha, sem se depilar [risos]. Confesso que não me importo muito, mas queria me importar, quero mudar esse meu lado. O que eu me cobro mais é como mãe. Eu gosto de ser mãe, e boa mãe. E isso está pegando um pouco pra mim, porque eu estou muito ocupada. Mas sobre vaidade, eu não dissocio uma coisa da outra, não acho que ou você é cabeça ou é fútil, que eu tenho que ser ou documentarista ou ir na São Paulo Fashion Week. Eu quero poder fazer as duas coisas.

Confira abaixo o teaser de “Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida”.

Los Hermanos Doc Teaser 01 from Rinoceronte Produções on Vimeo.

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