Recentemente em exposição na Fundação Louis Vuitton, “O Ateliê Vermelho” de Matisse chamou novamente a atenção dos amantes da arte.
Pintada em 1908, a obra nasceu de uma encomenda feita por Sergei Shchukin, empresário russo e um dos maiores patronos das vanguardas artísticas europeias no início do século XX, conhecido por apoiar artistas revolucionários como Matisse e Picasso. Ele queria uma pintura decorativa para sua coleção; porém, ao ver a obra com o vermelho intenso e dominante, se decepcionou.
Após ser rejeitada por Sergei Shchukin, “O Ateliê Vermelho” de Matisse teve uma trajetória improvável. Em 1927, a obra foi adquirida por David Tennant, proprietário do Gargoyle Club, um exclusivo clube londrino que reunia artistas e membros da alta sociedade, e a pintura decorou as paredes do salão de festas do clube por anos.
Por volta de 1940, a obra foi vendida para a Bignou Gallery em Nova York. Foi nessa fase que o reconhecimento artístico de “O Ateliê Vermelho” começou a crescer. Finalmente, em 1949, o quadro foi adquirido pelo MoMA (Museum of Modern Art) e exposto como parte de seu acervo permanente, onde se tornou um marco da arte moderna e continua a atrair visitantes até hoje.
Essa pintura é mais do que uma simples representação do estúdio de Matisse; é também um retrato psicológico e emocional do ambiente que alimentava a criatividade do artista. Essa trajetória curiosa — do estúdio do artista para um clube noturno, e de lá para uma das mais renomadas instituições de arte do mundo — reflete a dificuldade inicial em aceitar a inovação radical de Matisse, mas também destaca o poder da arte em encontrar seu devido lugar.
- Neste artigo:
- Andrea Conti,
- Atto Arte,
- ColunistaGLMRM,
- Paula Trabulsi,
- RevistaGLMRM,