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A nova Suíte Penthouse do Rosewood São Paulo tem uma tarifa de US$ 50 mil por noite (mais de R$ 280 mil) / © Matthieu Salvaing

 

São Paulo, o coração pulsante do cenário econômico do Brasil, há muito tempo é o lar de alguns dos hotéis de luxo mais prestigiados do país. Estabelecimentos icônicos como o Hotel Fasano, Emiliano e Hotel Unique, durante décadas, atenderam viajantes de alto padrão do mundo inteiro. Nos últimos anos, no entanto, São Paulo vivenciou um renascimento na sua cena hoteleira de luxo, com uma explosão de novos hotéis que estão redefinindo a posição da cidade como um centro global de hospitalidade de luxo, rivalizando com outros grandes destinos internacionais, como Paris, Nova York e Londres.

Os pilares tradicionais do luxo em São Paulo

Durante grande parte dos anos 2000, quando o Brasil experimentou um tremendo crescimento econômico, o luxo em São Paulo era sinônimo de nomes como o Hotel Fasano São Paulo (inaugurado em 2003), que rapidamente se tornou o favorito entre celebridades e líderes empresariais por sua elegância discreta e ofertas gastronômicas excepcionais. O Hotel Emiliano, fundado em 2001, também se destacou pelo serviço personalizado e design contemporâneo. O futurista Hotel Unique, projetado por Ruy Ohtake e inaugurado em 2002, tornou-se um símbolo de maestria arquitetônica moderna, com sua estrutura semelhante a um barco e espaços interiores vanguardistas. Por muitos anos, esses estabelecimentos definiram a hospitalidade de luxo em São Paulo, mas o cenário hoteleiro da cidade expandiu-se muito além desses ícones.

A icônica fachada do Fasano São Paulo, o berço da marca de hotéis de luxo mais conhecida do Brasil / © Divulgação

A ascensão de novos players de luxo

A partir de meados dos anos 2010, São Paulo começou a receber uma nova onda de hotéis e marcas de luxo, com empresas internacionais voltando seus olhos para criar postos de luxo na maior metrópole da América Latina, cada um mais ambicioso e glamoroso que o anterior. Esse crescimento foi impulsionado por vários fatores, incluindo o robusto setor financeiro da cidade, o aumento do turismo internacional e a transformação da cidade em um verdadeiro destino turístico, além da crescente demanda por acomodações de classe mundial de viajantes internacionais abastados, muitas vezes desconhecidos com as marcas locais.

Entre as novas estrelas está o Palácio Tangará, um luxuoso resort urbano inaugurado em 2017 pelas mãos do renomado grupo hoteleiro alemão Oetker Collection, que gerencia propriedades de luxo icônicas como Le Bristol em Paris e The Lanesborough em Londres. Localizado dentro do exuberante Parque Burle Marx, esta propriedade trouxe uma sensação de tranquilidade e beleza natural ao coração da metrópole agitada e apresentou uma experiência de hotel decididamente diferente de outras ofertas no mercado. Seu design neoclássico, gastronomia estrelada pelo Michelin e interiores opulentos rapidamente atraíram a atenção da elite global, que já conhecia e confiava no padrão de luxo da Oetker.

 

 

A chegada da pandemia em 2020 trouxe uma paralisação repentina no investimento crescente no setor de hospitalidade de luxo de São Paulo, levando a desafios financeiros que forçaram grandes players como a Four Seasons a deixar o mercado e causaram atrasos contínuos em projetos existentes, à medida que as viagens globais despencaram e a sustentabilidade operacional se tornou uma questão premente.O que foi uma perda para a Four Seasons acabou sendo uma vitória notável para a Marriott International. A empresa assumiu a gestão da antiga propriedade Four Seasons, convertendo-a no JW Marriott, a segunda propriedade com da marca no Brasil, e reabriu em 2022.

A fachada do JW Marriott São Paulo, antigo empreendimento Four Seasons que passou por reformulação de marca/ © Divulgação

Após anos de atrasos, em 2021, São Paulo testemunhou a estreia grandiosa e muito esperada do Rosewood São Paulo. Localizado dentro do Cidade Matarazzo, um complexo de prédios históricos no coração de São Paulo que custou em torno de R$ 2,7 bilhões, o projeto foi idealizado pelas mãos do trio francês – o empresário Alexandre Allard, o arquiteto Jean Nouvel e o diretor artístico Philippe Starck. O hotel hypado recentemente revelou detalhes sobre sua Suíte Penthouse. O tríplex de 1.115 metros quadrados acomoda até oito pessoas e tem uma tarifa de US$ 50 mil por noite (mais de R$ 280 mil).O Rosewood São Paulo, sem dúvida, revigorou todo o cenário hoteleiro da cidade e não apenas elevou o nível de luxo em São Paulo, mas também definiu um novo padrão de referência com o qual projetos futuros serão comparados.

Uma nova era para a hospitalidade de luxo paulistana

Para não ficar para trás, marcas locais tradicionais continuam a evoluir suas ofertas existentes e a investir em novas propriedades. Em 2023, exatamente 20 anos após a inauguração do Fasano São Paulo, a icônica marca de hotelaria de luxo abriu sua segunda unidade na cidade com o nascimento do Fasano Itaim Bibi. Com 107 apartamentos, o novo hotel é o maior de todos os hotéis Fasano, e o design do hotel conta com os traços clássicos da herança italiana da marca, com toques contemporâneos. O hotel também conta com a segunda unidade do restaurante Gero na capital paulista.

Uma suíte no Fasano Itaim Bibi, inaugurado no exatamente 20 anos após a inauguração do primeiro hotel do Grupo Fasano em São Paulo / © Daniel Pinheiro

Em 2024, o Pulso Hotel, membro da Preferred Hotels & Resorts, a cobiçada coleção de hotéis de luxo independentes, abriu suas portas na Avenida Faria Lima. Com design espetacular e arquitetura do Studio Arthur Casas, este projeto visa ultrapassar os limites do design e da inovação, reunindo uma equipe estelar dos melhores da gastronomia, arte, música e cultura paulistana. Este ano, o Hotel Unique, outro membro da Preferred, apresentou os resultados de sua primeira fase de renovações com 30 apartamentos recém-desenhados.

Enquanto isso, o Grupo Emiliano anunciou recentemente planos para uma marca totalmente nova chamada v3rso. O novo conceito denominado “tech boutique hotel” foi projetado para uma nova geração de consumidores sempre conectados e com um lifestyle digital. O empreendimento ocupará uma das torres do Parque Global, um bairro de luxo planejado, e está previsto para abrir as portas em 2027.

O Hotel Emiliano São Paulo / © Tuca Reines

Cadeias hoteleiras internacionais continuam a apostar em São Paulo com uma enxurrada de projetos de uso misto perto da Avenida Faria Lima, que continuam a ser a forma mais viável de financiar novos projetos hoteleiros na cidade. Em dezembro de 2024, São Paulo receberá o primeiro hotel da marca W no Brasil, com a inauguração do W São Paulo na Vila Olímpia.  O projeto de uso misto vai unir hotel, residências, centro de convenções e restaurante.

A fachada do novo W São Paulo na Vila Olímpia que será inaugurado em dezembro de 2024/ © Divulgação

Embora o grupo hoteleiro francês Accor tenha sido um player-chave na hospitalidade no Brasil por anos, eles lutaram para se destacar no segmento de luxo. Após a aquisição da marca Faena em 2021, extremamente popular entre os brasileiros que visitam Buenos Aires e Miami, a empresa encontrou a oportunidade certa para entrar no mercado de luxo com a estreia do Faena São Paulo. As obras do novo projeto de uso misto já estão em andamento, mas uma data oficial de abertura ainda não foi confirmada.

A escultura de Damien Hirst no Faena Miami Beach / © Divulgação

Com São Paulo agora firmemente estabelecida como a meca da hospitalidade de luxo no Brasil, a cidade está preparada para um crescimento contínuo. Desde seus hotéis de luxo mais tradicionais até os novos e modernos, São Paulo está vivenciando uma era dourada da hospitalidade de luxo, estabelecendo um novo padrão para hotéis de luxo na América Latina. Com um pipeline de projetos inovadores no horizonte, a cidade não dá sinais de desacelerar.

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